Como Desenvolvimento Científico e tecnológico Impacta nos setores da economia?

As inovações tecnológicas provocaram um grande crescimento econômico em todos os setores; no agrícola, por exemplo, tecnologias como tratores, outras máquinas e também adubos e processos de trabalho contribuíram para uma melhoria enorme em termos de produtividade e rentabilidade no campo

É certo que a inovação traz benefícios à economia, seja em termos macro ou microeconômicos. A nível macroeconômico, a inovação origina um aumento do investimento em tecnologia que, por seu lado, irá aumentar os níveis de consumo e transformar, de forma progressiva e constante, todos os setores. A nível micro econômico as transformações geradas pela inovação afetam as estratégias tecnológicas das empresas e em termos regionais também, facilitando ou agilizando processos que se traduzem em benefícios de custos e produtividade.

Assim, a tecnologia afeta diretamente a economia em diversos fatores e, ao longo do tempo, as inovações tecnológicas provocaram um grande crescimento econômico em todos os setores. Em termos industriais, inovações como a automação de processos e tarefas e a capacidade de aumento da capacidade produtiva revolucionou todas as linhas de montagem e produção no mundo.

Mas se falarmos no considerado setor terciário o aparecimento do computador e, mais recentemente, da internet e até dos smartphones revolucionaram de tal forma o setor que é quase impossível pensar como seria desempenhar estas funções sem estas inovações tecnológicas. O ganho econômico para todas as partes é inquestionável e as perspetivas que isto abre em relação ao futuro faz com que se gere mais investimento para o setor e economia no geral.

No setor agrícola, por exemplo, tecnologias como tratores e as suas capacidades e algumas máquinas que daí derivaram mas também adubos, processos de trabalho, novos tipos de agricultura, etc. todos contribuíram para uma melhoria enorme em termos de produtividade e rentabilidade. No que ao Brasil diz respeito, apenas este setor é responsável por 12% do PIB brasileiro e 20% das exportações totais onde, no mês passado (abril de 2015) representaram R$7,07 bilhões aos cofres do governo.

Comum a todos os setores, a inovação tecnológica dos e nos transportes tornou-os mais rápidos, seguros, com melhores consumos, mais confortáveis, capazes de chegar a qualquer lado e com maior capacidade de transportar pessoas e bens. Tudo isto contribui de forma inquestionável para o crescimento económico das empresas e governos e até para o bem-estar individual que também se traduz em maiores lucros para as empresas e governos através de impostos.

A nível familiar as tecnologias desenvolvidas e ao dispor mudaram algumas tarefas e hábitos de consumo também sendo que é impossível também imaginar como seria viver sem um micro ondas, frigorífico ou televisão. Adjacentes a estas inovações tecnológicas surge também enquadrado a indústria de jogos que já ultrapassou a de cinema largamente, que também é outra que cresce a todos os anos.

Portanto, seja qual for o setor e a atividade, bem como, para uso pessoal o fato é que a tecnologia representa uma mudança irreversível nos hábitos de consumo e maneiras de trabalhar ou passar o tempo. Tudo isto se traduz em aumento de consumo e consequentemente estabilidade econômica mas também gera mais dinheiro direta ou indiretamente de impostos, algo que, melhora de forma inequívoca a economia.

Por tudo isto, podemos afirmar que a economia e a tecnologia estão correlacionadas e são co dependentes uma da outra visto que é impossível haver crescimento apenas numa delas. Isto atesta ainda que, mais do que afetar a economia, a tecnologia é parte chave e integrante do seu sucesso e crescimento.

Um dos principais motores do avanço da ciência é a curiosidade humana, descompromissada de resultados concretos e livre de qualquer tipo de tutela ou orientação. A produção científica movida simplesmente por essa curiosidade tem sido capaz de abrir novas fronteiras do conhecimento, de nos tornar mais sábios e de, no longo prazo, gerar valor e mais qualidade de vida para o ser humano.

Por meio dos seus métodos e instrumentos, a ciência nos permite analisar o mundo ao redor e ver além do que os olhos podem enxergar. O empreendimento científico e tecnológico do ser humano ao longo de sua história é, sem dúvida alguma, o principal responsável por tudo que a humanidade construiu até aqui. Suas realizações estão presentes desde o domínio do fogo até às imensas potencialidades derivadas da moderna ciência da informação, passando pela domesticação dos animais, pelo surgimento da agricultura e indústria modernas e, é claro, pela espetacular melhora da qualidade de vida de toda a humanidade no último século.

Além da curiosidade humana, outro motor importantíssimo do avanço científico é a solução de problemas que afligem a humanidade. Viver mais tempo e com mais saúde, trabalhar menos e ter mais tempo disponível para o lazer, reduzir as distâncias que nos separam de outros seres humanos – seja por meio de mais canais de comunicação ou de melhores meios de transporte – são alguns dos desafios e aspirações humanas para os quais, durante séculos, a ciência e a tecnologia têm contribuído.

Uma pessoa nascida no final do século 18, muito provavelmente morreria antes de completar 40 anos de idade. Alguém nascido hoje num país desenvolvido deverá viver mais de 80 anos e, embora a desigualdade seja muita, mesmo nos países mais pobres da África subsaariana, a expectativa de vida, atualmente, é de mais de 50 anos. A ciência e a tecnologia são os fatores chave para explicar a redução da mortalidade por várias doenças, como as doenças infecciosas, por exemplo, e o consequente aumento da longevidade dos seres humanos[1].

