Onde se passa a história retire do texto uma frase que apresenta uma característica marcante do cenário?

Se você procurar em qualquer dicionário ou em sites de buscas irá encontrar a seguinte definição o que é narração: ação, processo ou efeito de narrar; exposição escrita ou oral de um acontecimento ou de uma série de acontecimentos mais ou menos sequenciados.

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Então, o que é narração? Narrar, contar, relatar uma estória que se sucedeu com um certo personagem, em um determinado tempo e lugar, sendo ela real ou não. Isso pode acontecer de forma oral, falada, ou escrita

Quem assume esse papel de contar a estória é sempre chamado de narrador.

Sendo assim, praticamente a todo momento estamos presenciando ou relatando uma narração.

Mas como isso cai no meu vestibular? O que eu preciso saber sobre narração? Muitas coisas! Então é melhor você continuar essa leitura.

De forma geral, o que é narração de um texto?

O texto narrativo é um dos gêneros, e dos mais famosos e usuais, que a língua nos proporciona. Ele narra histórias reais, fictícias ou mescla informações entre esses dois universos.

Sempre contará com a presença de um narrador, que pode assumir diferentes funções, falará de um personagem que vive em um determinado tempo e espaço. 

A narração seguirá uma sequência dos fatos, mas isso não quer dizer que será de forma linear. Ou seja, uma narrativa não precisa seguir a ordem cronológica dos fatos.

Um texto narrativo segue uma certa estrutura e tem a presença de alguns elementos básicos que servem para caracterizá-lo. Veja tudo isso a seguir!

Qual a estrutura de um texto narrativo?

Um texto narrativo, e até a narração oral, segue a seguinte estrutura: apresentação, desenvolvimento, clímax e o desfecho. O que encontramos em cada uma delas?

Na apresentação, o narrador irá introduzir seu leitor, ou ouvinte, às principais características que a estória está inserida, como o contexto, as personagens, o lugar e o período do tempo.

Ela pode acontecer de forma direta, quando o narrador diz logo de cara as características físicas, psicológicas das personagens, os detalhes do tempo e ambiente. 

No entanto, também pode ser indireta, quando no decorrer da estória aos poucos vão aparecendo esses detalhes.

O desenvolvimento é a sucessão dos fatos. O narrador irá contar o desenrolar da estória com seus desdobramentos e conflitos.

Clímax é o ponto auge da narração, a parte mais emocionante, já que é o momento da narração que acontece algo ou terá uma revelação marcante, surpreendente.

O desfecho, o próprio nome já diz, é a conclusão da narração. São os rumos finais da estória. 

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Elementos básicos da narração

Todo texto narrativo, seja oral ou escrito, tem a presença de certos elementos que o caracterizam como uma narração e a tornam coerente e interessante. No total, são cinco elementos que formam uma narrativa.

Quais são os 5 elementos da narrativa? 

Os cinco elementos narrativos são: espaço, tempo, enredo, personagem e narrador. A seguir, entenda mais sobre cada um deles!

Personagem

Os personagens são as pessoas que estão presentes na estória. Eles podem assumir diferentes funções na narrativa, quanto ao seu grau de importância, e também viver diferentes arcos narrativos.

Personagem linear

Os personagens lineares, que também podem ser chamados de planos, são aqueles que do começo ao fim da narração apresentam as mesmas características e ideias. Ele não evolui ao longo das ações. Ou seja, ele não muda com as circunstâncias.

Personagem complexa

Um personagem complexo, que também pode ser chamado de redondo, é aquele que apresenta ações não previsíveis. Suas características, ideias e comportamentos irão ser afetados pelas circunstâncias da narrativa. Ele começará na estória de uma forma e terminará diferente.

Tipo e Caricatura

Os personagens podem ser classificados também em tipo e caricatura. O tipo é aquele que é fácil identificar pela profissão, comportamento, classe social, ou seja, são traços comuns, típicos. Já o caricatura é aquele que os traços de personalidade e o padrão de comportamento são acentuados, às vezes beira o ridículo, em função da sátira.

