Quem é o chefe do cv

Com carta branca da facção rival para atuar livremente, o Comando Vermelho de Mato Grosso, liderado por Sandro da Silva Rabelo, o “Sandro Louco”, operava de dentro da Penitenciária Central do Estado (PCE) uma articulada rede de tráfico de drogas, fornecendo drogas para presídios e abastecendo diversas bocas de fumo na região metropolitana de Mato Grosso, com apoio de fornecedores e colaboradores do lado de fora. 

O detento usava a esposa Thaisa Souza de Almeida como intermediária nas negociações, na compra e armazenamento de entorpecentes. A mulher do líder da facção e mais 42 pessoas são alvos de investigação da Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso, que resultou na operação “Grená”, deflagrada nesta quarta-feira (30.04) passada, por meio da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e a Diretoria de Inteligência para cumprimento de 55 ordens judiciais (43 prisão e 12 busca e apreensão). Trinta e seis pessoas, sendo 27 detentos e 9 integrantes e colaboradores da facção que estavam do lado de fora das cadeias tiveram os mandados cumpridos. Sete estão foragidos.

A traficante Thaisa foi presa quando tentava deixar uma encomenda para o companheiro "Sandro Louco", na penitenciária da Mata Grande, em Rondonópolis, no início da noite de quarta-feira (30.05).

A operação que contou com apoio da Secretaria de Segurança Pública (Sesp) e Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) também transferiu para uma penitenciária federal de segurança máxima, no estado do Rio Grande do Norte, oito detentos, sendo sete membros da cúpula do CV-MT.

Em uma de suas muitas ações criminosas articuladas de dentro da cadeia, “Sandro Louco” combina com a mulher para ela levar 20 quilos de entorpecente. Depois pede para pegar 100, se referindo à quantidade da droga, com outra pessoa, e que metade é para entregar para outro indivíduo.

No dia 12 de setembro de 2013, Thaisa Souza juntamente Lauriane Cristianne Moreira de Amorim foram presas em flagrante por tráfico de entorpecentes e teria conseguido liberdade e voltado novamente a atuar no tráfico de drogas a mando do marido Sandro Louco.

A suspeita Lauriane Cristianne Moreira é filha do traficante Sebastião Lauze Queiroz de Amorim, conhecido por “Dandão”, considerado um dos maiores traficantes da capital, concentrado seu foco na região do bairro Jardim Liberdade, em Cuiabá.

Com um currículo criminoso de dar inveja a bandidos, Sandro da Silva Rabelo, vulgo “Sandro Louco”,  “Bile ou Bili”, é condenado por vários crimes, entre eles latrocínios, e  exerce grande poder sobre a criminalidade no Estado de Mato Grosso, sendo respeitado tanto dentro como fora do Sistema Prisional. O criminoso é principal líder do Comando Vermelho em Mato Grosso e um dos idealizadores do CV-MT. Ele é membro do “Conselho Final” e exige o cumprimento rigoroso do estatuto da facção.

O detento “Sandro Louco” ainda tem pena a cumprir de 161 anos, 9 meses e 24 dias, em regime fechado por diversos crimes praticados. Já cumpriu 17 anos, 7 meses e 14 dias, desde a primeira vez que foi preso em 1993. Sandro já passou por várias transferências de unidades prisionais de Mato Grosso e também fugiu de muitas delas. Foi transferido duas vezes para unidade de segurança máxima, entre elas a penitenciária federal de Catanduvas, no Paraná.

O líder do CV-MT operava a rede de tráfico junto com Miro Arcângelo Gonçalves de Jesus, vulgo “Miro Loco” ou “Gentil”, criminoso condenado por vários delitos e também um dos idealizadores do CV-MT. Ele é membro do “Conselho Final” e um dos responsáveis pelo financeiro da facção. Possui altíssima liderança e exige o cumprimento rigoroso do estatuto. Comandava de dentro da  Penitenciária Central do Estado (PCE) diversas “bocas de fumos” na Grande Cuiabá.

De acordo com as investigações, “Miro Louco” além de atuar fortemente no tráfico de drogas, agia como intermediário nas transações de compra e troca de armas de fogo e ainda planejava assaltos. Um dos seus comparas do lado de fora é Deivid dos Santos Moya, que não é membro do CV-MT, porém, realizava intensamente a comercialização de drogas. Outro parceiro é uma pessoa identificada por “Wellington”, que age na venda de drogas e recolhendo dinheiro das bocas de fumo, que pertencem a “Miro Louco”, onde possivelmente o dinheiro é usado para aquisição de mais entorpecentes.

