Representação da zona de transformação sim

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Colposcopia e tratamento da neoplasia intra-epitelial cervical: Manual para principiantes, J.W. Sellors & R. Sankaranarayanan

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  • O colo uterino, a por��o fibromuscular inferior do �tero, mede 3-4 cm de comprimento e 2,5 cm de di�metro; contudo, varia de tamanho e forma dependendo da idade, paridade e estado menstrual da paciente.
  • A ectoc�rvix � a por��o mais facilmente vis�vel do colo uterino; a endoc�rvix em grande parte � invis�vel e reside proximal ao orif�cio cervical externo.
  • A ectoc�rvix � recoberta por um epit�lio escamoso estratificado r�seo, consistindo de v�rias camadas de c�lulas e epit�lio colunar avermelhado com uma �nica camada de c�lulas reveste o endoc�rvix. As camadas de c�lulas intermedi�rias e superficiais do epit�lio escamoso cont�m glicog�nio.
  • A localiza��o da jun��o escamocolunar com rela��o ao orif�cio cervical externo varia dependendo da idade, estado menstrual e outros fatores como gravidez e o uso de m�todos anticoncepcionais orais.
  • O ectr�pio corresponde � evers�o do epit�lio colunar sobre a ectoc�rvix, quando o colo uterino cresce rapidamente e este aumente sob a influ�ncia do estr�geno, depois da menarca e durante a gravidez.
  • A metaplasia escamosa do colo uterino indica a substitui��o fisiol�gica do epit�lio colunar evertido na ectoc�rvix por um epit�lio escamoso rec�m-formado de c�lulas subcolunares de reserva.
  • A regi�o do colo uterino onde metaplasia escamosa ocorre � denominada de zona de transforma��o.
  • A identifica��o da zona de transforma��o � de grande import�ncia na colposcopia, visto que quase todas as manifesta��es da carcinog�nese cervical ocorrem nessa zona.

Uma compreens�o minuciosa da anatomia e fisiologia do colo uterino � essencial para uma pr�tica colposc�pica eficaz. Este cap�tulo trata da anatomia macrosc�pica e microsc�pica do colo uterino e da fisiologia da zona de transforma��o. O colo uterino � a por��o fibromuscular inferior do �tero. � de formato cil�ndrico ou c�nico e mede 3 cm a 4 cm de comprimento e 2,5 cm de di�metro. � sustentado pelos ligamentos cardinais e uterossacrais, que se estendem entre as por��es laterais e posteriores do colo uterino e as paredes da pelve �ssea. A metade inferior do colo uterino, denominada de por��o vaginal, se projeta na parede anterior da vagina e a metade superiro permanece acima da vagina (figura 1.1). A por��o vaginal se abre na vagina atrav�s de um orif�cio denominado de orif�cio cervical externo.

O colo uterino varia de tamanho e formato dependendo da idade da mulher, paridade e estado hormonal. Em mulheres que j� pariram, � volumoso e o orif�cio cervical externo apresenta-se como uma fenda larga, entreaberta e transversa. Em mulheres nul�paras, o orif�cio cervical externo assemelha-se a uma pequena abertura circular no centro do colo uterino. A por��o supravaginal junta-se ao corpo muscular do �tero ao n�vel do orif�cio cervical interno. A por��o do colo que se encontra na parte externa do orif�cio cervical externo � denominado de ectoc�rvix. Esta � a por��o do colo uterino que � facilmente vis�vel ao exame especular. A por��o proximal ao orif�cio cervical externo � denominada de endoc�rvix e o orif�cio cervical externo precisa ser distendido ou dilatado para que se veja esta por��o do colo uterino. O canal endocervical, que atravessa a endoc�rvix, conecta a cavidade uterina � vagina e se estende do orif�cio cervical interno ao externo, onde desemboca na vagina. Ele varia de comprimento e largura dependendo da idade e estado hormonal da mulher. � mais amplo em mulheres em idade reprodutiva, quando mede 6-8 mm de largura.

