Que oceano era desconhecido dos europeus é conhecido como mar Tenebroso?

O mundo conhecido no século XV Até ao século XV, os europeus tinham um conhecimento limitado do mundo: apenas conheciam parte da África e da Ásia; a América e a Oceania eram totalmente desconhecidas.

O mundo conhecido no século XV Até ao século XV, os europeus tinham um conhecimento limitado do mundo: apenas conheciam parte da África e da Ásia; a América e a Oceania eram totalmente desconhecidas. Less

Por volta do século XV, o formato da Terra ainda não era um consenso entre os estudiosos da época. Muitos, a imaginavam plana como um disco, onde os mares terminariam em um abismo infinito. Além disso, os marinheiros acreditavam na existência de monstros terríveis, que podiam afundar qualquer navio que ousasse se afastar da costa ou do mar Mediterrâneo.

O desconhecido sempre estimulou a imaginação do homem. Os habitantes da Europa dos Quatrocentos não foram exceção. Pelo contrário, costumavam ser bastante criativos em suas descrições das terras e povos que ainda não conheciam, mas estavam perto de encontrar. A crença, por exemplo, em ilhas míticas e em monstros de todas as espécies, enraizada no imaginário da gente do continente, influenciou a representação cartográfica até o século XVII e a cultura e a mentalidade européia até datas posteriores.” (RAMOS, 2008, p. 169)

Justamente por ser desconhecido, o Oceano Atlântico despertava a imaginação e o medo, que, contudo, não foram maiores do que o desejo de muitos navegadores de buscar lucro e riquezas em outras terras. 

As navegações e as descobertas também estimularam a observação, a classificação e a anotação sistemática de informações de todo o tipo: direção de ventos, correntes marítimas, espécies animais e vegetais, bacias hidrográficas, costumes e línguas de povos que habitavam as terras descobertas entre outras coisas.

Que oceano era desconhecido dos europeus é conhecido como mar Tenebroso?
 

Gravura do século XVI, feita pelo geográfo alemão Sebastian Münster, acerca dos monstros que habitavam o "Mar Tenebroso"

   

Esses estudos mudaram a mentalidade européia. Já não se tentava explicar o mundo e seus fenômenos apenas pela fé ou pela vontade de Deus, como se fazia na Idade Média. A ampliação do mundo conhecido contribuiu para aumentar a confiança do ser humano em si mesmo e em sua capacidade de interferir nos acontecimentos, de conhecer cada vez mais, de ir cada vez mais longe.

A partir da exploração do "Mar Tenebroso", que não acabava em abismos ou possuía monstros devoradores de embarcações, os peninsulares1 iniciaram o processo de expansão marítima, que transformou não apenas a história de Portugal e Espanha, como a de todas as civilizações que passaram a ter contato com os povos europeus. Foi a partir de então, que o mundo começou a ficar pequeno.

Fontes consultadas:

  • RAMOS, Fábio Pestana. Por Mares Nunca Dantes Navegados: a aventura dos descobrimentos. São Paulo: Contexto, 2008. Retirado de: http://ucs.bvirtual.com.br/.

  • RODRIGUES, Joelza Ester Domingues. História em Documento: Imagem e texto, 7º ano. São Paulo: FTD, 2009.

Imagens retiradas dos sites:

http://historiaeoutrashistorias.blogspot.com/2011/02/expansao-maritima-e-o-oceano-atlantico.html

A partir do século XV, sob a liderança de portugueses e espanhóis, os europeus começam um processo de intensa globalização, a chamada Expansão Marítima. Este fato também ficou conhecido como as Grandes Navegações e tinha como principais objetivos: a obtenção de riquezas (atividades comerciais) tanto pela exploração da terra (minerais e vegetais) quanto pela submissão de outros seres humanos ao trabalho escravo (indígenas e africanos), pela pretensão de expansão territorial, pela difusão do cristianismo (catolicismo) para outras civilizações e também pelo desejo de aventura e pela tentativa de superar os perigos do mar (real e imaginário).

Sendo assim, preconizaremos nossa análise no desejo de aventura e superação dos perigos do mar. Será que no momento das Grandes Navegações os europeus acreditavam realmente que o planeta Terra tinha o formato de um quadrado? E que nos mares existiam monstros tenebrosos?

Sempre que lemos textos sobre a Expansão Marítima Europeia é comum encontrarmos referências aos perigos dos mares, a inexperiência e inexatidão dos navegadores, esses textos nos dão a impressão de que os europeus não tinham nenhum aparato técnico e tecnológico para a época, e parece-nos que quando iriam lançar-se ao mar, estariam caminhando na escuridão, sem visão e sem destino. Quem nunca ouviu dizer ou leu sobre a chegada dos portugueses ao território do atual Brasil, que esses queriam ir às Índias e se perderam e acabaram chegando à América! Então, chegaram aqui por acaso?

