Por que a taxa de mortalidade infantil caiu muito nas últimas décadas?

Por que a taxa de mortalidade infantil caiu muito nas últimas décadas?
Mãe dá água ao filho no campo de refugiados de Dadaab, no Quênia: situação da África Subsaariana preocupa a OMS Jonathan Ernst/Reuters/VEJA/VEJA

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O índice de mortalidade infantil na África Subsaariana é 17 vezes maior que a média apresentada pelos países desenvolvidos

A mortalidade infantil caiu 36% nas duas últimas décadas, ao passar de 12 milhões de mortes de menores de cinco anos em 1990 para 7,6 milhões em 2010, segundo relatório conjunto do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Na África Subsaariana, a região do mundo com maiores taxas de mortalidade infantil, este número caiu pela metade na última década com relação à anterior.

“Este dado demonstra os grandes avanços conseguidos inclusive nas regiões mais pobres do mundo”, afirmou o diretor-executivo do Unicef, Anthony Lake, que, no entanto, alertou que ainda morrem 21 mil crianças por dia no mundo todo por causas que poderiam ser evitadas.

A diretora geral da OMS, Margaret Chan, declarou que a redução da mortalidade infantil depende de múltiplos fatores, como a melhoria do acesso aos serviços sanitários nas primeiras semanas de vida, a prevenção de doenças infantis, a melhoria da cobertura de imunização e dos serviços de saneamento.

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O relatório adverte, no entanto, que um dos desafios para o futuro é melhorar os números de mortes de recém-nascidos e bebês, já que mais de 70% das mortes de menores de cinco anos acontecem no primeiro mês de vida e, destas, 40% ocorrem durante a primeira semana de vida.

Apesar dos progressos conseguidos, o relatório indica que ainda há grandes disparidades entre regiões, já que a África Subsaariana, onde morre uma de cada oito crianças antes de completar os cinco anos, segue tendo a proporção mais alta de mortalidade infantil do mundo, 17 vezes maior que a média dos países desenvolvidos.

A região da Ásia-Pacífico ocupa o segundo posto entre as regiões com maior mortalidade infantil, onde morrem uma de cada quinze crianças sem chegar aos cinco anos.

Em 2010, cerca de metade do total de mortes de menores de cinco anos aconteceram em apenas cinco países: Índia, Nigéria, República Democrática do Congo, Paquistão e China.

(com Agência EFE)

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Mortalidade infantil cai 75,8% em 30 anos

Rio de Janeiro - A mortalidade infantil no Brasil caiu de 69,1 por mil nascidos vivos, em 1980, para 16,7 por mil, em 2010, o que representa queda de 75,8%. O resultado está na pesquisa Tábuas de Mortalidade 2010 - Brasil, Grandes Regiões e Unidades da Federação, divulgada em 02/08/2013 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Saiba quais são as cidades com a melhor e a pior qualidade de vida no Brasil

Na avaliação do Instituto, a redução na taxa de mortalidade infantil é resultado concreto de ações governamentais e não governamentais no campo da saúde e reflete as condições de vida da população.

Segundo o gerente de Componentes de Dinâmica Demográfica do IBGE, Fernando Albuquerque, a mortalidade caiu em todos os grupos etários, mas a redução foi maior nos grupos infantil (até 4 anos) ou infantojuvenil (de 5 a 14 anos), por causa de programas do governo federal e de organizações não governamentais (ONG) com foco na diminuição da mortalidade infantil.

"Aleitamento materno, melhoria nas condições de saneamento básico e higiene pública, campanhas de vacinação, maior acesso da população aos serviços de saúde, maior escolaridade da mãe e política de assistência básica às gestantes são programas que efetivamente têm forte impacto na diminuição da mortalidade infantil e infanto-juvenil", explicou.

A pesquisa revela que, na Região Nordeste, para cada mil crianças nascidas em 1980, 120 não completariam o quinto ano de vida. Já em 2010, apenas 26 não chegariam aos 5 anos. "Foi uma redução muito forte. Deixaram de morrer 94 crianças, aproximadamente, que nasciam e não completariam o quinto ano de vida. A região Nordeste foi a que apresentou o maior declínio", esclareceu o gerente.

Albuquerque informou que a mortalidade infantil pode ser desmembrada em neonatal (referente ao primeiro mês de vida) e a pós-neonatal (do primeiro mês ao primeiro ano de vida). Na fase pós-neonatal, a mortalidade está associada a fatores sociais e econômicos. Já na fase neonatal, ocorre por problemas congênitos ou genéticos. "No caso da mortalidade pós-neonatal as causas são mais fáceis de se combater, pois são relacionadas a fatores sociais e econômicos, que estão melhorando no Brasil", contou.

A pesquisa mostra ainda que o padrão de mortalidade do brasileiro entre 1980 e 2010 caiu em todas as idades, sem concentração em um grupo etário específico."A diminuição da mortalidade atingiu tanto a base, como o meio e o topo da pirâmide etária", disse Albuquerque.

