Qual é o conceito de fóssil?

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Os fósseis são registros arqueológicos deixados no solo ou no subsolo, são restos de animais e plantas que se conservaram de maneira natural ao longo de milhões ou até bilhões de anos.

São conservados em sedimentos minerais, principalmente a sílica; o processo de fossilização consiste na transformação da matéria orgânica em um composto mineral, mas que não perde sua característica física. Um fóssil pode ser definido como a substituição da matéria orgânica de um animal ou vegetal por minerais. Por meio desse elemento arqueológico, o paleontólogo (profissional que estuda os fósseis) realiza descobertas de fatos que aconteceram há milhões anos.

O elemento arqueológico em questão revela, além de restos de animais e plantas, pegadas e restos de comida. Esses registros podem ter diferentes tamanhos, variando, desde dinossauros e ancestrais humanos, até seres microscópicos, como os protozoários.

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Para a realização de estudos pré-históricos é preciso analisar os fósseis, eles são fontes imprescindíveis para desvendar acontecimentos que ocorreram em tempos distantes.

Para a datação dos fósseis, o método mais usado e eficaz é o de radioatividade. Com o auxílio de aparelhos sofisticados, os cientistas avaliam ou medem a quantidade de carbono 14, urânio e chumbo presente nesses fósseis. A partir desses dados é possível saber há quantos milhões ou bilhões de anos se formou um mineral, por exemplo, além de identificar a idade de um fóssil animal ou vegetal.

Basicamente, existem dois tipos de fósseis, os somatofósseis (fósseis de dentes, carapaças, folhas, conchas, troncos e etc.) e os icnofósseis (fósseis de pegadas, de mordidas, de ovos ou de cascas do mesmo, excrementos, etc.).

Por Eduardo de Freitas
Graduado em Geografia

Os fósseis são registros de seres vivos que existiram no passado e que, de alguma forma, foram conservados. Esses seres vivos podem estar preservados em rochas, areia, gelo e, acredite, até mesmo dentro de outro fóssil. Os dinossauros são as grandes estrelas quando falamos em fósseis. Quem nunca sonhou em descobrir um grande esqueleto de dinossauro?

No entanto, é importante lembrar que fósseis não são apenas ossos. Uma pegada pode ser um fóssil e, até mesmo, as fezes. Sim, as fezes também podem se fossilizar e, nesse caso, são chamadas de coprólitos.

Todos os seres vivos morrem e sabemos que rapidamente seus restos desaparecem da natureza. Para que esse ser vivo se transforme em fóssil, ele não pode ser decomposto após sua morte. Sendo assim, ele deve ser rapidamente recoberto por fragmentos de rocha (sedimento), congelado ou aprisionado por substâncias produzidas por vegetais (âmbar).


Seres vivos podem ficar preservados em resina vegetal

Os paleontólogos (cientistas que estudam fósseis), ao estudarem os registros fósseis, podem imaginar como era o ambiente e quem habitava a Terra há milhares de anos. Assim, podem perceber as transformações que ocorreram nos seres vivos e no próprio planeta.

fóssil

fóssilfóssil | adj. 2 g. n. m. | adj. 2 g.

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fós·sil fós·sil


(latim fossilis, -e, extraído da terra)

adjectivo de dois géneros e nome masculino

adjetivo de dois géneros e nome masculino

1. [Paleontologia]   [Paleontologia]  Que ou o que constitui resto ou vestígio de plantas ou animais que se encontram nas camadas terrestres anteriores ao actualperíodo geológico (ex.: planta fóssil; estudo dos fósseis).

Qual é o conceito de fóssil?

adjectivo de dois géneros

adjetivo de dois géneros

2. Que se extrai da terra (ex.: carvão fóssil; combustível fóssil).

3. [Figurado]   [Figurado]  Que está fora de moda ou que não está a par da actualidade(ex.: ideiasfósseis). = ANTIQUADO, OBSOLETO, ULTRAPASSADO

Plural: fósseis.Plural: fósseis.

O termo fóssil é proveniente do latim fossilis, que significa “tirado da terra”. Fósseis podem ser definidos como restos ou vestígios de seres vivos que habitaram o planeta Terra no passado e são o objeto de estudo da Paleontologia. É através deles que torna-se possível obter informações a respeito dos seres que viveram em um período de tempo geológico anterior ao atual, sendo importantes para o entendimento da evolução da vida através do tempo.

Os fósseis são encontrados nas rochas sedimentares, rochas formadas a partir de sedimentos (fragmentos de outras rochas) que são transportados através de agentes como vento e rios e se depositam em um determinado local. Portanto, a gênese de um fóssil está, muitas vezes, diretamente relacionada à gênese da rocha sedimentar a qual está incorporado. É na rocha que estão as informações sobre o ambiente habitado pelo ser vivo ou, no caso de ter havido transporte do material biológico, o ambiente em que foi soterrado.

