Os gregos da antiguidade acreditavam em vários deuses sobre os deuses gregos podemos destacar que

Ouça este artigo:

O desenvolvimento de um sistema de crenças esteve presente no mundo antigo de diversas formas. No caso grego percebe-se que a religiosidade esteve diretamente relacionada às cidades e sua expansão. Isto porque não se pode entender a Grécia Antiga como um Estado centralizado. A formação de nações ao redor do mundo é uma experiência moderna. Assim, embora a religiosidade se expressasse de maneiras diversas, pode-se compreender que havia certa semelhança em sua organização e expressão em cada uma das pólis.

Um dos pontos centrais de uma cidade-estado eram os templos. Eles organizavam e reuniam a população desde a sua construção. Assim, as formas de acreditar eram variáveis, e cada templo ditava uma crença. A religiosidade era vivenciada a partir da contribuição das pessoas, seja na difusão de mitos ou mesmo na feitura de imagens nos templos.

Os gregos eram politeístas, ou seja, acreditavam na existência de vários deuses, mesmo não adorando a todos. Isso porque usualmente um deus predominava em uma determinada pólis. Estes deuses tinham forma e viviam próximos aos homens: suas ações e decisões não estavam tão distantes da humanidade. Os gregos acreditavam que eles se expressavam no cotidiano: nas chuvas, na natureza, nas decisões. Assim, os deuses agiam de forma direta na vida das pessoas. Acreditava-se, por exemplo, que Poseidon dominava os mares, que Zeus era responsável pelas chuvas. Além dos deuses outras entidades habitavam o sistema de crenças grego, como as sereias. Estes outros seres, assim como os deuses, estavam cotidianamente presentes na vida dos gregos. O que diferia os deuses dos seres humanos era a imortalidade.

Os gregos da antiguidade acreditavam em vários deuses sobre os deuses gregos podemos destacar que

Alguns dos principais deuses da Mitologia Grega, em fachada de prédio da Universidade de Atenas, Grécia. Foto: Dimitrios / Shutterstock.com

Além de se expressarem diariamente, a atribuição de significados aos deuses é uma forma de perceber como os gregos davam sentido aos seus sentimentos por meio dos deuses. Afrodite, por exemplo, é a deus que simboliza o amor. Atena, a sabedoria.

Embora muitas vezes considerados fantasiosos, os mitos podem ser fontes bastante úteis para o historiador que pretende compreender a sociedade grega. O historiador Paul Veyne aponta que os mitos não são apenas relatos sem sentido, mas sim fazem parte de uma forma de expressão de uma sociedade, que, embora tenha alterado uma realidade, exprimem sentidos de uma sociedade temporalmente já tão distante.

Assim, os mitos podem ser entendidos como uma tradição oral que depois de muito circularem pela fala, podem hoje ser lidos e acessados pelos historiadores. É uma forma de dar sentido ao mundo. Os mitos, portanto, exprimem a forma como os gregos lidavam com a natureza, com os sentimentos e como respondiam questões como a origem do universo. Eles fazem parte do sistema de crença gregos.

Os gregos acreditavam que os deuses habitavam o Olimpo. Em nome de Zeus, o deus dos deuses, eles celebravam os Jogos Olímpicos, a cada quatro anos. A religiosidade grega se expressava através de rituais que se davam em torno de altares e envolviam música, canto e competições em homenagem a um deus, como era o caso dos Jogos. O Partenon é um monumento religioso construído no século V a.C. em homenagem à Atena, deusa de Atenas. Sua construção destaca-se na paisagem e demonstra o poder de Atenas.

Afrodite, Zeus, Apolo, Ártemis, Eros, Hades, Hermes, Perséfone eram deuses que povoavam a vida dos gregos na antiguidade e estavam presentes no cotidiano. Eram formas de dar sentido à vida e explicar o inexplicável até então.

Leia também:

Referências:

FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2002.

VEYNE, Paul. Acreditavam os gregos em seus mitos. São Paulo: Editora Brasiliense, 1987.