O espa�o ao redor do colo uterino na cavidade vaginal � denominado de fundo de saco vaginal. A parte do fundo de saco entre o colo uterino e as paredes vaginais laterais � denominada de fundo de saco lateral; as por��es entre as paredes anterior e posterior da vagina e o colo uterino s�o denominadas de fundo de saco anterior e posterior, respectivamente.

O estroma do colo uterino � composto de tecido fibromuscular denso, atrav�s do qual passam os suprimentos vasculares e linf�ticos e redes nervosas do colo uterino e formam um plexo complexo. A irriga��o arterial do colo uterino � derivada das art�rias il�acas internas atrav�s dos ramos cervicais e vaginais das art�rias uterinas. Os ramos cervicais das art�rias uterinas descem na parte lateral do colo uterino nas posi��es de 3 e 9 horas. As veias do colo uterino correm paralelas �s art�rias e drenam no plexo venoso hipog�strico. Os vasos linf�ticos do colo uterino drenam nos n�dulos il�acos comuns, externos e internos, e n�dulos obturador e param�tricos. A inerva��o do colo uterino � derivada do plexo hipog�strico. A endoc�rvix tem termina��es nervosas sensoriais extensas e estas s�o escassas na ectoc�rvix. Como resultado, procedimentos como biopsia, eletrocoagula��o e crioterapia s�o bem tolerados na maioria das mulheres sem anestesia local. Como as fibras simp�ticas e parassimp�ticas s�o tamb�m abundantes na endoc�rvix, a dilata��o e curetagem da endoc�rvix �s vezes podem levar a uma rea��o vasovagal. O colo uterino � recoberto por epit�lios escamoso e colunar estratificados n�o-queratinizados. Esses dois tipos de epit�lio encontram-se na jun��o escamocolunar.

Epit�lio escamoso estratificado n�o-queratinizado


Normalmente, uma �rea grande da ectoc�rvix est� recoberta por um epit�lio escamoso estratificado n�o-queratinizado que cont�m glicog�nio. � opaco, tem m�ltiplas (15-20) camadas de c�lulas (figura 1.2) e de colora��o rosa p�lida. Este epit�lio � nativo ao local formado durante a vida embrion�ria, que � denominado de epit�lio escamoso original ou nativo, ou pode ter sido rec�m-formado como epit�lio escamoso metapl�sico no in�cio da vida de adulta. Nas mulheres na pr�-menopausa, o epit�lio escamoso original � de colora��o r�sea, enquanto que o epit�lio escamoso metapl�sico rec�m-formado tem um aspecto branco-r�seo ao exame visual.

A arquitetura histol�gica do epit�lio escamoso do colo uterino revela, ao fundo, uma �nica camada de c�lulas basais arredondadas com grandes n�cleos grandes de colora��o escura e citoplasma escasso, unida � membrana basal (figura 1.2). A membrana basal separa o epit�lio do estroma subjacente. A jun��o epit�lio-estroma � em geral retil�nea. �s vezes, � ligeiramente ondulado com pequenas proje��es do estroma a intervalos regulares. Essas proje��es do estroma s�o denominadas de papilas. As partes do epit�lio entre as papilas s�o denominados de invagina��es.

As c�lulas basais se dividem e maturam para formar as pr�ximas camadas denominadas de c�lulas parabasais, que tamb�m t�m n�cleos relativamente grandes de colora��o escura e citoplasma bas�filo de colora��o azul-esverdeada. Uma maior diferencia��o e matura��o destas c�lulas conduz �s camadas intermedi�rias de c�lulas poligonais com citoplasma abundante e pequenos n�cleos arredondados. Essas c�lulas formam um padr�o de entran�ado de cesta. Com mais matura��o, s�o formadas c�lulas grandes e acentuadamente planas com n�cleos pequenos, densos e picn�ticos e citoplasma transparente das camadas superficiais. Em termos gerais, da camada basal � superficial, essas c�lulas sofrem um aumento de tamanho e redu��o do tamanho nuclear.

