Qual a primeira mulher brasileira a ganhar uma medalha olímpica qual o ano e modalidade?

A cinco dias do fim das Olimpíadas de 2020, as mulheres brasileiras já quebraram o recorde de medalhas conquistadas em uma edição dos Jogos. As atletas do país somam nove pódios em Tóquio – quase metade das conquistas do Brasil na edição atual.

O recorde foi alcançado com a medalha de ouro de Ana Marcela Cunha obtida na maratona aquática na noite desta terça-feira (no horário de Brasília). Até então, a melhor marca das atletas do país era de sete medalhas em Pequim-2008.

O salto não é apenas em quantidade, mas também em qualidade. Já são três medalhas de ouro. Além da nadadora Ana Marcela, a ginasta Rebeca Andrade ficou no lugar mais alto do pódio no salto e as velejadoras Martine Grael e Kahena Kunze foram bicampeãs olímpicas na classe 49erFX.

As brasileiras também somam duas medalhas de prata, novamente com Rebeca no Individual geral da ginástica artística e com Rayssa Leal, a mais jovem medalhista brasileira da história – com apenas 13 anos –, no skate street.

A lista de Tóquio tem as medalhas de bronze da judoca Mayra Aguiar, da categoria até 78kg, que ficou em terceiro lugar pela terceira edição seguida dos Jogos, e das tenistas Laura Pigossi e Luisa Stefani nas duplas. 

Quem completa a relação de mulheres medalhistas em Tóquio são Beatriz Ferreira, na categoria peso leve (até 60kg) do boxe, e a seleção feminina de vôlei, que estão em finais e disputam o ouro.

As nove medalhas do momento representam quase metade das conquistas da delegação brasileira nas Olimpíadas de Tóquio – o país já assegurou 20 medalhas nos Jogos. 

A quantidade de medalhas femininas ajudou o Brasil a quebrar o recorde em uma edição das Olimpíadas — já são 20 garantidas, contra 19 medalhas conquistadas no Rio em 2016.

Qual a primeira mulher brasileira a ganhar uma medalha olímpica qual o ano e modalidade?
Rebeca Andrade traz de Tóquio uma medalha de ouro e outra de prataFoto: Ashley Landis

Brasileiras acumulam pódios desde 1996

Na história das Olimpíadas, as mulheres do país já conquistaram 36 medalhas: dez de ouro, nove de prata e 16 de bronze, além de uma a se definir – a de Bia, no boxe em Tóquio.

As primeiras medalhas de brasileiras vieram em Atlanta-1996. Foram quatro na ocasião, sendo uma de ouro, com Jaqueline e Sandra no vôlei de praia; duas de prata; com Adriana e Mônica no vôlei de praia e o basquete; e uma de bronze, no vôlei.

Em Sydney-2000, foram quatro no total, sendo uma de prata e três de bronze. Em Atenas-2004, foram apenas duas, ambas de prata.

Qual a primeira mulher brasileira a ganhar uma medalha olímpica qual o ano e modalidade?
As bicampeãs olímpicas Martine Grael e Kahena KunzeFoto: Phil Walter – 27.jul.2021/Getty Images

No recorde anterior, em Pequim-2008, Maurren Maggi, no salto em distância, obteve o primeiro ouro em modalidades individuais. A seleção feminina de vôlei também subiu no lugar mais alto do pódio na ocasião. Além disso, as mulheres levaram uma prata e quatro bronzes.

Em Londres-2012, as mulheres ficaram com dois ouros – Sarah Menezes no judô e novamente a seleção de vôlei — e quatro bronzes, totalizando seis pódios. 

No Rio-2016, foram cinco medalhas, sendo duas de ouro – a primeira da dupla Martine e Kahena e a de Rafaela Silva no judô –, uma de prata e duas de bronze. 

Ana Marcela Cunha, dona de 11 medalhas em Campeonatos Mundiais, conquistou o ouro na maratona aquática dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, nesta quarta-feira (4) na capital japonesa. A baiana, que nadava nas águas da Baía de Todos os Santos, em Salvador, se manteve nas primeiras posições desde a largada e guardou fôlego para um sprint final que lhe garantiu o primeiro lugar.