Os deuses gregos eram divindades que faziam parte da religiosidade dos gregos antigos. Eram vistos como seres imortais e representavam forças da natureza, habilidades e conceitos abstratos. O principal deus grego era Zeus, o rei dos deuses. De acordo ainda com a mitologia, os principais deuses gregos, com exceção de Hades, residiam no Monte Olimpo, sendo conhecidos como deuses olímpicos. No total, os deuses olímpicos são 12 e eles também são conhecidos como parte do dodecateão (o panteão de doze deuses).

Acesse também: A mitologia que fazia parte da religiosidade dos nórdicos

Nomes dos deuses olímpicos

Os doze deuses olímpicos são os seguintes:

  1. Zeus: rei dos deuses, governante do Monte Olimpo, deus do céu, raio, trovão, etc.

  2. Hera: rainha dos deuses, deusa do casamento, das mulheres, da família, etc.

  3. Poseidon: deus dos mares, da água, tempestades, etc.

  4. Atena: deusa da sabedoria, do artesanato, etc.

  5. Ares: deus da guerra, violência, etc.

  6. Deméter: deus da colheita, agricultura, estações, etc.

  7. Apolo: deus da luz, do Sol, da profecia, da filosofia, da poesia, música, arte, praga, etc.

  8. Ártemis: deusa da caça, da virgindade, da Lua, etc.

  9. Hefesto: deus da metalurgia, do fogo, da invenção, dos vulcões, etc.

  10. Afrodite: deusa do amor, da paixão, da fertilidade, da beleza, etc.

  11. Hermes: mensageiro dos deuses, deus da viagem, do comércio, da comunicação, da diplomacia, etc.

  12. Dioniso: deus do vinho, das festas, do teatro, etc.

Os gregos da antiguidade acreditavam em vários deuses sobre os deuses gregos podemos destacar que
Zeus era o principal deus para os gregos e governava o Monte Olimpo.

Existem algumas versões que apresentam Héstia como uma deusa que faz parte do conjunto de deuses olímpicos. Nessa interpretação, seriam, portanto, 13, e não 12 deuses olímpicos. Héstia é reconhecida como deusa do lar e da arquitetura. Outro deus muito importante na crença religiosa dos gregos é Hades, o deus do submundo. Ele não é considerado um deus olímpico, porque residia no submundo, e não no Monte Olimpo.

Mitologia grega

Os deuses gregos eram as divindades que formavam o panteão da religião dos gregos antigos. Essa religião é chamada comumente de mitologia grega e era politeísta, ou seja, formada por diferentes deuses. Os gregos acreditavam que seus deuses eram imortais e que representavam tanto as forças da natureza, como os raios e os mares, como conceitos abstratos, como a sabedoria e a beleza.

Os gregos da antiguidade acreditavam em vários deuses sobre os deuses gregos podemos destacar que
Os gregos acreditavam que parte de seus deuses residia no cume do Monte Olimpo.

É importante mencionarmos que a religião na Grécia não era clara e definida como entendemos no conceito moderno. Assim, quando falamos da antiga religião grega, estamos falando de um conjunto de crenças que sofreram profundas transformações ao longo dos períodos da história grega. Ainda assim, a religião era algo de extrema importância para os gregos antigos.

Na religião grega, os principais deuses residiam no cume do Monte Olimpo. Acreditava-se que, nesse local, existia um palácio, onde os deuses olímpicos moravam. Entretanto, havia deuses gregos que não residiam no Olimpo. Além disso, no caso dos deuses olímpicos, vale dizer que Poseidon também possuía uma residência no mar.

Os deuses tinham grande importância para os gregos, possuindo templos em sua homenagem, e muitos deles se tornavam patronos de cidades inteiras. A cidade de Atenas, por exemplo, tinha em Atena sua patrona, enquanto Corinto tinha em Afrodite a sua deusa patrona.

Na crença grega, os deuses possuíam forma humana, mas eram imortais. Os deuses se alimentavam de ambrosia e néctar, um alimento e bebida que só poderiam ser consumidos pelos deuses, pois os humanos que consumissem ambos morreriam.

