Quais são os dois continentes com maior quantidade de pessoas vivendo na pobreza extrema e qual a menos pobreza?

Embora avanços econômicos tenham contribuído para a redução da pobreza extrema nas últimas décadas, quase metade da população mundial ainda vive abaixo da linha de pobreza e sofre para satisfazer suas necessidades básicas, disse o Banco Mundial nesta quarta-feira (17/10).

Segundo um relatório da organização sediada em Washington, 3,4 bilhões de pessoas, ou 46% da população mundial, vivem com menos de 5,50 dólares por dia – a quantia limite para uma situação de pobreza em países de renda média-alta, como o Brasil.

Em nações de renda média-baixa, estar abaixo da linha da pobreza significa viver com menos de 3,20 dólares diários. Segundo o Banco Mundial, mais de 1,9 bilhão de pessoas – ou 26,2% da população mundial –  têm renda inferior a essa quantia.

Embora ainda "inaceitavelmente alta", a contagem total de pessoas vivendo na pobreza foi reduzida em mais de 68 milhões de cidadãos entre 2013 e 2015, "um número aproximadamente equivalente à população da Tailândia ou do Reino Unido", afirmou o relatório.

Além disso, a renda dos 40% mais pobres aumentou em 70 dos 91 países analisados pela instituição. Em mais de metade das economias, a renda dessa parte da população cresceu mais do que a média, o que significa que estão recebendo uma parcela maior dos rendimentos econômicos.

No Brasil, o índice de cidadãos abaixo da linha da pobreza foi menor do que a proporção global. Cerca de um quarto da população do país – ou 50 milhões de pessoas – vive abaixo desse limite, o que corresponde a uma renda mensal de 614 reais.

A proporção é semelhante na América Latina e no Caribe, onde 26% dos cidadãos têm renda diária inferior a 5,50 dólares, e 11% vivem com menos de 3,20 dólares. Segundo o relatório, a pobreza na região está mais associada a aspectos não monetários, como a falta de acesso a água potável, saneamento básico e eletricidade.

A região da Ásia Oriental e do Pacífico teve os melhores resultados em matéria de prosperidade compartilhada: a renda dos 40% mais pobres aumentou, em média, 4,7% entre 2010 e 2015.

Muitos países da Europa e da Ásia Central, por outro lado, sofreram recuos no crescimento dos rendimentos dos 40% mais pobres, principalmente por causa da crise financeira e do aumento da dívida, explicou o Banco Mundial.

Ainda assim, a região apresentou a porcentagem mais baixa de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza. Contudo, em relação ao acesso à educação, o desempenho foi pior do que em regiões como  Ásia Oriental e Pacífico ou América Latina e Caribe.

Já a África subsaariana é a região com o maior número de pessoas vivendo na pobreza. Sua população quase duplicou entre 1990 e 2015, sendo que um dos maiores aumentos se deu entre as pessoas que vivem com menos de 3,20 dólares por dia.

O relatório destaca, porém, um avanço importante em nível global: menos pessoas vivem hoje em situação de pobreza extrema, ou seja, com menos de 1,90 dólar por dia. A proporção caiu de 36% da população mundial em 1990 para 10% em 2015.

"Erradicar a pobreza extrema até 2030 e promover a prosperidade compartilhada são os nossos objetivos, e continuamos comprometidos com eles", afirmou o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, em comunicado.

EK/afp/efe/ots

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As restrições impostas no contexto da pandemia, em 2020 e parte de 2021, afetaram fortemente a economia global, aumentando o número de pessoas pobres. E a América Latina, região particularmente afetada pela desigualdade, não foi exceção.

Os países latino-americanos registraram aumentos em suas taxas nacionais de pobreza. Mas a comparação entre essas taxas é difícil, pois cada jurisdição mede a pobreza de maneira diferente.

Para tentar remediar esse problema, o Banco Mundial desenvolve um índice baseado em dados oficiais de renda diária, que leva em conta três fatores: número de pessoas com renda de até US $ 1,90 (linha internacional de pobreza), até US$ 3,20 (linha de pobreza para economias de renda média baixa) e até US$ 5,50 (linha de pobreza para economias de renda média alta).

Em todos esses casos, o índice é medido pelos preços internacionais de 2011.

O primeiro limite, de US$ 1,90, também é considerado o de extrema pobreza, enquanto o último, de US$ 5,50, é o recomendado pelo Banco Mundial para comparar os países da América Latina, região considerada de renda média-alta pela instituição.

Quais são, então, os países mais pobres da América Latina, de acordo com esta medição?

Honduras, Colômbia e Equador registram taxas de 49%, 29,4% e 25,4% de suas populações abaixo do limite de US$ 5,50 por dia, respectivamente, e de acordo com dados mais recentes de 2019. Não há dados oficiais recentes para Cuba, Nicarágua, Venezuela —onde as estimativas privadas falam de 94,5% de pobreza— e Guatemala.