Apesar dos seus feitos extraordinários, a ciência e, principalmente, os investimentos públicos em ciência e tecnologia parecem enfrentar uma crise de legitimação social no mundo todo. Recentemente, Tim Nichols, um reconhecido pesquisador norte-americano, chegou a anunciar a “morte da expertise”, título de seu livro sobre o conhecimento na sociedade atual. O que ele descreve no livro é uma descrença do cidadão comum no conhecimento técnico e científico e, mais do que isso, um certo orgulho da própria ignorância sobre vários temas complexos, especialmente sobre qualquer coisa relativa às políticas públicas. Vários fenômenos sociais recentes, como o movimento anti-vacinas ou mesmo a desconfiança sobre a fatalidade do aquecimento global, apesar de todas as evidências científicas em contrário, parecem corroborar a análise de Nichols.

Viver mais tempo e com mais saúde, trabalhar menos e ter mais tempo disponível para o lazer, reduzir as distâncias que nos separam de outros seres humanos - seja por meio de mais canais de comunicação ou de melhores meios de transporte - são alguns exemplos dos desafios e aspirações humanas para os quais, durante séculos, a ciência e a tecnologia têm contribuído.

Esses fenômenos têm perpassado nacionalidades. No Brasil, no ano passado, o debate sobre a chamada “pílula do câncer” evidenciou como o conhecimento científico estabelecido foi negligenciado pelos representantes eleitos pelo povo brasileiro. A crise de financiamento recente também é um sintoma da baixa estima da ciência na sociedade ou, pelo menos, da baixa capacidade de mobilização e de pressão por uma fatia maior dos recursos orçamentários.

Em editorial recente[2], a Nature faz uma afirmação forte, mas que pode estar na raiz desses fenômenos: “the needs of millions of people in the United States (and billions of people around the world) are not well enough served by the agendas and interests that drive much of modern science”. Para a revista, portanto, os cientistas e as organizações científicas deveriam sair de suas bolhas, olhar com mais empenho para as oportunidades e problemas sociais e procurar meios pelos quais a ciência possa ajudar a resolvê-los. A revista citou como exemplo o Projeto Genoma, cujos impactos positivos já foram fartamente documentados. Mesmo assim, a revista questiona até que ponto as descobertas do projeto – e os medicamentos e tratamentos médicos dali derivados – beneficiam toda a sociedade ou apenas alguns poucos que possuem renda suficiente para pagar por essas inovações.

Esse questionamento da Nature remete a um outro problema relevante e que afeta a relação entre ciência e sociedade. A despeito da qualidade de vida de todos ter melhorado nos últimos séculos, em grande medida graças ao avanço científico e tecnológico, a desigualdade vem aumentando no período mais recente. Thomas Piketty evidenciou um crescimento da desigualdade de renda nas últimas décadas em todo o mundo, além de mostrar que, no início desse século, éramos tão desiguais quanto no início do século passado[3]. Esse é um problema mundial, mas é mais agudo em países em desenvolvimento, como o Brasil, onde ainda abundam problemas crônicos do subdesenvolvimento que vão desde o acesso à saúde e à educação de qualidade até questões ambientais e urbanas. É, portanto, nesta sociedade desigual, repleta de problemas e onde boa parte da população não compreende o que é um átomo, que a atividade científica e tecnológica precisa se desenvolver e se legitimar. Também é esta sociedade que decidirá, por meio dos seus representantes, o quanto dos seus recursos deverá ser alocado para a empreitada científica e tecnológica.

Portanto, a relação entre ciência, tecnologia e sociedade é muito mais complexa do que a pergunta simplória sobre qual seria a utilidade prática da produção científica. Ela passa por uma série de questões, tais como de que forma a ciência e as novas tecnologias afetam a qualidade de vida das pessoas e como fazer com que seus efeitos sejam os melhores possíveis? Quais são as condições sociais que limitam ou impulsionam a atividade científica? Como ampliar o acesso da população aos benefícios gerados pelo conhecimento científico e tecnológico? Em que medida o progresso científico e tecnológico contribui para mitigar ou aprofundar as desigualdades socioeconômicas? Em face das novas tecnologias, cada vez mais capazes de substituir o ser humano nas suas atividades repetitivas, como será o trabalho no futuro? Essas são questões cruciais para a ciência e a tecnologia nos dias de hoje.

[1] Cutler, Deaton, e Lleras-Muney (2006)

[2] http://www.nature.com/news/researchers-should-reach-beyond-the-science-bubble-1.21514

[3] Piketty (2014)

Como o desenvolvimento científico e tecnológico impactar os setores da economia?

A tecnologia trouxe bastante melhorias à economia, pois permite que se criem melhores resultados nos estudos planejados, com menor esforço e custo, além de consentir que se crie um desenvolvimento muito mais aprofundado no produto final.

Como o desenvolvimento tecnológico influência na economia?

A tecnologia também influencia diretamente na economia, seja modificando o modo de consumo, criando novas soluções a serem consumidas ou melhorando a qualidade de vida das pessoas e colaboradores de empresas.

Quais setores da economia são diretamente ligados ao desenvolvimento científico e tecnológico?

O setor terciário é considerado como um dos propulsores do desenvolvimento econômico do país. Nos últimos anos, o setor ajudou a aumentar a competitividade interna e externa, gerou milhares de empregos qualificados e acelerou o progresso tecnológico.

Qual a importância do progresso tecnológico e inovação na economia?

Assim, quando surge o progresso tecnológico, os indivíduos mais capacitados (maior nível de capital humano) se deslocam para os setores mais avançados tecnologicamente, recebendo em contrapartida maiores salários e dinamizando o incremento da renda da economia – ao aumentar a produtividade.