Jorge bischoff quem é

ENTREVISTA

Reconhecido e admirado por suas consumidoras em todo o País, o empresário e designer gaúcho desembarca para o evento ‘Celebration Night’, no Shopping Ponta Negra

Portal A Crítica

22/04/2019 às 18:01.

Atualizado em 11/03/2022 às 10:28

Nascido em Igrejinha, no Rio Grande do Sul, uma região com centenária tradição na manufatura calçadista, Jorge Bischoff basicamente cresceu em uma fábrica da sapatos ao lado da mãe e, aos 11 aos, ingressou na indústria trabalhando como cortador de couro. De lá para cá, Bischoff criou sua própria marca, lançou um sistema de franquia, abriu mais de 70 lojas exclusivas no Brasil e passou a exportar para mais de 60 países.

Reconhecido e admirado por suas consumidoras, o designer e empresário desembarca em Manaus no próximo dia 25 de abril para o evento “Celebration Night”, na loja exclusiva localizada no Shopping Ponta Negra. Com início às 18h, o evento receberá convidados especiais para brindar em alto estilo a temporada Outono-Inverno 2019. Em entrevista exclusiva para o BEM VIVER, Bischoff falou sobre a nova coleção, os mais de 15 anos de carreira e os planos para o futuro.

Como será a sua participação no Celebration Night? É a primeira vez que você vem visitar a sua loja em Manaus?

Isso é algo que fazemos com frequência, visitar as nossas lojas no Brasil. É um momento especial, de autografar os produtos e de trocar uma ideia com as consumidoras. É ótimo poder escutá-las, ter um feedback do meu trabalho. A visita tem um gosto ainda mais especial porque esta será a primeira vez que vou a Manaus e, por conta da correria, vai ser o único evento de lançamento da nova coleção do qual participarei neste primeiro semestre.  E, a exemplo do que aconteceu comigo em São Luís, cujos azulejos portugueses das antigas mansões me inspiraram a criar uma coleção nova, espero sair do Amazonas renovado e com muitas ideias na cabeça para designs futuros.

O que suas consumidoras podem esperar da nova coleção Outono-Inverno 2019?

As novas peças já estão nas lojas. É uma coleção muito bacana, com composições surpreendentes em sapatos, bolsas e acessórios compondo um mix que ressalta a força e o poder da mulher. A coleção é perfeita para mulheres com personalidade marcante, destacando o poder, a elegância e o conforto. Alinhada às principais tendências internacionais, as criações exploram a exuberância de cores e texturas, em uma coleção que se destaca pela riqueza de detalhes, como os inconfundíveis metais personalizados, além do brilho das pedrarias e materiais exclusivos. No mais, é uma coleção de inverno sem ter cara de inverno, algo essencial para lugares quentes.

Do início humilde até os dias de hoje, com um nome reconhecido internacionalmente, como você avalia sua trajetória e o que você planeja para o futuro da marca?

É uma história muito legal. Afinal, sou sapateiro de origem com muito orgulho. Basicamente, nasci e me criei na fábrica de sapatos em que minha mãe trabalhava. Meu pai me levava, ainda bebê, até lá para minha mãe me dar de mamar. Aos 11 anos, ingressei na indústria como cortador de couro. Estudei desenho e técnicas de calçado, participei de feiras, viajei e desbravei horizontes. Nos anos 80, vi o fim de minha experiência como fabricante, mas em 2003 me reergui e lancei minha marca. Agora, trabalho para lançar o modelo de franquia de lojas exclusivas em outros países.  

Destaque

Quando quis batizar uma grife com o próprio nome, Jorge Bischoff foi taxado de louco. “Diziam que era muito grande para uma marca, que poucos me conheciam e que a pronúncia do sobrenome ia complicar as coisas”, conta. A convicção de que estava certo, porém, fez com que fosse em frente. Mais de uma década depois, garante que manter o foco foi uma atitude assertiva.

Texto: Tiago Melo 

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Desde muito cedo, o empreendedor Jorge Bischoff já estava imerso no ambiente da indústria calçadista. Filho de operários do ramo, o designer, que hoje é dono de uma grife que leva seu nome, cresceu respirando esse mercado e começou a trabalhar cedo, aos 12 anos, ajudando os pais na indústria. Ele seguiu os passos da família e passou por todos os departamentos, da colagem à modelagem.

“Antes de ser designer me considero sapateiro, vivenciei o aprendizado na raiz.” Hoje, a grife que leva sua assinatura tem mais de 90 franquias em funcionamento no país — cinco fecharam as portas ao longo dos últimos dois anos e 15 foram abertas no ano passado (o saldo foi um crescimento de 20% no número de lojas) —, além de marcar presença em 700 varejistas multimarca e exportar para quase 60 países. O plano agora é focar no franchising e abrir mais 25 unidades em 2022.

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Jorge Bischoff, fundador da rede de franquias que leva seu nome: plano é chegar a 125 unidades em 2022 (Foto: Divulgação)

Quando saiu da indústria em que começou sua jornada, o empreendedor foi trabalhar em grandes empresas como estilista. Até que ele percebeu que poderia fazer algo próprio, preenchendo lacunas do mercado. Assim, abriu um estúdio de design, que desenvolvia calçados e fornecia para outras empresas. 

