Como ocorre a digestão e absorção de carboidratos de animais não ruminantes?

A digestão de cada ser vivo está adaptada aos seus hábitos alimentares. No caso dos ruminantes, como boi, carneiro, cabra, girafa, veado, camelo, entre outros, que se alimentam de vegetais, o estômago é muito desenvolvido e se divide em pança ou rúmen; barrete ou retículo; folhoso ou omaso e coagulador ou abomaso.

Quando esses animais estão com o alimento na boca, eles o mastigam muito pouco. Uma vez deglutido, esse alimento vai para o rúmen, onde é amassado e sofre a ação de bactérias, protozoários e fungos que degradam a celulose encontrada no alimento ingerido. Depois de fermentados, os carboidratos dos vegetais (celulose, amido e açucares) produzirão ácidos orgânicos que serão absorvidos pelas papilas ruminais encontradas na parede do rúmen, fornecendo energia ao animal, além de vitaminas, metano e gás carbônico.

Depois que esse alimento é processado no rúmen, ele segue para o retículo. Lá há glândulas salivares – semelhantes às que os seres humanos possuem na boca, mas com várias bactérias e protozoários que têm a função de continuar a degradação da celulose iniciada no rúmen. Uma vez no retículo, esse alimento é misturado à saliva, e, então, volta para a boca para ser mastigado novamente. No retículo desse animal há inúmeras pregas que retêm corpos estranhos, como pregos, pedras, arames, impedindo que eles passem para os outros compartimentos e causem danos e até a morte do animal.

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Depois de muito mastigar o alimento regurgitado, os ruminantes o engolem. Esse alimento é direcionado para o folhoso, assim chamado por possuir inúmeras lâminas musculares que se assemelham às folhas de um livro. Nessas lâminas musculares há papilas cuja função é a absorção de água, sais minerais, ácidos graxos e redução das partículas alimentares.

Depois que sai do folhoso, o alimento segue para o coagulador, que corresponde ao estômago dos seres humanos. Lá, há glândulas que secretam enzimas, como a pepsina e o pepsinogênio, hormônios (gastrina), ácido clorídrico e água. É no coagulador que ocorre a digestão das proteínas e também das bactérias oriundas do rúmen e do retículo.

A absorção do alimento que se iniciou no coagulador é finalizada no intestino delgado com a ação das enzimas pancreáticas (tripsina, quimiotripsina, amilase pancreática, lipase) e de enzimas intestinais (lactase, maltase, sacarase, dissacaridases, entre outras). No intestino delgado há vilosidades que permitem a maior parte da digestão e absorção de todos os nutrientes.

No intestino grosso, a maior parte da água ingerida é absorvida e por conter pequena quantidade de microrganismos semelhantes aos encontrados no rúmen, também há fermentação e degradação da celulose do substrato que lá alcançam.

Os carboidratos são macronutrientes responsáveis por fornecer energia às células através de sua hidrólise

Como ocorre a digestão e absorção de carboidratos de animais não ruminantes?


A partir de uma boa alimentação, o animal consegue os nutrientes necessários tanto para o seu desenvolvimento (crescimento), como para a manutenção do seu metabolismo de uma forma geral.

A alimentação deve ser adequada e balanceada para cada espécie, de modo que cada nutriente tem uma responsabilidade específica dentro do organismo do animal”, explica Waleska de Melo, Médica Veterinária e professora do VET Profissional, que é Doutora em Patologia Clínica Animal e Mestre em Medicina Veterinária.


Absorção de carboidratos em animais NÃO RUMINANTES:

• No processo de digestão, os carboidratos longos se quebram em moléculas de monossacarídeos (glicose) e, por meio do co-transporte de sódio, são absorvidos na borda em escova intestinal, onde, por essas moléculas serem muito hidrossolúveis, atravessam a camada inerte de água para alcançar o glicocálice da célula intestinal. Posteriormente, serão levados até o sangue.
80% dos carboidratos não estruturais ingeridos consistem em glicose e o restante é constituído pela frutose (ou pela galactose em animais jovens alimentados com leite), facilmente digeridos pela digestão enzimática.


Absorção de carboidratos em animais RUMINANTES:

80% dos carboidratos da dieta de um ruminante são estruturais, compostos por celulose e hemicelulose. Portanto, os carboidratos estruturais estão presentes nas forragens e, para que sejam aproveitados pelo organismo do animal, é necessária a ação fermentativa de bactérias, fungos e protozoários para disponibilizar o nutriente em forma de ácido graxo volátil (AGV).
• Os ácidos graxos voláteis são absorvidos pelo epitélio ruminal por difusão passiva. Algumas condições que podem influenciar na taxa de absorção desses carboidratos no rúmen: concentração no líquido ruminal, pH do fluido ruminal, comprimento da cadeia do AGV.


Aprenda mais sobre esse assunto na área Fisiologia Veterinária Sistemática do VET Profissional, com a Prof.ª Dr.ª Waleska de Melo Ferreira Dantas, Doutora em Patologia Clínica Animal pela Universidade Federal de Viçosa e Mestre em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Viçosa. O VET Profissional é a plataforma de aperfeiçoamento mais completa para Médicos Veterinários e estudantes de Veterinária, com milhares de vídeos e centenas de livros digitais, para aprender rápido e salvar mais vidas. Tenha acesso ilimitado a centenas de aulas práticas, cursos on-line, casos clínicos e casos cirúrgicos na palma da sua mão!

Como ocorre a digestão e absorção de carboidratos de animais não ruminantes?

Como ocorrem os processos de digestão e absorção de carboidratos nos animais não ruminantes?

A digestão dos carboidratos não começa pela boca, pois cães e gatos não produzem amilase salivar então os carboidratos, presentes no bolo alimentar, passam íntegros pelo estômago e o processo de digestão se inicia no intestino delgado mais precisamente no duodeno.

Como ocorre a digestão de carboidratos pelos não ruminantes?

DIGESTÃO E ABSORÇÃO EM ANIMAIS NÃO-RUMINANTES 1. Boca Saliva: Mistura de secreções de 3 pares principais de glândulas (sub-linguais, sub-maxilares e parótidas). Composição: 99% água + 1% outras substâncias (mucina, sais inorgânicos, HCO3- e PO4-, -amilase e uréia). Pequena hidrólise do amido em suínos e humanos.

Como ocorre a digestão em não ruminantes?

O Sistema digestivo dos monogástricos (não ruminantes) possui um compartimento simples para a digestão gástrica, isto é, um estômago simples. Ex: porco, cavalo, cão, gato e galinha. A maioria dos monogástricos utiliza alimentos fibrosos de modo pouco eficiente, com exceção do cavalo e do coelho.

Qual o produto de absorção da digestão de carboidratos nos animais ruminantes e não ruminantes?

Depois de fermentados, os carboidratos dos vegetais (celulose, amido e açucares) produzirão ácidos orgânicos que serão absorvidos pelas papilas ruminais encontradas na parede do rúmen, fornecendo energia ao animal, além de vitaminas, metano e gás carbônico. Não pare agora...