Do outro lado da lista, Uruguai (3,2%), Chile (3,6%) e Costa Rica (10,6%) apresentam os níveis de pobreza mais baixos da região, de acordo com o mesmo patamar.

Pobreza na América Latina

Como os níveis de pobreza se comparam em diferentes países da América Latina?

Quais são os dois continentes com maior quantidade de pessoas vivendo na pobreza extrema e qual a menos pobreza?
Nota: Dados de 2019. Não há dados recentes para Cuba, Guatemala, Nicarágua e Venezuela. * Os dados mais recentes são de 2017 ** Os dados mais recentes são de 2018 / Fonte: Banco Mundial/Gráfico:Jhasua Razo, CNN

Em média, a América Latina registra uma taxa de pobreza de 3,7% abaixo do limite de US$ 1,90, 9,2% para US$ 3,20 e 22,5% para US$ 5,50.

Como ele se compara à média global?

Os níveis mundiais de pobreza são mais altos: 9,3% para o limite de US$ 1,90, 24,3% para o limite de US$ 3,20 e 43,5% para o limite de US$ 5,50.

Isso é, no entanto, uma melhoria substancial desde 1990, quando 35,9% da população mundial estava registrada para o limite de US$ 1,90.

O impacto da pandemia covid-19

Embora os dados para 2020 ainda não estejam disponíveis, as projeções do Banco Mundial já mostram um aumento significativo no número de pobres na América Latina como resultado da pandemia.

Tomando como referência o patamar de US$ 1,90, em 2019 estimou-se que havia cerca de 24 milhões de pessoas vivendo em extrema pobreza na América Latina.

Em 2020, o Banco Mundial estima que o número cresceu para 27,4 milhões de pessoas e cairia para 26,6 milhões em 2021, em meio a uma recuperação econômica rápida, mas desigual, após as restrições impostas pela pandemia.

Pobreza na América Latina de acordo com o limite de US $ 1,90 por dia

Milhões de habitantes

Quais são os dois continentes com maior quantidade de pessoas vivendo na pobreza extrema e qual a menos pobreza?
/ Fonte: Banco Mundial/ Gráfico: Jhasua Razo, CNN

“Nas duas décadas desde 1999, o número de pessoas vivendo na pobreza extrema em todo o mundo caiu em mais de 1 bilhão de pessoas. Parte desse sucesso na redução da pobreza será revertido por causa da pandemia da Covid-19: pela primeira vez em 20 anos, a pobreza provavelmente aumentará consideravelmente “, disse o relatório do Banco Mundial.

A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) observou em maio que a Colômbia está entre as economias que têm acelerado sua recuperação e que o México está, ao contrário, entre os atrasados.

“Mulheres, trabalhadores informais e os mais jovens são os mais afetados em termos de emprego, há um aumento das lacunas sociais na região”, disse Álvaro Pereira, diretor do Departamento de Economia da OCDE, à CNN.

Já a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), que produz seu próprio índice, ofereceu uma estimativa ainda superior à do Banco Mundial: 22 milhões de pessoas teriam caído na pobreza na região em 2020, elevando o total para 209 milhões, dos quais 78 milhões viveriam em extrema pobreza.

Para a CEPAL, e com os dados de 2019, 30,5% da América Latina seriam pobres e 11,3% em extrema pobreza. Até 2020, ele estima que os números teriam subido para 33,7% e 12,5%, respectivamente.

Com informações de Paula Bravo Medina e José Manuel Martínez da CNN en Español

*(Texto traduzido. Clique aqui para ler o original, em espanhol)

Quais são os dois continentes com maior quantidade de pessoas vivendo na pobreza extrema em qual há menos pobreza?

Novo estudo revela mais 500 milhões de pessoas vivendo na pobreza no mundo. Índice Multidimensional de Pobreza de 2019 foi apresentado esta quinta-feira; mais de 85% dos pobres vivem na África Subsaariana e no sul da Ásia; relatório também identificou níveis de pobreza em 10 países com 2 bilhões de pessoas.

Quais são os dois continentes com maior quantidade de pessoas?

Principais caraterísticas dos continentes.
A Ásia também se destaca em termos populacionais, onde os habitantes representam quase 50% da população do mundo..
A África é o continente com a população mais pobre do mundo. ... .
A Antártida, ou Polo Sul, é o local mais frio e mais seco do planeta..

Em qual região do mundo há mais pessoas vivendo na pobreza extrema?

Os países com mais pessoas vivendo na pobreza multidimensional são Índia, Nigéria, Paquistão, Etiópia e República Democrática do Congo.

Qual é o continente mais pobre do mundo?

A África possui inúmeras fontes naturais de riquezas, no entanto, ainda assim é o continente mais pobre do planeta. O PIB somado de todo esse continente é equivalente a US$ 2,1 trilhões, menos do que o PIB da Índia, por exemplo, que é de US$ 2,2 trilhões.