Personagens não-humanas

Esse o próprio nome já diz, são personagens que não são humanos, mas que se comportam como um. Lembra que a narração não precisa ser de uma estória real? Pode ser também uma ficção. Então, num texto narrativo um peixe pode ser personagem, como no caso dos filmes “Procurando Nemo” e “O espanta tubarões”, ou algo inanimado, como os móveis e louças da história “A Bela e a Fera”.

Principais e Secundárias

De acordo com o grau de importância das personagens para o desenrolar da estória podemos classificá-las em principais e secundárias.

As personagens principais normalmente são as protagonistas e antagonistas. É através deles que a narração irá se desenrolar. Já as personagens secundárias são os coadjuvantes e figurantes. 

Protagonistas e antagonistas

Os protagonistas são os que desejam, tentam e conseguem algo, enquanto os antagonistas são os personagens que estão ali para dificultar, atrapalhar e impedir que as ações dos protagonistas aconteçam.

No caso dos coadjuvantes, eles desempenham papéis menores que estão presentes em ações secundárias dos protagonistas e antagonistas. Já os figurantes ajudam na caracterização do espaço.

Enredo

O pacote de fatos e ações que constroem a narração é chamado de enredo, ou seja, esse é o nome dado aos acontecimentos que as personagens passam. 

Tempo

É quando os fatos da estória acontecem. Lembrando que ele pode se classificar em três diferentes categorias: cronológico e psicológico. Veja a especificação de cada um a seguir:

Tempo cronológico

Quando a narrativa segue a ordem cronológica dos fatos: passado, presente e futuro.

Tempo psicológico

A narração segue o tempo psicológico quando o narrador conta a estória de acordo com as lembranças do personagem.

Espaço

É onde se passa a estória narrada. Ele pode ser tanto o espaço físico, – lugar, cidade, estado, país, planeta, etc, – quanto um espaço social ou um espaço psicológico. 

Cenário funcional e decorativo

O cenário no qual as personagens se movimentam e integram pode ser decorativo ou funcional. Quando decorativo, o espaço é lugar de referência, apenas situando onde acontece o fato, fazendo sobressair quem dele participa.

Já o espaço funcional é determinante da história, antecipando a ação ou enquadrando o lugar em que se desenrolará um episódio.

Espaço físico e social

Pode-se também discriminar os espaços físico e social. No físico os domínios da natureza. No social, estão os limites culturais, como nos romances urbanos: as sociedades dos salões, dos saraus, dos teatros, além de cortiços, vendas, feiras, ambientes espúrios, enfim a pobreza citadina.

Narrador

É quem narra, relata, conta a estória. Ele é a voz principal do texto.

Quais os 3 tipos de narrador?

O narrador pode assumir três diferentes funções no texto narrativo. São elas: participante, observador e onisciente. Entenda melhor cada uma delas.

Narrador participante

Também conhecido como narrador personagem, ele é o que conta a história e faz parte dela. Neste caso a  narração é feita na 1ª pessoa do singular (eu) ou do plural (nós).

Veja a seguir, num trecho do conto “Felicidade clandestina”, de Clarice Lispector, um exemplo de narrador participante:

“No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez.”

Narrador observador

Esse está distante do que se narra, não faz parte da estória, apenas observa e narra os fatos. Neste caso, a narração é feita na 3ª pessoa do singular (ele) ou do plural (eles).

Veja a seguir, num trecho do conto “Baleia”, de Graciliano Ramos, um exemplo de narrador observador:

“Por isso Fabiano imaginara que ela estivesse com um princípio de hidrofobia e amarrara-lhe no pescoço um rosário de sabugos de milho queimados. Mas baleia, sempre de mal a pior, roçava-se nas estacas do curral ou metia-se no mato, impaciente, enxotava os mosquitos sacudindo as orelhas murchas, agitando a cauda pelada e curta, grossa na base, cheia de roscas, semelhante a uma cauda de cascavel.