Apesar da imortalidade, os deuses gregos, assim como os mortais, possuíam conflitos e dilemas morais. Assim, eles poderiam se entristecer; sentir ódio, ciúmes e inveja; apaixonar-se por alguém, casar-se, trair seu companheiro(a), etc. Também havia deuses que se envolviam com seres humanos e era comum, nos mitos, que os deuses tivessem filhos com mulheres mortais. As ações dos deuses refletiam-se diretamente na vida dos seres humanos e eles poderiam interferir na vida dos mortais de acordo com a sua vontade.

As histórias dos deuses gregos foi transmitida oralmente, de geração para geração. Somente por meio das ações de intelectuais como Hesíodo e Homero que essas lendas foram registradas em texto e guardadas para a posteridade. Muito do que sabemos hoje sobre os deuses gregos vem de conhecimentos herdados dos escritos desses dois.

Os dois trabalhos mais conhecidos de cada um desses autores são:

  • Teogonia e Trabalhos e Dias, de Hesíodo;

  • Ilíada e Odisseia, de Homero.

Acesse também: Ragnarök, o fim do Universo para os vikings

Origem dos deuses gregos

Os mitos são entendidos pelos historiadores como uma forma de o homem tentar explicar os fenômenos da natureza e a realidade. Isso não era diferente com os gregos, que possuíam uma variedade de mitos para explicar fenômenos, como o surgimento do Universo. Os mitos gregos também narravam o surgimento dos deuses, conforme veremos.

Na crença grega, o Universo era, a princípio, uma massa cósmica desorganizada, que era chamada de Caos. Nessa massa cósmica, reuniam-se os elementos fundamentais: terra, céu, fogo e água. Em determinado momento, a Terra tomou forma por meio do surgimento de Gaia, deusa conhecida por ter a forma da Terra.

Um pouco depois do surgimento de Gaia, surgiu Urano, conhecido como céu estrelado. Gaia e Urano uniram-se amorosamente e, dessa união, vários filhos nasceram. Esses eram os titãs e titânides, seres gigantescos que habitaram a Terra antes do surgimento dos seres humanos. Um desses titãs era Cronos, que se rebelou contra seu pai.

Os gregos da antiguidade acreditavam em vários deuses sobre os deuses gregos podemos destacar que
Cronos foi desafiado por Zeus, seu filho.

Urano amaldiçoou Cronos, condenando-o a sofrer uma maldição por se voltar contra o próprio pai. Com isso, Cronos assumiu a posição de seu pai como rei do Universo, casou-se com uma titânide chamada Reia e, com ela, teve vários filhos. No entanto, Cronos temia que seus filhos se voltassem contra ele e, por isso, ele devorava todos eles ao nascerem.

Os filhos de Cronos e Reia são alguns dos mais conhecidos deuses da mitologia grega. O mais conhecido de todos eles é Zeus, deus do raio e do trovão. Ele foi salvo por sua mãe antes que Cronos pudesse devorá-lo. Assim, cresceu escondido de Cronos e, depois, retornou para lutar contra o próprio pai.

Zeus libertou os seus irmãos e, junto deles, iniciou uma guerra contra Cronos. Ao final desse confronto, Cronos foi derrotado e trancafiado no Tártaro, junto de outros titãs. Como reconhecimento pelo seu feito, Zeus foi presenteado com o raio e o trovão. Com seus irmãos, ele realizou a divisão da Terra. Zeus ficou com o céu; Hades, com o submundo; e Poseidon, com as águas.

A partir disso, Zeus se tornou o rei do Universo, e os deuses do Olimpo passaram a ter o domínio sobre a Terra e os homens. Zeus era o deus mais importante e, portanto, ficou conhecido como rei dos deuses. Ele era o governante do Olimpo e casado com Hera, outra deusa que residia no Monte Olimpo.

Entre os filhos de Cronos que foram resgatados por Zeus estão Poseidon, Hades, Hera, Héstia e Deméter. Todos eles eram importantes deuses para os gregos.

Por Daniel Neves Silva
Professor de História