Por Renan Paiva de Souza Lima Show Professor de Geografia do Colégio Qi TransporteA Geografia consegue trabalhar com temáticas variadas, dentre elas, os modais de transportes responsáveis pela logística entre os diferentes espaços, organizando redes e fluxos de mercadorias, pessoas e informações entre os diferentes territórios. Com as informações fornecidas, podemos inserir o sistema de transportes como temática ligada às atuações da economia. No entanto, a organização dos transportes implica circunstâncias
além dos valores econômicos, interfere na organização do espaço urbano e, consequentemente, na sua mobilidade contribuindo para modelar o quadro espaço- temporal. Modais de transporte No Brasil, o Transporte rodoviário teve impulso a partir da década de 1920 do século XX por iniciativas de governantes
brasileiros com objetivo de articular as regiões brasileiras. A predominância desse modal em território nacional deve-se ao modelo implantado na década de 50 por Juscelino Kubistchek, consagrado pela frase “governar é abrir estradas”,promovendo a adoção do Modelo Rodoviarista, ou seja, construção, ampliação e melhoramento de rodovias. Dentro do Planos de Metas, que visava avançar “50 anos em 5”, JK faz uso desse modelo como manobra político-econômica para incentivar/viabilizar
a instalação de indústrias automobilísticas no Brasil. Durante os governos militares, a política rodoviarista foi mantida sob o propósito de “Integrar (o território) para não entregar (os recursos)”. O modelo rodoviário no Brasil adotou em muitos casos as privatizações, que podemos entender como concessões dadas a empresas privadas, que pagam tributações ao governo para explorar por período determinado trechos rodoviários. As privatizações encarecem os custos dos
fretes e, por conseguinte, aumentam o custo final dos produtos, ainda mais pondo em análise a dimensão continental brasileira. O Transporte Ferroviário brasileiro totaliza aproximadamente 30.000 quilômetros de extensão, malha considerada de pequena extensão ao comparar com sua dimensão territorial. Existem, no Brasil, duas grandes empresas ferroviárias: a RFFSA (Rede Ferroviária Federal S.A), aberta a concessão na década de 1990, e a FEPASA (Ferrovias Paulistas S.A). As
ferrovias brasileiras, em contexto com a década perdida de 1980, entram em estado de sucateamento e esterilização da ampliação da malha ferroviária nacional por motivos de austeridade fiscal. No entanto, visto a necessidade de sanar os gargalos logísticos, em 2011, validando a Lei 12.379 que dispõe do Sistema Nacional de Viação (SNV), busca-se trabalhar com o Programa de Aceleração Ferroviário (PAC Ferroviário). O Programa objetiva a expansão e o melhoramento da malha existente, além de buscar
viabilizar trens de alta velocidade.Tais obras serão conexões dos principais centros urbanos do País proporcionando benefícios na mobilidade, na segurança, no tempo e no conforto dos usuários. O Transporte Aeroviário é bem recente, com desenvolvimento após a Segunda Guerra Mundial, estabelecendo uma nova referência de velocidade de deslocamento. Este modal é responsável pelo deslocamento de produtos de alto valor agregado e de baixo peso unitário, com intuito de
entregas urgentes, como equipamentos médicos, transplante de órgãos, equipamentos científicos, entre outros. Para a aviação comercial de passageiros é economicamente mais rentável. O Brasil recentemente passa por crises aéreas devido à defasagem infraestrutural de seus aeroportos e carência de mão de obra qualificada para as operações de controle de tráfego aéreo. A modalidade aquática de transporte é a mais econômica, particularmente para grandes cargas e longas distâncias. Com a
ampliação do processo de Globalização, torna-se cada vez mais necessária uma política de incentivos ao transporte marítimo, já que ele é o grande responsável pelo comércio internacional. O Brasil é privilegiado em termos de recursos hídricos em geral e de vias navegáveis, de modo que os trechos hidroviários mais importantes economicamente localizam-se no Sudeste e Sul do Brasil. Para o pleno aproveitamento de outras hidrovias, é preciso construir eclusas, fazer obras de dragagem e principalmente
construir portos que possibilitem a integração intermodal (conceitos de unidade de cargas e conexão de infraestruturas). Os corredores de exportação, na face de postos específicos, correspondem ao ponto culminante de estruturação intermodal, onde as malhas rodoviárias e ferroviárias interconectam a pontos de transporte e armazenamento para escoamento de produtos de alta concentração e de grandes volumes, priorizando agilidade no escoamento para exportação ou consumo interno. Mobilidade urbanaA mobilidade urbana se apresenta como um desafio não só nos centros urbanos do Brasil, mas também nas grandes metrópoles do mundo. O deslocamento de pessoas, em busca de bens e serviços de qualidade, oportunidades de qualificação e empregos, acarreta, nas regiões metropolitanas e grandes capitais, localidades de concentração populacional. O notório inchaço urbano obriga com urgência a harmonia e agilidade o deslocamento de bens e pessoas
com eficiência, conforto e segurança além de mitigar os impactos ambientais, visuais e de poluição sonora e atmosférica, ressaltando também modelos de minimização da exclusão social. É neste bojo que o planejamento em transportes em longo prazo é imprescindível, fato este que, explicado pela adoção do modelo rodoviarista, as metrópoles brasileiras sofrem com os congestionamentos e elevado custo no preço das tarifas, ao ponto de ofertas de serviços precários, ineficientes e defasados
que acarretam significativa diminuição da qualidade de vida. Dentre as estratégias de melhoria e aperfeiçoamento da mobilidade em empreendedorismo intermodal, as iniciativas públicas e privadas devem priorizar o gerenciamento de transportes de massas, acima de tudo, transporte sobre trilhos, desenvolvendo logística de integração local, regional, nacional e internacional. Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.
Porque Juscelino Kubitschek resolveu investir em rodovias no Brasil?Essa estratégia teve como objetivos integrar o território brasileiro e também industrializar o país com base na formação de polos automobilísticos. O Brasil possui a quinta maior área territorial.
O que é o rodoviarismo no Brasil?O rodoviarismo
No Brasil, esta fase correspondeu ao governo Juscelino Kubitschek, que implantou a indústria automobilística, transferiu a capital para Brasília e acelerou a construção de rodovias.
Quando o Brasil começou a investir em rodovias?Os primeiros investimentos na infraestrutura rodoviária deram-se na década de 1920, no governo de Washington Luís. Em 1926 foi construída a Rodovia Rio-São Paulo, a única pavimentada até 1940. Os governos Vargas e Gaspar Dutra deram prosseguimento aos investimentos rodoviários junto aos ferroviários.
Qual é a importância das rodovias para o Brasil?Como um fundamental meio de transporte e distribuição da maioria das produções e cargas, além da circulação e do deslocamento de passageiros, ela deve apresentar condições adequadas de uso, garantindo conforto e segurança e evitando acidentes, o que a Bandeirantes, por exemplo, tem apresentado.
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