Diversos grupos de seres vivos estão representados no registro fossilífero, de modo que a variedade dos materiais encontrados é muito grande, existindo desde grandes mamíferos e gigantescos dinossauros, até polens e esporos de plantas que só conseguimos observar através de microscópios. Comumente associamos os fósseis a imagens de grandes ossadas de dinossauros, mas esta é somente uma fração do registro dos seres do passado. É possível acharmos fósseis de ossos, troncos, folhas, carapaças, conchas, pegadas, tocas, ovos, fezes, impressões de pele, etc.

Qual é o conceito de fóssil?
Fóssil de pegada de dinossauro terópode do Jurássico do Rio Grande do Sul. Foto por Arielle Both Gazzana, 2019.

Qual é o conceito de fóssil?
Fóssil do peixe Dastilbe, proveniente do Cretáceo do Ceará. Foto por Arielle Both Gazzana, 2019.

Qual é o conceito de fóssil?
Fóssil de dente do mamute Elephas primigenius, do Pleistoceno da Inglaterra. Foto por Arielle Both Gazzana, 2019.

Fósseis de ossos, troncos e folhas são classificados como restos (ou somatofósseis), visto que representam a preservação de partes do corpo do próprio organismo. Já pegadas, fezes, tocas e trilhas são classificados como vestígios (ou icnofósseis), estruturas resultantes da atividade em vida de um organismo que modifica o substrato e é preservada no registro fossilífero.

O processo pelo qual os restos e vestígios dos organismos são preservados nas rochas é chamado de fossilização, um evento extremamente raro, visto que a maior parte dos seres vivos acaba sendo decomposta após sua morte, impossibilitando a preservação de seus restos. Muitos dos vestígios deixados por estes organismos são destruídos pelo intemperismo, pela erosão ou pela ação biológica de outros organismos. Ainda, mesmo que um organismo seja fossilizado, durante o curso de milhões de anos é possível que este seja exposto e erodido antes que seja encontrado, isto é, destruído antes mesmo de tomarmos ciência de sua existência. Portanto, os fósseis são materiais raros que representam uma porção limitada do que foi a realidade da biodiversidade no passado geológico.

A fossilização é um processo que varia de acordo com o tipo de material fossilizado, as características do sedimento ao qual é incorporado e ao tipo de ambiente em que ocorre. Alguns dos tipos de fossilização existentes são:

  • Permineralização: ocorre quando partes duras de um organismo, como troncos de árvores e esqueletos ósseos, têm seus poros e cavidades preenchidos por sedimento e substâncias minerais como sílica e carbonato de cálcio, transportados pela água.

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Crânio de Jachaleria candelariensis que apresenta permineralização. Uma das consequências deste processo é o aumento no volume do material. Foto por Arielle Both Gazzana, 2019.

  • Substituição: processo em que a constituição mineralógica de estruturas como conchas, ossos e dentes modifica-se através da dissolução do mineral original e a substituição concomitante por outro abundante no meio. O mineral original pode ser substituído por minerais como sílica, pirita, carbonatos e limonita.

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Fóssil de concha de Australospirifer, braquiópode do Devoniano de Ponta Grossa, Paraná. Foto por Cristina Silveira Vega.

  • Recristalização: é quando ocorre o rearranjo da estrutura cristalina de minerais instáveis de partes duras de um organismo, que se modificam para formas mais estáveis, dando origem a outros minerais, mantendo a mesma composição química. Como exemplo, temos a conversão da aragonita das conchas de moluscos para calcita. Na recristalização as estruturas mais finas da morfologia dos restos é perdida.
  • Carbonificação ou Incarbonização: é quando há a eliminação de elementos voláteis da matéria orgânica, como hidrogênio, oxigênio e nitrogênio, preservando o carbono original. Ocorre em restos que não foram totalmente decompostos quando soterrados e é comum em fósseis de vegetais.

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Fósseis de folhas de Glossopteris preservadas por carbonificação. Neste processo o material apresenta uma coloração escura devido a uma fina película carbonosa. Foto por Arielle Both Gazzana, 2019.

  • Incrustação: é quando minerais carregados pela água precipitam-se sobre os restos orgânicos formando uma cobertura mineral que favorece sua preservação durante a fossilização. É comum em ossos e conchas de ambientes de caverna, onde a água é rica em minerais como o carbonato de cálcio.
  • Concreção: é quando durante o processo de decomposição dos organismos, são liberados compostos que desencadeiam reações químicas que ocasionam a precipitação de substâncias que envolvem os restos orgânicos em nódulos. Os fósseis da Bacia do Araripe são um exemplo de concreção; os peixes ao serem decompostos nos fundos de lagos liberavam amônia que facilitava a formação de carbonato de cálcio ao redor de seus restos, preservando sua forma dentro de nódulos que hoje são encontrados e coletados.  