Ana Marcela Cunha, dona de 11 medalhas em Campeonatos Mundiais, conquistou o ouro na maratona aquática dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, nesta quarta-feira (4) na capital japonesa. A baiana, que nadava nas águas da Baía de Todos os Santos, em Salvador, se manteve nas primeiras posições desde a largada e guardou fôlego para um sprint final que lhe garantiu o primeiro lugar.

Ana Marcela, de 29 anos e que disputava sua terceira Olimpíada, nadou os 10 km em 1h59min30s08 no Odaiba Marine Park, na baia de Tóquio.

Completam o pódio a holandesa Sharon van Rouwendaal (1:59:31.7), campeão olímpica no Rio-2016, e a australiana Kareena Lee (1:59:32.5).

A medalha de Ana Marcela foi a segunda do Brasil em provas de maratona aquática em Jogos Olímpicos. No Rio, Poliana Okimoto conquistou o bronze.

"Esta medalha de ouro representa muito para mim", afirmou a atleta nascida em Salvador. "Em 2008 não tive nenhuma chance de ganhar, em 2012 não me classifiquei e no Rio não respondi à prova como meu treinador e eu esperávamos", disse a campeã olímpica.

"Viemos aqui com a intenção de ganhar esta medalha e há 10 dias eu falei para o meu treinador que levar o ouro nesta prova seria muito difícil para minhas rivais porque eu estava muito motivada e preparada", completou Ana Marcela, que venceu as provas de 5 km e de 25 km da maratona aquática no Mundial de Esportes Aquáticos de 2019.

Calor e frieza em águas abertas

"Temos que ser frios e tranquilos como os europeus", afirmou. "Somos latinos, somos quentes e emocionais, por isso tinha que ser fria mentalmente nesta prova e concentrada em que tinha que vencer. Sabia que estava preparada", completou.

Com a temperatura da água a 29 graus às 6h30 locais, horário de início da prova, a principal dificuldade consistia em enfrentar o calor tropical em uma prova de resistência.

Pontos de hidratação foram disponibilizados em diferentes momentos da prova para ajudar as atletas, que bebiam de suas garrafas nadando de costas, antes de descartá-las e retomar a competição em questão de segundos.

Com o triunfo de Ana Marcela Cunha, o Brasil chegou a quatro medalhas de ouro nos Jogos de Tóquio-2020, para um total de 15 pódios até o momento.

Além da maratona aquática, o país levou o ouro com o surfista Ítalo Ferreira, a ginasta Rebeca Andrade na prova do salto e as velejadoras da classe 49er FX, Martine Grael e Kahena Kunze.

O país soma ainda três de prata e oito de bronze. Além disso, o Brasil tem outras três medalhas asseguradas (duas no boxe e uma no futebol masculino).

Desta maneira, o Brasil está próximo de superar a marca de 19 medalhas conquistadas há cinco anos, quando foi a sede dos Jogos Olímpicos Rio-2016.

Carreira

Um dos maiores nomes da modalidade na última década, Ana Marcela começou a carreira olímpica em Pequim-2008, aos 16 anos, quando conseguiu um surpreendente quinto lugar. Em 2012, porém, não conseguiu classificação para os Jogos de Londres. Já no Rio, onde era vista como uma das grandes favoritas ao ouro, terminou na 10ª colocação.

Ana Marcela Cunha não nadou nas águas londrinas. Em Pequim e no Rio de Janeiro, suas braçadas foram menos potentes que as das adversárias. Mas, no mar de Tóquio, a nadadora baiana, uma das mais consagradas atletas da maratona aquática, finalmente agarrou o ouro olímpico.

Em Pequim-2008, aos 16 anos, ficou perto do pódio (5º) na estreia olímpica da maratona aquática. Em Londres-2012, não conseguiu a classificação e, no Rio-2016, teve que se contentar com o 10º lugar após perder uma reposição líquida.

A decepcionante performance olímpica daquela que é considerada por muitos a maior atletas da maratona aquática da história teve um final feliz nesta quarta-feira (4), após os 10 km da prova disputada no Parque Marítimo de Odaiba, uma ilha artificial na capital do Japão.