As c�lulas das camadas intermedi�ria e superficial cont�m grande quantidade de glicog�nio em seu citoplasma, que se cora de acaju ou preto depois da aplica��o de solu��o de Lugol e cor de magenta com o reativo de Schiff em cortes histol�gicos. A glicogena��o das camadas intermedi�rias e superficiais � sinal da matura��o e desenvolvimento normais do epit�lio escamoso. Matura��o anormal ou alterada � caracterizada por uma falta de produ��o de glicog�nio.

A matura��o do epit�lio escamoso do colo uterino depende do estr�geno, o horm�nio feminino. Se h� falta de estr�geno, n�o h� matura��o completa nem glicogena��o. Portanto, depois da menopausa, as c�lulas maturam s� at� a camada parabasal e n�o se disp�em em m�ltiplas camadas de c�lulas planas. O epit�lio se torna fino e atr�fico. No exame visual, parece p�lido, com pet�quias subepiteliais, j� que fica facilmente suscet�vel ao traumatismo.

Epit�lio colunar


O canal endocervical � recoberto pelo epit�lio colunar (�s vezes, denominado de epit�lio glandular). � composto por uma �nica camada de c�lulas altas com n�cleos de colora��o escura, pr�xima � membrana basal (figura 1.3). Por ter uma s� camada de c�lulas, tem uma altura menor que o epit�lio escamoso estratificado do colo uterino. No exame visual, tem colora��o avermelhada porque a camada fina de c�lulas �nicas permite ver mais facilmente a colora��o dos vasos subjacentes no estroma. No seu limite distal ou superior, funde-se com o epit�lio do endom�trio na parte inferior do corpo uterino. No limite proximal ou inferior, encontra-se com o epit�lio escamoso na jun��o escamocolunar. Recobre uma extens�o vari�vel da ectoc�rvix, dependendo da idade, estado reprodutivo, hormonal e de menopausa da mulher.

O epit�lio colunar n�o forma uma superf�cie achatada no canal cervical, mas � empurrado para dentro das em m�ltiplas pregas longitudinais que se projetam na luz do canal, formando proje��es papilares. Forma v�rias invagina��es na matriz do estroma cervical, resultando na forma��o de criptas endocervicais (�s vezes denominadas de gl�ndulas endocervicais) (figura 1.4). As criptas podem estender-se por at� 5-8 mm da superf�cie do colo uterino. Esta arquitetura complexa, formada de pregas mucosas e criptas, d� o epit�lio colunar um aspecto granuloso no exame visual.

�s vezes, � vis�vel uma vegeta��o exuberante localizada do epit�lio colunar endocervical, como uma massa avermelhada que se projeta do orif�cio cervical externo ao exame visual do colo uterino. � conhecido como p�lipo cervical (figura 1.5). Em geral, come�a como uma hipertrofia localizada de uma �nica papila colunar e, quando se expande, origina-se como uma massa. � composto de um centro de estroma endocervical revestido por epit�lio colunar com criptas subjacentes. �s vezes, podem surgir p�lipos m�ltiplos do epit�lio colunar.

N�o h� glicogena��o ou mitoses no epit�lio colunar. Devido � falta de glicog�nio intracitoplasm�tico, o epit�lio colunar n�o muda a cor depois da aplica��o de solu��o de Lugol ou permanece ligeiramente descorado com uma fina pel�cula de solu��o de iodo.

Jun��o escamocolunar


A jun��o escamocolunar (figuras 1.6 e 1.7) apresenta-se como uma linha bem definida com um degrau, devido � diferen�a de altura dos epit�lios escamoso e colunar. A localiza��o da jun��o escamocolunar com rela��o ao orif�cio cervical externo � vari�vel durante a vida da mulher e depende de fatores como idade, estado hormonal, trauma ao nascimento, uso de anticoncepcionais orais e certas condi��es fisiol�gicas como gravidez (figuras 1.6 e 1.7).