Então Fabiano resolveu matá-la. Foi buscar a espingarda de pederneira, lixou-a, limpou-a com o saca-trapo e fez tenção de carregá-la bem para a cachorra não sofrer muito.”

Narrador onisciente

O narrador onisciente é aquele que sabe de tudo do passado, presente e futuro, além dos pensamentos, sentimentos e ações dos personagens. Normalmente narra em 3ª pessoa e a sua voz, em alguns casos, pode ser confundida com a dos personagens quando ele narra o pensamento deles

Veja a seguir, num trecho do conto “Amor”, de Clarice Lispector, um exemplo de narrador onisciente:

“No fundo, Ana sempre tivera necessidade de sentir a raiz firme das coisas. E isso um lar perplexamente lhe dera. Por caminhos tortos, viera a cair num destino de mulher, com a surpresa de nele caber como se o tivesse inventado. O homem com quem casara era um homem verdadeiro, os filhos que tivera eram filhos verdadeiros. Sua juventude anterior parecia-lhe estranha como uma doença de vida. Dela havia aos poucos emergido para descobrir que também sem a felicidade se vivia: abolindo-a, encontrara uma legião de pessoas, antes invisíveis, que viviam como quem trabalha — com persistência, continuidade, alegria. O que sucedera a Ana antes de ter o lar estava para sempre fora de seu alcance: uma exaltação perturbada que tantas vezes se confundira com felicidade insuportável. Criara em troca algo enfim compreensível, uma vida de adulto. Assim ela o quisera e o escolhera.”

Tipos de discursos

Durante a narração é comum que o narrador insira na estória a fala dos personagens, a voz deles. Chamamos esse momento de discurso e eles podem ser classificados de duas maneiras:

Discurso direto

Quando o narrador demarca de maneira bem clara a entrada da fala da personagem. Há uma quebra na escrita do texto e o uso do travessão ou aspas.

Discurso indireto

Neste caso, a fala da personagem aparece em meio ao texto do narrador. Não há transição de forma demarcada. A fala da personagem segue junto com a fala do narrador, sem travessão ou aspas.

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Quais são os tipos de narração?

Como dissemos no começo deste texto, a narração é um dos gêneros mais comuns e usuais, uma vez que ela se apresenta em diferentes tipos textuais, como no conto, crônica, fábula, novela e romance.

O conto é uma narrativa curta que acontece em torno de um fato real ou fictício. Normalmente com poucos personagens, tempo reduzido e pode relatar tanto situações reais quanto ficcionais, em tempo cronológico ou psicológico.

A crônica é uma narrativa informal que normalmente tem como tema um acontecimento cotidiano. Ela pode adotar um tom irônico, de sarcasmo e seu período de tempo pode ser bem curto, até coisa de minutos.

A fábula é uma narrativa que transmite uma mensagem de cunho moral ao final da estória e esse é o caso que, comumente, há a presença de personagens não-humanos, que são animais com comportamentos e socialização semelhantes aos homens.

As novelas são narrativas mais longas que acontecem em torno de um personagem principal, o protagonista, mas não exclui que tenha outros. Geralmente tem só um núcleo que acompanha a trajetória do protagonista.

Por fim, o romance também é uma narrativa mais longa, mas que nesse caso envolve várias tramas. É um texto ficcional com um núcleo principal, mas não único. Por isso tão cheio de personagens e detalhes.

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Onde e quando se passa a história?

O espaço da narrativa é o local onde ela se desenvolve. Ele pode ser físico ou mesmo psicológico. No primeiro caso, o local onde se passa a história é indicado seja uma fazenda, uma cidade, uma praia, etc. São classificados em espaços fechados (casa, quarto, hospital, etc.)

Pode

10 – Pode-se dizer que o narrador se identifica com a menina? Por quê? Sim. Talvez o narrador se sentisse assim porque o calor era insuportável e o bonde não vinha logo; vendo a menina ruiva “numa terra de morenos”, sozinha, sem nada de interessante para fazer, naquele calor insuportável.

Qual é o tema central do texto?

O tema é a ideia principal do texto. É com base nessa ideia principal que o texto será desenvolvido.