O suspeito Deivid dos Santos foi preso na operação "Grená". Os suspeitos identificados no comércio de drogas também são investigados pela Delegacia Especializada de Entorpecentes (DRE).

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Iniciais do Comando Vermelho podem ser vistas em paredes de imóveis no Vidigal Foto de leitor/Arquivo pessoal

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A Polícia Federal prendeu nesta terça o secretário de Administração Penitenciária do Rio, Raphael Montenegro, e dois subsecretários da pasta: Wellington Nunes da Silva (Gestão Operacional) e Sandro Farias Gimenes (Superintendente).

A ação mira um esquema criminoso na cúpula da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária, que manteria uma espécie de pacto com chefões do crime organizado no país.

Conversas gravadas pelos investigadores flagraram todo o acerto entre o secretário Montenegro e os criminosos. Na decisão em que ordena as prisões e buscas contra os investigados, o desembargador Paulo Cesar Morais Espírito Santo reproduz uma série de conversas.

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O desembargador chega a registrar que os diálogos “causam bastante espanto”. Ele se refere ao encontro de Montenegro com o chefe do Comando Vermelho, Marcinho VP, preso há 25 anos. A preocupação do secretário, diz o desembargador, “é que as atividades criminosas, que continuarão a ser praticadas com as transferências dos presos perigosos, não causem uma sensação de intranquilidade ainda maior no Estado do Rio de Janeiro, a ponto de chamar a atenção das autoridades”.

“Tu manda na porra toda, não preciso nem perguntar isso. Então assim, ninguém veio aqui jogar papo fora. Você é o cara que — provavelmente você e o (Fernandinho) Beira-Mar são os caras — provocam tudo esse movimento para gente rodar o Brasil inteiro para entender o que tá acontecendo. Acho que o Nem (Antonio Francisco Bonfim Lopes) também é um cara que pede pra gente reavaliar. Então, cara, assim, você é um cara, talvez, assim, a conversa mais importante que a gente vai ter, então hora é hora, agora é hora, cara. Você é um cara que fala bem, você é um cara inteligente, todo mundo sabe, então, irmão, a bola tá contigo, vende teu peixe aí, porra”, diz Montenegro a Marcinho VP.

“Mas o que o senhor quer saber”, questiona Marcinho.

“A gente sabe que você é o frente do Comando (CV), ninguém tem expectativa que você vá pro Rio para largar a vida, a gente sabe, a gente têm consciência dos compromissos que você tem com os seus irmãos, a gente tem consciência do compromisso que você tem com a facção, agora, a gente também sabe que você é um cara que no Rio, pô, pode baixar a poeira pra caralho, né”, diz o secretário.

“Verdade”, responde Marcinho VP.

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“Você é um cara que, porra, talvez você seja um cara mais importante que o secretário de Segurança Pública no Rio”, diz o secretário.

“O que acontece… O Sistema Penitenciário Federal na realidade, assim, ele ao invés de ter sido um mecanismo de combate ao crime, ele foi um estímulo ao crime, na verdade”, diz Marcinho.

“A gente sabe de tudo isso, a gente sabe que vocês já tomaram a Família do Norte, que o irmão um, que o irmão X, tá não sei aonde, o irmão Y tá não sei aonde, a gente sabe isso tudo, o seu Benemário já conversou com a gente, o Charles já falou, pô, a gente já conseguiu chegar, chegar no Peru, cara, tudo isso a gente sabe. Voce vai me perguntar, isso me importa? A minha preocupação não é se você vai continuar vendendo ou deixar de vender teu negócio, até porque o negócio que você vende, se você sair alguém vai vender, essa porra vende no mundo inteiro, cara, a minha questão é a seguinte: eu preciso deixar o Marcinho quinze anos longe do Rio de Janeiro? Isso para mim é um atestado de incompetência”, diz o secretário.

“Vocês não vão cometer excessos, mas você sabe qual vai ser a importância de voltar para o Rio. Pô, você sabe, você sabe, você é o cara que está à frente da maior facção do Brasil”, segue o secretário.

Sobre os diálogos, diz o desembargador: “Todos esses elementos postos pela autoridade policial e pelo MPF demonstram uma postura imoral, ilegal, conivente e até fraternal do secretário de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro com presos perigosíssimos que estão cumprindo pena na Penitenciária Federal de segurança máxima de Catanduvas (PR)”.

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