Para o gerente, a queda da mortalidade em todas unidades da federação é um fato e os ganhos foram significativos. No entanto, o país ainda está longe dos níveis de mortalidade de regiões mais desenvolvidas do mundo. Enquanto no Brasil a mortalidade está em torno de 16 óbitos em menores de um ano para cada mil nascidos vivos, em países da Europa, a taxa é quatro óbitos por mil.

"Diminuímos muito, mas continuamos um pouco distante das regiões mais desenvolvidas. Então a velocidade com que estes programas são aplicados deve continuar para nos aproximarmos dos níveis de regiões mais desenvolvidas", analisou.

Cristina Indio do Brasil - Agência Brasil
Edição: Denise Griesinger

[Fonte: EBC - Agência Brasil - 02/08/2013]

IDHM - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal

Informações adicionais da EBC - Agência Brasil:

•   Confira o IDHM 2013 dos municípios por escolaridade
•   Confira o IDHM 2013 dos municípios por renda
•   Confira o IDHM 2013 dos municípios por longevidade
•   Saiba quais são as cidades com a melhor e a pior qualidade de vida no Brasil
•   Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil - Atlas Brasil 2013
•   Confira o Atlas 2013 na íntegra

Mortalidade Infantil

Notícias da EBC - Agência Brasil:

•   02/08/2013 - Mortalidade infantil cai 75,8% em 30 anos
(Texto)   Na avaliação do Instituto, a redução na taxa de mortalidade infantil é resultado concreto de ações no campo da saúde e reflete as condições de vida da população

•   14/06/2013 - Teste do coraçãozinho ajuda a diminuir mortalidade infantil
(Áudio)   A cada mil recém-nascidos vivos, de um a dois bebês apresentam cardiopatia congênita crítica, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria

•   28/05/2013 - ONU discute programa de segurança alimentar de mulheres e crianças indígenas
(Áudio)   O programa teve início em 2010 e é uma das iniciativas financiadas pelo Fundo para o Alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio

•   23/05/2013 - Pesquisa revela: Bolsa Família teve impacto na queda da mortalidade infantil
(Texto)   A pesquisa registra que o Programa Saúde da Família também contribuiu para a queda dos números

•   23/05/2013 - Bancos de leite ajudam a reduzir mortalidade infantil
(Vídeo)   Apesar do aumento de bancos de leite no país, existe um déficit de 40% para atender recém-nascidos em UTIs neonatais. A campanha Doe Leite Materno pretende aumentar o índice de doações em 10%

•   16/04/2013 - Cerca de 3 milhões de bebês morrem anualmente no mundo
(Texto)   As principais causas de mortes neonatais são complicações ligadas a partos prematuros e durante o nascimento, assim como a ausência de cuidados adequados para as mães

•   07/02/2013 - Governo levará para as aldeias kit de combate à desnutrição de crianças indígenas
(Texto)   Caixa contendo vitaminas e sais minerais deve começar a ser distribuída a partir de março

Mortalidade infantil cai, mas Brasil ainda perde de vizinhos

No ranking de mortalidade infantil do Unicef, Brasil ocupa 107º lugar, atrás de outros latino-americanos, mas com significativa redução ao longo dos anos.

Por que a taxa de mortalidade infantil caiu muito nas últimas décadas?

Mortalidade infantil caiu de 129 para 16 mortes até os cinco anos a cada mil nascimentos
(©AFP/Arquivo / Pedro Ladeira)

São Paulo - O Brasil ocupa a 107ª posição no ranking de mortalidade infantil do Unicef, o fundo da Organização das Nações Unidas para a Infância, divulgado nesta quinta-feira. A lista enumera 195 países, daquele com a maior taxa de mortalidade (1º lugar) ao de menor taxa (195º). Segundo o relatório, a probabilidade de uma criança morrer no Brasil até os cinco anos de idade é de 16 a cada grupo de mil nascimentos.

A posição deixa o Brasil atrás de outros países da América Latina, como a Venezuela (15 mortes por mil nascimentos, em 115º lugar), Argentina (14 mortes por mil nascimentos, 122º lugar), Uruguai (10 mortes por mil nascimentos, 135º lugar), Chile (9 mortes por mil nascimentos, 141º lugar) e Cuba (6 mortes por mil nascimentos, 157º lugar). Também perdemos para outros gigantes emergentes, como China (15 mortes por mil habitantes, 115º lugar) e Rússia (12 mortes por mil habitantes, 128º lugar).

No entanto, o Brasil não está tão mal assim. A redução na mortalidade infantil foi de 87,6% desde 1970, passando de 129 mortes a cada mil nascimentos para 16 mortes a cada mil nascimentos. Isso corresponde a uma redução anual de 4,0% entre 1970 e 1990; 4,9% entre 1990 e 2000; e de 7,5% entre 2000 e 2011. Esses números estão em patamares semelhantes aos da China e são superiores aos números da Argentina, por exemplo.

