Qual a principal atividade econômica que motivou a colonização do Piauí?

letra a: Inicialmente, a ocupação ocorreu no Vale do Paraíba, numa área situada entre as províncias de Rio de Janeiro e São Paulo. Posteriormente, irradiou-se no sentido oeste na província de São Paulo, atingindo a região de Campinas e alcançando Ribeirão Preto, o sul de Minas Gerais e o estado do Paraná.

letra b: A atividade econômica que motivou a expansão foi a lavoura cafeeira, que cresceu durante o século XX, tornando-se por muitas décadas a principal fonte de riqueza do Brasil.

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O Nordeste brasileiro representa a primeira zona de povoamento criada pelos conquistadores portugueses, que iniciaram a colonização a partir do litoral nordestino, que favorecia a ocupação em razão da presença de melhores condições naturais, como uma porção litorânea vastamente recortada, ideal para a navegação de cabotagem, e o relevo plano próximo ao mar.

O cultivo da cana-de-açúcar, (que obteve seu auge entre o final do século XVI e meados do século XVII), baseado no sistema Colônia-Metrópole, estruturou o comércio e o desenvolvimento das cidades nordestinas, principalmente na faixa litorânea, atualmente conhecida como Zona da Mata. Portugal ampliou seu comércio açucareiro com os recursos investidos principalmente em Pernambuco, com base no trabalho indígena e capital estrangeiro (holandês). Para produzir de acordo com as necessidades da colônia, foram trazidos os negros africanos. Esse sistema consolidou a estrutura fundiária que ainda prevalece no Nordeste, marcada por forte concentração de terras e influência de oligarquias e famílias tradicionais nas decisões políticas e econômicas.

A economia açucareira norteou outras atividades, como a criação de gado (carne, transporte, energia para os engenhos, sebo, lenha para as caldeiras), sendo que esta atividade acabou por se expandir para áreas do sertão, constituindo a base de sua economia. Ao final do século XVII, a produção de açúcar nas Antilhas aumentou a oferta do produto no mercado internacional, abaixando vertiginosamente seu preço. Com o declínio da produção açucareira, a pecuária absorveu grande parte da população.

Durante quase três séculos (XVI até o XVIII) a região Nordeste concentrou a maior parte da população e grande parte das riquezas do Brasil. O sistema de acumulação baseado na cana-de-açúcar, ao contrário do café no Sudeste, ocorreu num momento em que a ocupação brasileira representava o enriquecimento da metrópole através da exploração da colônia. Ainda que se discuta que no estado de São Paulo as riquezas se concentraram com os Barões do Café e não proporcionaram um equilíbrio na distribuição de renda, tal acumulação ocorreu num outro contexto histórico, pós-Revolução Industrial, sendo utilizada na modernização da infraestrutura e induzindo a formação de uma classe social capaz de investir em empreendimentos que se instalaram efetivamente no território brasileiro.

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Por outro lado, a pecuária extensiva foi responsável, ainda durante o século XVII, pelo início da interiorização da ocupação no Nordeste. Afastado da Zona da Mata para não comprometer a lavoura de cana, o rebanho bovino seguiu pelo Agreste – faixa transitória entre as áreas úmidas e as porções de clima seco ­– até alcançar o Sertão. A pecuária extensiva nordestina realizada no Agreste e no Sertão chegou a atrair até mesmo imigrantes paulistas para a região Nordeste. A figura do sertanejo, vaqueiro acostumado às condições extremas impostas pela seca existe até os dias atuais em diversas cidades nordestinas.

A partir do século XIX, o Nordeste passou a assumir um papel de dispersor de população. Historicamente, a região possui alto índice de emigrações, em função da carência de infraestrutura e de projetos de desenvolvimento que incluam as camadas mais populares, situação agravada pelas secas sazonais e a grande concentração fundiária.


Júlio César Lázaro da Silva
Colaborador Brasil Escola
Graduado em Geografia pela Universidade Estadual Paulista - UNESP
Mestre em Geografia Humana pela Universidade Estadual Paulista - UNESP

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29 set 2014 às 24:44

Última atualização: 29 set 2014

5 min leitura

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#316

Marcus Buaiz, o polvo dos negócios

Marcus Buaiz, o polvo dos negócios

Em bate-papo com Leandro Vieira, o empreendedor em série Marcuz Buaiz, famoso por suas parcerias em negócios que vão desde o entretenimento até gastronomia, explica como identificar oportunidades em diferentes segmentos, administrar os negócios e gerar valor.

Sobre o autor

Raimundo Nonato de Araujo

Casado, 37 anos, Administrador inscrito no CRA-PI, professor tutor do curso de Administração da UFPI/CEAD. Empresário do ramo varejista.

Casado, 37 anos, Administrador inscrito no CRA-PI, professor tutor do curso de Administração da UFPI/CEAD. Empresário do ramo varejista.

#316 Marcus Buaiz, o polvo dos negócios

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Qual era a atividade econômica desenvolvida no Piauí na época da colonização?

A história do Piauí mostra que a sua ocupação está intrinsecamente relacionada com a atividade pecuária e com o avanço da produção pelo interior do Nordeste brasileiro. O estado era ocupado majoritariamente pelas populações indígenas antes da chegada dos colonizadores portugueses, na primeira década do século XVII.

O que motivou a colonização do estado do Piauí pelo interior?

A colonização do Piauí deu-se através da entrada do gado no interior da província, que, segundo Gardner, era “uma das grandes fontes de renda do tesouro, era o lucro proveniente da venda do gado criado nas trinta fazendas pertencentes à Coroa” (GARDNER, 1942: 223).

Como se deu o processo de colonização do Piauí?

A colonização do Piauí iniciou-se em meados do século XVII, quando pernambucanos, baianos e paulistas adentraram os "sertões de dentro do Piagohy" e aí estabeleceram os seus currais. Inicialmente, as terras do Piauí receberam a denominação de Piagüí, nome dado pelos seus indígenas. Mais tarde, chamaram-nas Piagoí.

Qual foi uma das primeiras atividades econômicas do estado do Piauí?

A atividade pecuária no Estado é tradicional; a mesma foi uma das primeiras fontes de renda ao longo da história do Piauí.