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Concreção carbonática com peixe da Bacia do Araripe, do Cretáceo do Nordeste. A preservação excepcional permite a observação de detalhes do animal. Foto por Heitor Francischini, 2020

É possível também que, durante a litificação, o sedimento que envolve o material biogênico preserve a forma do resto mesmo que este seja totalmente destruído. O tipo de fóssil resultante desse processo é chamado de molde. Vale a pena mencionar que, apesar de também serem vestígios de um organismo, os moldes não podem ser classificados como icnofósseis, já que não foram produzidos por um organismo em vida. Os principais tipos de moldes são:

  • Molde Interno: ocorre quando o espaço interno do fóssil é preenchido por sedimento, preservando suas feições. Moldes de conchas e carapaças de invertebrados são os exemplos mais comuns, mas este tipo de preservação também pode ocorrer com cavidades cranianas de vertebrados, por exemplo.
  • Molde Externo: ocorre quando a parte externa do organismo é coberto por sedimento que preserva suas feições externas. Novamente, os exemplos mais comuns incluem os invertebrados e plantas.
  • Contramolde: ocorre quando a cavidade móldica (espaço vazio no sedimento, que era ocupado pelo resto do organismo antes de sua dissolução) é preenchida, preservando tanto as feições externas quanto internas do organismo. Desta forma, uma “réplica” do organismo é produzida.

Fósseis são encontrados em todos os lugares do planeta, desde os áridos desertos da Mongólia até as geladas terras da Antártica. Em conjunto, são capazes de reconstituir os cenários da biodiversidade existente em cada período geológico e demonstrar sua modificação ao longo do tempo. Microfósseis como conodontes, ostracodes e foraminíferos são utilizados na indústria petrolífera, possuindo além de seu valor científico um valor econômico expressivo. É através dos fósseis que podemos reconstruir seres que tanto nos encantam, como dinossauros, pterossauros, mamutes e tigres dente-de-sabre. São, portanto, o objeto de fascínio que faz da Paleontologia uma ciência tão cativante.

Materiais de Referência

BENTON, Michael J.; HARPER, David. A. T. Introduction to Paleobiology and the Fossil Record. 1.ed. Nova Jersey: Wiley-Blackwell, 2013. 608 p.

CASSAB, Rita de Cassia Tardin. Objetivos e Princípios In: CARVALHO, Ismar de Souza (Org.). Paleontologia – Volume 1: Conceitos e Métodos. 3.ed. Rio de Janeiro: Editora Interciência, 2010. 756 p.

VEGA, C. S.; DIAS, E. V.; RODRIGUES, S. C. Fósseis e Processos de Fossilização. In: SOARES, M.B.(Org.). A paleontologia na sala de aula. Ribeirão Preto: Sociedade Brasileira de Paleontologia, 2015. p. 90-102.

Qual é o conceito de fóssil?

Sobre o autor

Lucca Cunha é licenciando em Geografia na UFRGS e atua como bolsista de iniciação à popularização da ciência no programa Ciência na Sociedade, Ciência na Escola da Propesq. Também atua como voluntário no Laboratório de Paleovertebrados do Departamento de Paleontologia e Estratigrafia do Instituto de Geociências da UFRGS.

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Sobre o autor

Heitor Francischini é licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de São Carlos. Mestre em Geociências (Área de Concentração: Paleontologia; 2014) e Doutor em Ciências (Área de Concentração: Paleontologia; 2018) pelo PPGGeo-UFRGS. Durante o doutorado realizou período sanduíche no New Mexico Museum of Natural History and Science (em Albuquerque, EUA) e, durante a graduação, realizou intercâmbio na Universidad de la Republica (em Montevidéu, Uruguai). Atualmente é Professor Adjunto A da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ministrando as disciplinas Paleontologia Aplicada à Biologia, Paleontologia II e Paleontologia de Vertebrados para os cursos de Ciências Biológicas (Licenciatura e Bacharelado) e Geologia. Possui experiência com os seguintes temas: Paleontologia, Paleobiologia e Paleoicnologia, com ênfase no registro de vertebrados continentais do Paleozoico e Mesozoico, principais temas de sua pesquisa. É membro da Sociedade Brasileira de Paleontologia

Qual o conceito de fóssil?

Fósseis são restos ou vestígios de animais e vegetais preservados em rochas. Restos são partes de animal (ex.: ossos, dentes, escamas) ou planta (ex.: troncos) e vestígios são evidências de sua existência ou de suas atividades (ex.: pegadas).

É um exemplo de fóssil?

Os fósseis podem ser ossos, conchas, dentes, pegadas e geralmente são encontrados nas pedras e rochas muito antigas. Existem fósseis que são conservados quase que inteiramente, por exemplo, os mamutes encontrados no gelo, ou os insetos em âmbar (resina vegetal).

Como descrever um fóssil?

Os fósseis são registros de seres vivos que existiram no passado e que, de alguma forma, foram conservados. Esses seres vivos podem estar preservados em rochas, areia, gelo e, acredite, até mesmo dentro de outro fóssil. Os dinossauros são as grandes estrelas quando falamos em fósseis.

O que é um fóssil e qual a sua importância?

Os fósseis são estruturas importantes para a compreensão da história do planeta, bem como da evolução dos seres vivos. Os fósseis são restos ou vestígios de vida que ficaram preservados em rochas ou outros materiais naturais, como gelo e âmbar, e possuem idade superior a onze mil anos.