De acordo com o relatório do Unicef, a redução da mortalidade infantil no Brasil foi de 73% desde 1990 e de 56% desde 2000. O país hoje está empatado com as Bahamas, as Ilhas Fiji, a Líbia, o México, a Moldávia, a Tunísia e a ilha de Santa Lúcia, no Caribe.

Os cinco países mais castigados pela mortalidade infantil são, nesta ordem: Serra Leoa (185 mortes por mil nascimentos), Somália (180 mortes por mil nascimentos), Mali (176 mortes por mil nascimentos), Chade (169 mortes por mil nascimentos) e República Democrática do Congo (168 mortes por mil nascimentos).

Já os países onde a probabilidade de morte antes dos cinco anos é menor são San Marino (duas mortes a cada mil nascimentos) e, empatados, Suécia, Eslovênia, Singapura, Portugal, Noruega, Luxemburgo, Japão, Islândia, Finlândia, Chipre e Andorra, todos com três mortes a cada mil nascimentos.

Confira a seguir a íntegra do relatório do Unicef. O ranking de mortalidade infantil encontra-se na página 99 e os detalhes sobre cada país estão na tabela 10, página 136:

Julia Wiltgen

[Fonte: Exame - 30/05/2013]

Pacto pela redução da mortalidade infantil

No ano de 2012, o Brasil conquistou uma importante vitória na luta contra a mortalidade infantil. De acordo com o Relatório Progresso 2012 - O Compromisso com a Sobrevivência da Criança: Uma Promessa Renovada, divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o País atingiu antecipadamente uma das metas estabelecidas no documento "Objetivos de Desenvolvimento do Milênio": desde 1990 reduziu em 73% as mortes de crianças menores de 5 anos.

O número atual de óbitos no País é de 16 a cada mil nascimentos, número inferior à meta de 17,9 óbitos por mil, imposta pela ONU e que deveria ser atingida até 2015. Em 1990, a taxa brasileira indicava que a cada mil crianças nascidas vivas, 58 morriam antes de completar cinco anos. Agora, o Brasil figura entre os cinco países com maior redução no número de óbitos infantis.

Uma das razões que explicam este resultado é o fato de o Brasil possuir a maior e mais complexa rede de banco de leite do mundo, com 208 bancos e 109 postos de coleta em todo o País. O leite materno é essencial para todos os recém-nascidos, e principalmente para bebês prematuros, pois garante proteção contra infecções, alergias e outras doenças, além de um desenvolvimento saudável da criança. Também com a ajuda da Política de Aleitamento Materno, o tempo médio de amamentação aumentou em um mês e meio nas capitais brasileiras e no Distrito Federal.

Outra frente do Ministério da Saúde é o programa Rede Cegonha, que presta assistência integral às gestantes e bebês em mais de 4.800 municípios brasileiros. Lançada em 2011, a iniciativa tem como objetivo melhorar o acesso ao planejamento familiar, pré-natal, parto e pós-parto até o segundo ano de vida da criança.

A diminuição da pobreza no País também foi fator determinante para a diminuição dos óbitos infantis, já que para receber o benefício do Bolsa Família toda mulher gestante tem de realizar o pré-natal. No caso de mães com filhos até 7 anos, é necessário a apresentação da carteira de vacinação em dia.

Ministério da Saúde

[Fonte: Portal Brasil]

Matérias relacionadas:   (links internos)
»  Objetivos de Desenvolvimento do Milênio
»  Publicações Unicef: Situação da Infância
»  Temas Especiais

Download - Relatórios Unicef:   (arquivo PDF)
»  Situação Mundial da Infância 2013: Crianças com Deficiência
»  Situação Mundial da Infância 2008: Sobrevivência Infantil

Referências:   (links externos)
»  EBC - Empresa Brasileira de Comunicação (Agência Brasil)
»  Exame
»  Ministério da Saúde
»  Portal Brasil

Porque a taxa de mortalidade infantil caiu muito nas últimas décadas?

No Brasil, vem-se observando um declínio na taxa de mortalidade nesse grupo, com uma diminuição de 5,5% ao ano nas décadas de 1980 e 1990, e 4,4% ao ano desde 20002. Alguns autores atribuem essa queda, especialmente, a mudanças nas condições de saúde e vida da população.

Porque a taxa de mortalidade infantil está diminuindo?

Entre os principais motivos estão: a falta de assistência e de orientação às grávidas, a deficiência na assistência hospitalar aos recém-nascidos, a ausência de saneamento básico (desencadeando a contaminação de alimentos e de água, resultando em outras doenças) e desnutrição.

Por que a taxa de mortalidade tem caído nos últimos anos?

A taxa de mortalidade em países desenvolvidos é baixa,principalmente pelo fato de existirem políticas públicas que auxiliam a população em suas necessidades, como vacinas e medicamentos.

O que provocou a queda da taxa de mortalidade infantil no Brasil?

"Segundo a Unicef, outros fatores que ajudaram a reduzir as mortes de crianças no Brasil incluem "melhorias nos serviços de saneamento básico, nos níveis educacionais das mães e nos índices de aleitamento materno e vacinação, além do crescimento na renda das famílias".