Quatro vezes campeã mundial nos 25 km (2011, 2015, 2017, 2019), uma vez nos 5 km (2019) e dona de dez recordes no Guinness por número de títulos e vitórias (25 até 2019) em séries mundiais da maratona aquática da Federação Internacional de Natação (Fina), Ana Marcela conquistou o ouro em Tóquio com um tempo de 1:59:30, chegando à frente da holandesa Sharon van Rouwendaal (+0,9), campeã no Rio, e da australiana Kareena Lee (+1,7).

O ponto mais alto do pódio em Tóquio vai engrossar uma já impressionante vitrine que inclui 66 medalhas (33 ouros, 16 pratas e 17 bronzes) de competições de 5, 10 e 25 km da Fina, além do ouro nos Pan-americanos de Lima-2019 nos 10 km e seis dos dez prêmios entregues à melhor nadadora de águas abertas do mundo.

"Eu amadureci muito para chegar até aqui e só tenho uma coisa a dizer: acreditem nos seus sonhos", declarou a campeã olímpica após ganhar o ouro, o primeiro do Brasil na modalidade.

Cultura marítima de Salvador

Ana Marcela está conectada ao mar desde muito cedo. Ela aprendeu a nadar quando tinha dois anos. Foi a mãe que lhe ensinou a dar as primeiras braçadas para evitar sustos na piscina da creche. Com oito anos ela já praticava em águas abertas, impulsionada pela cultura marítima de Salvador, sua cidade natal.

"Sempre gostei de nadar ao ar livre, nos rios, nas praias", explicou Cunha, de 29 anos, ao site oficial dos Jogos de Tóquio. "Eu treino todos os dias da semana, exceto no domingo. Começo às 6h00 da manhã, como, descanso, e depois faço outro treino pela tarde. Isso dá uns 300 km por mês, dependendo da estação", explica.

Paixão pelo esporte

Depois da decepção no Rio, em outubro de 2016 ela sofreu outro baque. Uma doença auto-imune forçou a remoção de seu baço, embora em pouco tempo ela já estivesse de volta ao mar.

De braços e pernas tatuadas e com os arcos olímpicos gravados no ombro direito, Ana Marcela gosta de compartilhar nas redes sociais seus coloridos e chamativos cortes de cabelo, além de fotos com a namorada e mensagens positivas para que os jovens se apaixonem pelo esporte.

Um de seus ídolos é Ayrton Senna. Durante uma prova de 36 km entre Capri e Nápoles, na Itália, Ana Marcela usou uma touca no estilo dos capacetes do inesquecível tricampeão mundial de Fórmula 1.

Embora ela, a braçadas, e por si só, há muito tempo tenha conquistado seu lugar na história do esporte brasileiro.

"Procuro sempre compartilhar cada sucesso com os outros. Não sou nem melhor nem pior do que ninguém. Sou apenas a Ana Marcela das maratonas em águas abertas".

(Com informações da AFP)

Quem foi a primeira mulher brasileira a ganhar a primeira medalha olímpica para o Brasil?

Em 1932, nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, Maria Lenk escreveu uma nova história para as mulheres brasileiras no esporte olímpico. Aos 17 anos, a nadadora paulista foi a primeira mulher brasileira e sul-americana a participar de uma Olimpíada.

Quem foi a primeira mulher brasileira a ganhar uma medalha olímpica no atletismo?

Primeira mulher brasileira a ter conquistado uma medalha de ouro olímpica em provas individuais, Maurren Maggi saltou impressionantes 7.04m em Pequim 2008, 1cm a mais que a então atual campeã olímpica Tatyana Lebedeva (Rússia).

Em qual modalidade o Brasil conquistou sua primeira medalha de ouro nas Olimpíadas?

Olimpíadas de Barcelona - 1992.

Qual o nome da primeira mulher campeã olímpica e em que modalidade ela se sagrou campeã?

Charlotte Reinagle Cooper (Ealing, 22 de setembro de 1870 - Helensburgh, 10 de outubro de 1966) foi uma tenista britânica e a primeira mulher a ganhar uma medalha de ouro olímpica.