Quanto tempo leva para curar esofagite

Normalmente, o omeprazol produz uma melhora rápida dos sintomas, dentro de poucos dias. Entretanto, feridas como úlceras e inflamação na parede do esôfago e estômago, podem levar até 8 semanas para cicatrização completa.

Pode ser necessário usar também algum antiácido, juntamente como omeprazol, para ajudar a aliviar as dores estomacais, mas sempre conforme a orientação médica.

Se você está tomando omeprazol há duas semanas e não melhorou muito, deve primeiro falar com o seu médico gastroenterologista, que irá avaliar a necessidade de fazer ou não outra investigação.

Contudo, verifique se você está tomando o omeprazol da forma correta, em jejum, 15 minutos antes de cada refeição; vale também confirmar a data de validade do medicamento, e se tem seguido as orientações quanto a alimentação adequada para quem tem diagnóstico de gastrite ou esofagite. Se o medicamento não for usado corretamente, ele pode não produzir os efeitos esperados.

Como tomar omeprazol corretamente?

O correto é tomar o omeprazol antes das refeições, de preferência 15 minutos antes do café da manhã. Se for prescrito mais de uma vez ao dia, sempre 15 minutos antes de cada refeição.

Se tiver dificuldade em engolir as cápsulas, abra-as e misture o conteúdo com um pouco de suco de fruta ou água fria e beba imediatamente. Nunca mastigue ou macere os comprimidos.

Não mastigue os microgrânulos do interior das cápsulas e não os misture com leite.

Mesmo que você já esteja se sentindo melhor, não interrompa o tratamento antes do tempo determinado pelo médico.

Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1999), residência em Clínica Médica (2001)...

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Quanto tempo leva para curar esofagite

Escrito por Maria Beatriz Melero Analista Editorial


Formada em Jornalismo pela USP e pós-graduanda pela FESPSP. Tento transformar o seu dia a dia com informações de impacto e personagens inspiradores.

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Atualizado em 8 de agosto de 2022 Publicado em 7 de novembro de 2014

O que é Esofagite?

A esofagite é um quadro de inflamação no esôfago, o tubo que liga a parte posterior da boca ao estômago. Entre os sintomas da esofagite, estão: dor no peito, dificuldade ao engolir, azia, sensação de refluxo, além de pigarro e rouquidão.

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Diferentes causas podem levar a um quadro de esofagite, como uso de medicamentos, refluxo, reações alérgicas, entre outros. Por isso, o tratamento para a esofagite depende, essencialmente, da causa da doença.

Causas

As causas da esofagite variam de acordo com o tipo. Confira a seguir:

Esofagite de refluxo

A esofagite de refluxo acontece quando o conteúdo do estômago volta para o esôfago. Como na maioria das vezes trata-se de um conteúdo ácido, ocorre um desconforto, causando uma inflamação e até erosões vistas na endoscopia.

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Esofagite de eosinófilos

Eosinófilos são células sanguíneas responsáveis pela defesa ou imunidade do organismo, que ajudam na regulação de inflamações e participam ativamente na ação contra reações alérgicas.

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Trata-se de um tipo de alergia do esôfago, muito relacionada à comida. Pessoas alérgicas com quadro de rinite, asma, reações na pele, entre outros, apresentam mais chances de ter esse tipo de esofagite. Ao realizar a endoscopia, as alterações observadas são um tanto diferentes, com a presença de células eosinofílicas, que provocam reações alérgicas.

Esofagite causada por medicamento

Esse tipo de esofagite acontece quando um medicamento para no meio do caminho para o estômago e esse contato com o esôfago provoca uma lesão.

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Esofagite infecciosa

Esofagite também pode ser causada por infecção viral, bacteriana, fúngica ou por meio de um parasita no tecido que reveste o esôfago. A esofagite infecciosa é o mais raro dos tipos de inflamações no esôfago, e surge mais em pessoas com problemas de baixa imunidade – principalmente os portadores de HIV/AIDS ou câncer.

A causa mais comum deste tipo de esofagite é o fungo Candida albicans, normalmente presente na boca. No entanto, alguns fatores contribuem para a contaminação, especialmente imunidade baixa, diabetes, câncer e uso de antibióticos.

Tipos

Há quatro tipos de esofagites: a esofagite de refluxo, esofagite de eosinófilos, esofagite causada por medicamento e a esofagite infecciosa. A classificação desses diferentes tipos de inflamação se dá a partir daquilo que as causou. No entanto, mais de um fator pode levar uma pessoa a desenvolver quadro de esofagite.