A jun��o escamocolunar vis�vel durante a inf�ncia, perimenarca, ap�s a puberdade e in�cio do per�odo reprodutivo � denominada de jun��o escamocolunar original, porque representa a jun��o entre o epit�lio colunar e o epit�lio escamoso �original� formada durante a embriog�nese e vida intra-uterina. Na inf�ncia e perimenarca, a jun��o escamocolunar original est� localizada no, ou muito pr�xima ao, orif�cio cervical externo (figura 1.7a). Depois da puberdade e durante o per�odo reprodutivo, os �rg�os genitais femininos se desenvolvem sob a influ�ncia do estr�geno. Portanto, o colo uterino aumenta de tamanho e se cresce e o canal endocervical se alonga. Isto leva � evers�o do epit�lio colunar da parte inferior do canal endocervical pr�ximo � ectoc�rvix (figura 1.7b). Esta condi��o � denominada de ectr�pio ou ectopia, vis�vel como uma ectoc�rvix de aspecto bem avermelhado na inspe��o visual (figura 1.8a). �, �s vezes, denominado de �eros�o� ou ��lcera�, que s�o denomina��es pouco apropriadas e n�o devem ser usadas para indicar esta condi��o. Portanto, a jun��o escamocolunar original est� localizada na ectoc�rvix, distante do orif�cio cervical externo (figuras 1.7b e 1.8a). O ectr�pio torna-se muito mais pronunciado durante a gravidez.

A a��o tamp�o do muco que recobre as c�lulas colunares sofre interfer�ncia quando o epit�lio colunar evertido no ectr�pio fica exposto ao meio vaginal �cido. Isto leva � destrui��o e substitui��o subseq�ente do epit�lio colunar pelo epit�lio escamoso metapl�sico rec�m-formado. Metaplasia � a altera��o ou substitui��o de um tipo de epit�lio por outro.

O processo metapl�sico come�a principalmente na jun��o escamocolunar e prossegue centripetamente em dire��o ao orif�cio cervical externo ao longo do per�odo reprodutivo at� a perimenopausa. Portanto, uma nova jun��o escamocolunar � formada entre o epit�lio escamoso metapl�sico rec�m-formado e o epit�lio colunar evetido sobre a ectoc�rvix (figura 1.7c, 1.8b). � medida que a mulher passa da idade reprodutiva � perimenopausa, a localiza��o da nova jun��o escamocolunar avan�a progressivamente na ectoc�rvix em dire��o ao orif�cio cervical externo (figuras 1.7c, 1.7d, 1.7e e 1.8). Portanto, fica localizado a dist�ncias vari�veis do orif�cio cervical externo, como resultado da forma��o progressiva do novo epit�lio escamoso metapl�sico nas �reas expostas do epit�lio colunar na ectoc�rvix. Do per�odo da perimenopausa e depois da menopausa, o colo uterino reduz de tamanho devido � falta de estr�geno e, portanto, o movimento da nova jun��o escamocolunar em dire��o ao orif�cio cervical externo e para dentro do canal endocervical � acelerado (figuras 1.7d e 1.8c). Nas mulheres na p�s-menopausa, a nova jun��o escamocolunar �, muitas vezes, invis�vel ao exame visual (figuras 1.7e e 1.8d).

A partir de agora neste manual, a nova jun��o escamocolunar ser� chamada simplesmente de jun��o escamocolunar. A jun��o escamocolunar original ser� explicitamente referida como tal.

Ectr�pio ou ectopia


Define-se ectr�pio ou ectopia como a presen�a de epit�lio colunar endocervical evertido na ectoc�rvix. Apresenta-se como uma grande �rea avermelhada na ectoc�rvix ao redor do orif�cio cervical externo (figuras 1.7b e 1.8a). A evers�o do epit�lio colunar � mais pronunciada nos l�bios anterior e posterior da ectoc�rvix e menos nos l�bios laterais. Esta � uma ocorr�ncia fisiol�gica normal na vida da mulher. �s vezes, o epit�lio colunar se estende at� o fundo de saco vaginal. Toda a mucosa, inclusive as criptas e o estroma de sustenta��o, s�o deslocados no ectr�pio. � a regi�o em que ocorre a transforma��o fisiol�gica � metaplasia escamosa, assim como a transforma��o anormal na carcinog�nese cervical.