Bischoff conta que o ponto de virada ocorreu durante um evento da antiga empresa, em 2002, quando um jornalista o questionou sobre a possibilidade de ele lançar uma marca própria, com a sua assinatura. Foi ali que ele percebeu a oportunidade de fazer algo diferente e autoral. Seis meses depois, já estava com a linha Jorge Bischoff pronta para a primeira loja, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

Logo na inauguração já veio o primeiro aprendizado: ele só tinha desenvolvido modelos de salto alto. “Eu adorava salto alto e foquei só nisso, não pensei nas clientes que poderiam buscar algo mais confortável na época. Não tínhamos noção de varejo, só de design. A ideia é que aprendêssemos como funciona o varejo para depois aprender como franquear.”

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Loja da Jorge Bischoff no Shopping Eldorado, em São Paulo: marca pretende ampliar presença na região (Foto: Divulgação)

Ao longo de cinco anos, ele foi remodelando o negócio e investindo em atendimento e experiência. “Já servíamos champanhe para as clientes.” Ao mesmo tempo, Bischoff abriu as frentes de exportação e de multimarcas para dar vazão à quantidade de calçados produzidos. Assim nasceu o Bischoff Group. Durante esse período, ele abriu mais duas lojas que atendiam a públicos completamente diferentes, o que o ajudou a evoluir as coleções da marca. Hoje, a empresa tem sede em Igrejinha (RS), conhecida por ser um polo da indústria calçadista nacional.

Em 2007, com o negócio já testado e formatado, foi inaugurada a primeira franquia em Belo Horizonte (MG), depois em Curitiba (PR) e Porto Alegre (RS). “Começou a pegar rumo e fomos crescendo organicamente.”

De acordo com o empreendedor, os percalços enfrentados pelo setor de calçados ao longo da pandemia não respingaram com tanta força na marca por ser um produto considerado de luxo — o tíquete médio de um scarpin é de R$ 400, mas há produtos que podem custar até R$ 6 mil nas lojas – as bolsas custam a partir de R$ 900. “As clientes não estavam viajando e resolveram comprar no Brasil. Mais do que uma necessidade de comprar sapato, era alimentar a alma naquele momento.”

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A grife Jorge Bischoff trabalha com produtos com tíquete médio superior a R$ 400 – calçados masculinos estão na mira da marca (Foto: Divulgação)

As lojas começaram a vender pela internet na pandemia, com uma página de e-commerce dedicada para cada operação, em um conceito de prateleira infinita, além de vendas por WhatsApp e live commerces. Mesmo com as reaberturas, o canal digital ainda representa cerca de 30% das vendas da marca.

A busca, no entanto, refletiu o momento: conforto e bem-estar ganharam espaço nos critérios de escolha de um calçado. “A partir de agosto do ano passado só não vendemos mais porque faltava matéria-prima para a fábrica”, afirma.

Em dezembro, a marca cresceu 11% em vendas em relação ao mesmo período em 2019. O faturamento de 2021 foi de R$ 111 milhões, 40% superior ao de 2020, já mostrando uma recuperação de fôlego para a marca. A meta agora é crescer 50% em 2022 e atingir R$ 163 milhões, com 125 lojas, no total. “Neste ano devemos voltar ao patamar de produção de 2019, que foi de cerca de dois mlhões de pares e peças — ou até superá-lo.”

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A Jorge Bischoff tem duas lojas conceito:: uma em Gramado (foto) e outra na rua Oscar Freire, em São Paulo (Foto: Divulgação)

O investimento inicial para abrir uma franquia da Jorge Bischoff é a partir de R$ 385 mil. O valor inclui taxa de franquia, adequação do imóvel e capital de giro. O retorno é estimado em até 36 meses. Os três principais objetivos da marca para 2022 são aumentar a presença no estado de São Paulo e na Região Nordeste, além de chegar a praças no interior do país — um mercado com alto potencial de consumo dos produtos da rede, na visão do empreendedor. Calçados masculinos também estão na mira do designer para encorpar o portfólio.

“O perfil de franqueado é variado, mas geralmente buscamos alguém que queira focar no negócio, abraçar o projeto. A marca tem um poder de fidelização, e é importante que o empreendedor esteja à frente do negócio, principalmente em cidades pequenas”, afirma Samantha Pessi, gerente de expansão da Jorge Bischoff.

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Quem é o dono da Jorge Bischoff?

Da infância nas fábricas de sapato até a criação da sua própria marca, o estilista Jorge Bischoff traçou um longo caminho no mercado calçadista. Hoje um dos principais nomes do segmento premium, o empresário gaúcho vem trabalhando, em meio à pandemia, para expandir seu modelo de franquias.

Quantos anos tem a marca Jorge Bischoff?

Criada no ano de 2003, com a abertura de uma loja-laboratório, na cidade de Porto Alegre/RS, seguiu uma evolução rápida. Após cinco anos, lançou o seu sistema de franchising, o que contribuiu para a expansão da marca, garantindo posição de destaque no mercado.

Onde nasceu Jorge Bischoff?

MAMAVA NA FÁBRICA Se depender das origens, é possível afirmar que Jorge Bischoff, 51 anos, é um dos maiores conhecedores de sapatos do país. Primeiro porque nasceu em Igrejinha, a 30 quilômetros de Novo Hamburgo, região onde está localizado o polo calçadista do Rio Grande do Sul - um dos maiores do país.

Quanto custa uma franquia da Jorge Bischoff?

O investimento inicial para abrir uma franquia da Jorge Bischoff é a partir de R$ 385 mil.