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Sintomas

Os sintomas da esofagite costumam ser os mesmos, independentemente do tipo de esofagite diagnosticada. Eles são:

  • Dificuldade para engolir
  • Dor no peito
  • A comida ingerida fica presa no esôfago
  • Azia
  • Náuseas e vômito
  • Dor abdominal
  • Tosse
  • Rouquidão
  • Pigarro
  • Perda de apetite.

É importante lembrar, porém, que os sintomas variam de acordo com o tipo de esofagite: azia, queimação, dor no peito ao engolir, sensação de refluxo são aqueles que podem acontecer em todos os tipos de esofagite.

Além desses, a esofagite de refluxo também pode provocar tosse seca, pigarro, rouquidão.

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Na eosinofílica, o paciente pode ser assintomático ou ter sintomas parecidos com refluxo. Os quadros mais avançados da doença podem apresentar a sensação de que a comida não desce porque está parada no esôfago. Tanto na esofagite medicamentosa quanto na infecciosa, o principal sintoma é a dor.

Diagnóstico

Alguns testes específicos podem ser indicados pelo médico para conseguir realizar o diagnóstico. Confira:

  • Raio x de Bário: para realizar este teste, o paciente ingere uma solução contendo composto de Bário. Essa substância reveste o forro do estômago e do esôfago, permitindo que estes sejam esboçados por meio de aparelhos de raio-X, a fim de encontrar anormalidades existentes nas estruturas.
  • Endoscopia: um longo tubo com uma pequena câmera acoplada em sua ponto é introduzida pela garganta até o esôfago. Com este instrumento, o médico consegue enxergar irregularidades e recolher amostras para posteriores testes em laboratório. A aparência do esôfago às vezes pode indicar qual o tipo de esofagite em questão e as causas da inflamação.
  • Testes laboratoriais: pequenas amostras de tecido extraídas do esôfago do paciente são enviados para laboratórios, onde são realizados testes para diagnóstico das causas da inflamação.
  • Testes de alergia: este exame é usado apenas para casos de esofagite de eosinófilos, e é feito para saber se o paciente é alérgico a algo que esteja causando a inflamação. Nele, o médico coloca pequenos extratos alergênicos sobre a pele do paciente por exatos 15 minutos. Caso o paciente sofra alguma reação, é constatada a alergia.

Fatores de risco

Há alguns fatores considerados de risco para todos os tipos de esofagite existentes. Confira:

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  • Esofagites de refluxo: a alimentação rica em gordura, doces, cafeína, álcool, tabagismo, pode favorecer o refluxo e, consequentemente, esse tipo de esofagite;
  • Esofagites eosinofílico: é importante identificar qual o alimento que causa a resposta imune alérgica do corpo. Os mais comuns são o leite, grãos como o trigo, soja, frutos do mar e oleaginosas
  • Esofagites medicamentosa: os remédios mais recorrentes causadores desse tipo de esofagite são anti-inflamatórios, antibióticos e para osteoporose. Para evitar, é importante tomar o comprimido com o tronco na posição vertical e com quantidade suficiente de água
  • Esofagite infecciosa: está relacionada aos fatores de risco para infecção de um modo geral, como a baixa imunidade, uso de medicamentos imunossupressores.

Na consulta médica

Na hora da visita ao médico, compartilhe com ele todos os sintomas que esteja sentido. Isso vai ajudar muito na hora de realizar o diagnóstico. Fale também sobre seu histórico médico, medicamentos que esteja tomando e sobre o histórico familiar de doenças. Aproveite para sanar todas as suas dúvidas também. Mas o que perguntar?

  • Quais exames serão necessários?
  • Quanto tempo até o resultado dos exames?
  • Qual o melhor tratamento disponível para o meu caso?
  • Como vou saber se o tratamento está surtindo efeito?
  • O que devo fazer para evitar a recorrência dos sintomas?

O que esperar do médico

O médico provavelmente lhe fará uma série de perguntas. Estar pronto para respondê-las ajuda a ganhar mais tempo para cobrir outros pontos que deseja abordar. O médico pode perguntar:

  • As dores que você sente são muito fortes?
  • Tem dificuldade para engolir?
  • Com que frequência os sintomas aparecem?
  • Há alguma medida que alivie os sintomas?
  • Os sintomas são mais fortes em determinada hora do dia?
  • Você tem alergia a algo?
  • Toma remédios para alergias?
  • A comida já ficou presa em seu esôfago ao ser ingerida?

Buscando ajuda médica

Os sintomas da esofagite podem ser causados por uma série de razões e deficiências no sistema digestivo. Procure um médico quando:

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  • Azia, queimação, má digestão e sensação que a comida não desce adequadamente
  • Dor para engolir
  • Dor no peito quando come

De acordo com Débora Poli, gastroenterologista do Hospital Sírio-Libanês, é importante procurar ajuda médica mesmo com sintomas leves. “Na esofagite eosinofílica, por exemplo, nós conseguimos diagnosticar e fazer ajustes que evitam uma série de complicações em longo prazo”, afirma a especialista.