Metaplasia escamosa


A substitui��o fisiol�gica do epit�lio colunar evertido por um epit�lio escamoso rec�m-formado � denominada de metaplasia escamosa. O meio vaginal � �cido durante os anos reprodutivos e gravidez. Acredita-se que a acidez desempenha uma fun��o na metaplasia escamosa. Quando as c�lulas s�o repetidamente destru�das pela acidez vaginal no epit�lio colunar em uma �rea de ectr�pio, com o tempo elas s�o substitu�das por um epit�lio metapl�sico rec�m-formado. A irrita��o do epit�lio colunar exposto ao meio vaginal �cido leva ao surgimento de c�lulas subcolunares de reserva . Essas c�lulas proliferam, produzindo uma hiperplasia de c�lulas de reserva e com o tempo formam o epit�lio escamoso metapl�sico.

Como dito anteriormente, o processo metapl�sico requer o surgimento de c�lulas indiferenciadas, cub�ides, subcolunares denominadas de c�lulas de reserva (figura 1.9a), porque o epit�lio escamoso metapl�sico resulta da multiplica��o e diferencia��o dessas c�lulas. Com o tempo, estas se dispersam do epit�lio colunar persistente (figuras 1.9b e 1.9c). A origem exata das c�lulas de reserva n�o � conhecida, embora se acredite que se desenvolvem a partir do epit�lio colunar, em resposta � irrita��o pela acidez vaginal. O primeiro sinal da metaplasia escamosa � o surgimento e prolifera��o de c�lulas de reserva (figuras 1.9a e 1.9b). Isto � inicialmente visto como uma �nica camada de pequenas c�lulas arredondadas com n�cleos de colora��o escura, situados muito pr�ximos aos n�cleos das c�lulas colunares, que continuam a proliferar e produzem uma hiperplasia de c�lulas de reserva (figura 1.9b). Morfologicamente, as c�lulas de reserva t�m um aspecto semelhante �s c�lulas basais do epit�lio escamoso original, com n�cleos arredondados e citoplasma escasso. � medida que o processo metapl�sico progride, as c�lulas de reserva proliferam e se diferenciam para formar um epit�lio multicelular fino de c�lulas escamosas imaturas sem evid�ncia de estratifica��o (figura 1.9c). Usa-se o termo epit�lio escamoso metapl�sico imaturo quando h� pouca ou nenhuma estratifica��o neste epit�lio metapl�sico fino rec�m-formado. As c�lulas do epit�lio escamoso metapl�sico imaturo n�o produzem glicog�nio e, portanto, n�o adquirem colora��o castanho clara ou preta com a solu��o de Lugol. Grupos de c�lulas colunares que cont�m mucina s�o implantados no epit�lio escamoso metapl�sico imaturo neste est�gio.

Numerosos campos e/ou focos isolados ou cont�nuos de metaplasia escamosa imatura podem surgir ao mesmo tempo. Tem sido sugerido que a membrana basal do epit�lio colunar original se dissolve e � formada novamente entre c�lulas de reserva em prolifera��o e diferencia��o e o estroma cervical. A metaplasia escamosa come�a em geral na jun��o escamocolunar original, no limite distal da ectopia, mas tamb�m pode ocorrer no epit�lio colunar pr�ximo a esta jun��o ou como ilhotas dispersas no epit�lio colunar exposto.