Primeiramente devemos pensar como essas ideias (terra quadrada, mar tenebroso, monstros, zonas tórridas) foram surgindo no pensamento e mentalidade dos europeus no século XV. Desde a Idade Média a Igreja Católica era detentora de enormes poderes políticos e espirituais (religioso).            Portanto, a Igreja disseminava teorias sobre as coisas naturais, humanas e espirituais para exercer prontamente o seu poder. Geralmente, aqueles que contrariavam as teorias Teocêntricas da Igreja sofriam sérias perseguições. Além do mais, o catolicismo exercia a proibição e a censura de certos livros, principalmente dos filósofos da antiguidade clássica (Platão, Aristóteles, Sócrates).

Esta situação somente começou a mudar com o advento do renascimento urbano e comercial. Permitindo outras possibilidades de leituras do mundo, das coisas naturais, humanas e espirituais. Sendo assim, o infante português D. Henrique iniciou em Sagres (Sul de Portugal) um local de estudos que reuniu navegadores, cartógrafos, cosmógrafos e outras pessoas curiosas pelas viagens marítimas.

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Este local de estudos ficou conhecido como Escola de Sagres, nesta escola desenvolveram novos estudos sobre técnicas de navegação, aperfeiçoaram a bússola, o astrolábio (ferramentas de orientação geográfica), produziram constantes mapas das rotas pelos oceanos e criaram novos tipos de embarcação, por exemplo, as caravelas, mais leves e movidas por velas latinas de formato triangular, que facilitavam as manobras em alto mar e propiciavam percorrer maiores distâncias.

As diferenças são nítidas entre o acaso de navegar e a precisão nas navegações, se analisarmos mapas feitos anteriormente à Escola de Sagres, percebemos nestes a presença de monstros nas ilustrações dos oceanos como obstáculos dos navegadores, outro aspecto importante nestes mapas era a presença de anjos desenhados no céu, representando a proteção aos navegadores, como se esses anjos estivessem protegendo as embarcações.

Além de superar os perigos reais (as tempestades, as danificações nas embarcações, as doenças, a fome e a sede), os navegadores, pela mentalidade medieval, ainda tinham que superar os medos imaginários (os monstros marinhos, a zona tórrida, a dimensão plana do planeta, quanto mais navegavam mais próximos estariam do abismo). Acreditamos que a presença dos medos imaginários existiu, mas as inovações técnicas e tecnológicas (Escola de Sagres) propiciaram outro “olhar” para as navegações, permitindo a Expansão Marítima Europeia.  

A difusão da ideia da chegada ao continente americano por parte dos portugueses não passa de um possível enaltecimento dos feitos lusitanos, que teriam enfrentado o mar tenebroso e heroicamente encontrou o “Novo Mundo”. Sobre a desconstrução do acaso (se perderam e chegaram a América), temos relatos que comprovam que outros navegadores chegaram antes de Pedro Álvares Cabral (abril de 1500), forma eles: o italiano Américo Vespúcio (1499), o espanhol Vicente Pinzón (1499), e Diego de Lepe (janeiro de 1500), mas não tomaram posse da terra.

Portanto, se outros navegantes passaram pelo litoral do atual Brasil antes da esquadra de Cabral, possivelmente eles saberiam o trajeto para chegar. Nos relatos dos tripulantes, não há referência a tempestades e turbulências no mar; pois mesmo se estivessem perdidos no mar a bússola e o astrolábio (tecnologia da época) orientariam os navegadores geograficamente, e com certeza saberiam a posição que se encontravam.


Leandro Carvalho
Mestre em História

Qual era o nome do mar tenebroso?

Navegar no Oceano Atlântico não era tarefa fácil. Este oceano era conhecido como o Mar Tenebroso, pois havia a ideia difundida pela Igreja Católica, de que os oceanos eram habitados por monstros marinhos. Além disso, alguns acreditavam na ideia que a Igreja Católica difundia, de que a Terra era plana.

Qual é o nome do oceano que era temido é desconhecido pelos europeus?

O Oceano Atlântico era conhecido como “Mar Tenebroso” com temperaturas escaldantes, povoado por monstros e outros perigos. Para um europeu sem instrução, o que você acha que as imagens transmitiam?

Por que os europeus chamaram o Oceano Atlântico de mar tenebroso?

O Oceano Atlântico, no Período das Grandes Navegações, era chamdo de Mar Tenebroso;pois o mar Atlântico sempre foi, desde o tempo das navegações, um mar muito turbulento, e vários navegadores enfrentavam grandes tempestades em sua rota.

Como os portugueses chamavam o Oceano Atlântico?

'Mar Tenebroso' A cada três navios que partiam de Portugal, um era "engolido pelo mar". Não à toa, o Atlântico era conhecido como "Mar Tenebroso".