Tratamento

Para realizar o tratamento de esofagite, é preciso saber primeiro qual tipo de inflamação tratar.

Esofagite de refluxo

Há tratamento por medicamentos ou por intervenção cirúrgica. Os remédios interrompem a produção de ácido pelo estômago e permitem que a válvula que divide esôfago e estômago tenha tempo para se recuperar e voltar a funcionar propriamente. É com este fim que a cirurgia também pode ser feita – porém só em último caso, caso o tratamento com medicamentos eventualmente não funcione.

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Esofagite por eosinófilos

Para tratar a esofagite por eosinófilos, primeiramente é preciso evitar que reações alérgicas aconteçam. Para isso, o médico orienta uma dieta restrita, somente com os alimentos que o paciente pode consumir. Depois, ele também pode prescrever medicamentos para tratar reações alérgicas.

Esofagite medicamentosa

Trocar os remédios é a melhor alternativa para tratar a esofagite causada por medicamentos. Ou então, tomar uma versão líquida deste remédio ou tomar a pílula junto a um copo inteiro de água também podem ser uma opções válidas.

Esofagite infecciosa

Já para o caso da esofagite infecciosa, o médico poderá prescrever um medicamento específico para a infecção do paciente, seja ela viral, bacteriana, fúngica ou por meio de parasita.

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Medicamentos

Os medicamentos mais usados para o tratamento de esofagite são:

  • Antidin;
  • Canditrat;
  • Delixant;
  • Domperidona;
  • Esomeprazol Magnesio;
  • Label;
  • Lansoprazol;
  • Motilium;
  • Nexium;
  • Omeprazol;
  • Pantoprazol;
  • Cloridrato de ranitidina;
  • Mylanta.

Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.

Prevenção

Beba muita água junto de seus medicamentos. Não forçar o bom funcionamento do esôfago é importante para evitar a inflamação.

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Se for alérgico a algum tipo de alimento, ou ainda à poeira, evite ao máximo o contato com eles. Corte as comidas que causam alergia à sua dieta e evite ficar exposto à poeira. Uma medida fundamental para prevenir e tratar todos os tipos de esofagite é parar de fumar.

Convivendo (Prognóstico)

Evite alimentos que possam lhe causar alergias. É sempre bom evitar a ingestão de gordura, açúcar, álcool e também alimentos que possam facilitar o refluxo. Comer devagar, mastigar bem os alimentos, não pular refeições, alimentar-se nos horários adequados e ter atenção às quantidades também faz diferença.

Não há medidas de prevenção relacionadas à esofagite eosinofílica, pois essa tem relação direta com a genética, predisposição à alergia e sensibilidade.

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Ao tomar seu medicamento, beba bastante água junto. Isso ajuda a pílula a descer com mais facilidade.Perder peso éuma boa pedida também. Tudo para ajudar no tratamento e para acelerar a recuperação.

Complicações possíveis

Se não tratada, a esofagite pode alterar a estrutura e a forma correta do esôfago funcionar. Confira possíveis complicações da esofagite não tratada:

  • Estreitamento do esôfago (estenose);
  • Surgimento de tecidos estranhos no revestimento do esôfago;
  • Alteração nas células do esôfago, que podem acarretar em câncer;
  • Perfuração do esôfago.

Esofagite erosiva

A esofagite, quando não tratada corretamente, pode evoluir para esofagite erosiva. Neste quadro, há formação de lesões no esôfago devido ao refluxo gástrico crônico, o que leva ao desenvolvimento de sintomas como: 

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  • Vômitos com ou sem sangue;
  • Sangue nas fezes;
  • Dor de garganta;
  • Tosse crônica;
  • Rouquidão;
  • Dor ao engolir;
  • Dor no peito.

As lesões podem ser classificadas de acordo com a sua gravidade, seguindo a classificação de Los Angeles:

  • Esofagite erosiva grau A: 1 ou mais erosões menores do que 5 mm;
  • Esofagite erosiva grau B: 1 ou mais erosões maiores do que 5 mm, mas que não se juntam a outras;
  • Esofagite erosiva grau C: Erosões que se unem, envolvendo menos do que 75% do órgão;
  • Esofagite erosiva grau D: Erosões que estão em pelo menos 75% da circunferência do esôfago.

Esôfago de Barret

Trata-se de uma condição pré-maligna que surge a partir da constância da esofagite de refluxo e que demanda certa atenção.