Com o avan�o do processo, as c�lulas escamosas metapl�sicas imaturas se diferenciam em epit�lio metapl�sico estratificado maduro (figura 1.9d). Para fins pr�ticos, este se assemelha ao epit�lio escamoso estratificado original. Algumas c�lulas colunares residuais ou vac�olos de muco s�o vistos no epit�lio escamoso metapl�sico maduro, que cont�m glicog�nio a partir da camada de c�lulas intermedi�rias. Portanto, ele adquire uma colora��o castanho clara ou preta depois da aplica��o de solu��o de Lugol. V�rios cistos, denominados de cistos de Naboth (fol�culos), s�o vistos no epit�lio escamoso metapl�sico maduro (figuras 1.10 e 1.11). Os cistos de Naboth s�o cistos de reten��o que se desenvolvem como resultado da oclus�o de uma abertura ou desembocadura de criptas endocervicais pelo epit�lio escamoso metapl�sico suprajacente (figura 1.10). O epit�lio colunar encoberto segue secretando muco que com o tempo fica cheio e distende o cisto. O muco encarcerado confere um matiz branco-marfim a amarelado ao cisto no exame visual (figura 1.11). O epit�lio colunar na parede do cisto � achatado e, por fim, destru�do pela press�o do muco. As desembocaduras das criptas no epit�lio colunar, n�o ainda recoberto por epit�lio metapl�sico, permanecem como aberturas das criptas. A dist�ncia total de alcance do epit�lio metapl�sico sobre a ectoc�rvix � mais bem estimada pela localiza��o da abertura de criptas mais distante da jun��o escamocolunar.

A metaplasia escamosa � um processo irrevers�vel; o epit�lio transformado (agora de natureza escamosa) n�o � revertido a epit�lio colunar. O processo metapl�sico no colo uterino �, �s vezes, denominado de metaplasia indireta, j� que as c�lulas colunares n�o se transformam em c�lulas escamosas mas s�o substitu�das pelas c�lulas cub�ides subcolunares de reserva em prolifera��o. A metaplasia escamosa pode progredir a uma velocidade diferente nas diversas �reas do colo uterino, e assim s�o vistas muitas �reas de graus bem diferentes de maturidade no epit�lio escamoso metapl�sico com ou sem ilhotas de epit�lio colunar. O epit�lio metapl�sico adjacente � jun��o escamocolunar � composto de metaplasia imatura e o epit�lio metapl�sico maduro � visto pr�ximo da jun��o escamocolunar original.

O epit�lio metapl�sico imaturo rec�m-formado pode desenvolver-se mais em duas dire��es (figura 1.12). Na grande maioria das mulheres, este se converte em um epit�lio escamoso metapl�sico maduro, semelhante para fins pr�ticos ao epit�lio escamoso original normal que cont�m glicog�nio. Em uma minoria bem pequena de mulheres, pode se desenvolver um epit�lio at�pico displ�sico. Certos tipos de papilomav�rus humano oncog�nico (HPV) podem infectar de modo persistente as c�lulas metapl�sicas escamosas basais imaturas e transform�-los em c�lulas at�picas com anomalias nucleares e citoplasm�ticas. A prolifera��o e expans�o descontrolada dessas c�lulas at�picas podem levar � forma��o de um epit�lio displ�sico anormal que pode regredir ao normal, persistir como displasia ou progredir para neoplasia invasiva depois de v�rios anos.

Acredita-se tamb�m que um certo grau de metaplasia pode ocorrer por crescimento intr�nseco do epit�lio escamoso a partir do epit�lio escamoso do ectoc�rvix.

Zona de transforma��o


A regi�o do colo uterino onde o epit�lio colunar foi e/ou est� sendo substitu�do pelo novo epit�lio escamoso metapl�sico � denominada de zona de transforma��o. Corresponde � �rea do colo uterino unida pela jun��o escamocolunar original na extremidade distal e, na extremidade proximal, pela maior dist�ncia de alcance da metaplasia escamosa como definido pela nova jun��o escamocolunar (figuras 1.7, 1.13 e 1.14). Nas mulheres na pr�-menopausa, a zona de transforma��o est� totalmente localizada na ectoc�rvix. Depois da menopausa e com o avan�o da idade, o colo uterino reduz-se de tamanho em decorr�ncia da diminui��o do estr�geno. Assim, a zona de transforma��o pode mudar de posi��o em parte e, posteriormente, por completo no canal cervical.

A zona de transforma��o � descrita como normal quando � composta de metaplasia escamosa imatura e/ou madura juntamente com as �reas ou ilhotas interpostas de epit�lio colunar, sem sinais de carcinog�nese cervical (figura 1.14a). � denominada de zona de transforma��o anormal ou at�pica (ZTA) quando h� evid�ncia de carcinog�nese cervical, como a altera��o displ�sica na zona de transforma��o (figura 1.14b). A identifica��o da zona de transforma��o � de grande import�ncia na colposcopia, visto que quase todas as manifesta��es da carcinog�nese cervical ocorrem nessa zona.

Zona de transforma��o cong�nita


No in�cio da vida embrion�ria, o epit�lio cub�ide do tubo vaginal � substitu�do por epit�lio escamoso, que se inicia na extremidade caudal do seio urogenital dorsal. Este processo � completado bem antes do nascimento e toda a extens�o da vagina e da ectoc�rvix devem ser recobertas pelo epit�lio escamoso. Este processo prossegue muito rapidamente ao longo das paredes laterais e, posteriormente, pelas paredes vaginais anterior e posterior. Se a epiteliza��o prossegue normalmente, a jun��o escamocolunar original ficar� localizada no orif�cio cervical externo ao nascimento. Do contr�rio, se por algum motivo este processo � interrompido ou fica incompleto, a jun��o escamocolunar original ficar� localizada distalmente ao orif�cio cervical externo ou, raras vezes, pode ficar localizada nas paredes vaginais e envolver sobretudo os fundos de sacos anterior e posterior. O epit�lio cub�ide restante nesta �rea sofre metaplasia escamosa. Esta convers�o tardia a epit�lio escamoso nas paredes vaginais anterior e posterior, assim como na ectoc�rvix, resulta na forma��o da zona de transforma��o cong�nita. Portanto, � uma variante da metaplasia escamosa intra-uterina, na qual a diferencia��o do epit�lio escamoso n�o � completa devido a uma interfer�ncia na matura��o normal. Na superf�cie ocorre a matura��o excessiva (como evidenciada pela queratiniza��o) e, nas camadas mais profundas � vista uma matura��o retardada e incompleta. Do ponto de vista cl�nico, pode-se ver uma �rea hiperquerat�tica extensa e cinza-esbranqui�ada que se estende dos l�bios anteriores e posteriores do colo uterino aos fundos de sacos vaginais. A matura��o gradual do epit�lio pode ocorrer ao longo de v�rios anos. Este tipo de zona de transforma��o � vista em menos a 5% das mulheres e � uma variante da zona de transforma��o normal.

O que significa zona de transformação sim no papanicolau?

A zona de transformação, ou seja, o local que sofreu metaplasia escamosa, tem grande importância na realização do Papanicolau, pois é este o sítio onde o vírus HPV costuma se fixar, tornando-se, portanto, uma área extremamente susceptível ao aparecimento de tumores malignos.

Quando devo me preocupar com o resultado do preventivo?

Os achados do seu preventivo sao normais, salvo os bacilos supra citoplasmaticos. Porem, devera ser tratado apenas se houver queixa de corrimento (secrecao vaginal alterada) ou achado anormal no exame clinico do seu medico. Importante procurar seu ginecologista para maiores esclarecimentos.

O que é zona de transformação no colo do útero?

Zona de transformação Corresponde à área do colo uterino unida pela junção escamocolunar original na extremidade distal e, na extremidade proximal, pela maior distância de alcance da metaplasia escamosa como definido pela nova junção escamocolunar (figuras 1.7, 1.13 e 1.14).

Como saber se o exame preventivo está normal?

Os resultados do exame de Papanicolau são liberados pelo laboratório de acordo com as características das células observadas no microscópio, podendo ser:.
Classe I: o colo do útero está normal e saudável;.
Classe II: presença de alterações benignas nas células, que normalmente são causadas por inflamação vaginal;.