O rompimento da barragem em Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte, é mais um triste capítulo da história dos desastres ambientais em nosso país. Uma barragem pertencente à mineradora Vale rompeu-se no dia 25 de janeiro de 2019, desencadeando uma onda de lama que destruiu casas, vegetações e matou várias pessoas e animais. Show A seguir vamos descobrir um pouco mais a respeito desse terrível desastre. Leia também: Problemas ambientais brasileiros → Rompimento da barragem de BrumadinhoA barragem que se rompeu em Brumadinho estava, segundo a mineradora Vale, inativa desde 2015, último ano em que recebeu rejeitos provenientes da produção da Mina Córrego do Feijão. Ainda de acordo com a empresa, a barragem era segura e possuía documentos que comprovavam essa condição. Não se sabe ao certo o motivo que levou ao rompimento da barragem. Por isso, investigações estão sendo realizadas para avaliar o caso. O que se sabe é que, no início da tarde do dia 25 de janeiro, a barragem rompeu-se, liberando 11,7 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração, sem que nenhuma sirene de perigo fosse emitida. O rompimento aconteceu de forma tão inesperada que não foi possível retirar a população e os funcionários da Vale do local. Dessa forma, dezenas de pessoas morreram e várias casas foram destruídas. → Mortes causadas pelo rompimento da barragem em BrumadinhoMuitas pessoas morreram em decorrência do rompimento da barragem em Brumadinho. Até o dia 01 de fevereiro de 2019, oitavo dia de buscas, haviam sido confirmadas 110 mortes, das quais 71 haviam sido identificadas. Como há ainda 238 pessoas desaparecidas, é possível que o número de mortes aumente.
Não podemos deixar de frisar que as mortes não foram apenas de seres humanos, vários animais morreram em consequência dessa tragédia. → Impactos ambientaisA grande quantidade de lama liberada com o rompimento da barragem em Brumadinho desencadeou enormes impactos ambientais negativos. Veja a seguir os principais danos ao meio ambiente causados por esse desastre:
→ O que aprendemos com mais essa tragédia?Tragédias como a que ocorreu em Brumadinho refletem o impacto negativo causado pelas ações do homem ao meio ambiente. O rompimento dessa barragem de rejeitos provavelmente causará impactos que serão sentidos por vários anos, como é observado atualmente em Mariana, que, em 2015, também sofreu com a ruptura de uma barragem. Leia também: Acidente em Mariana: danos ambientais Quanto tempo demorará para que o rio Paraopeba recupere-se? Quanto tempo demorará para que a água esteja própria para consumo? Quanto tempo demorará para os peixes retornarem ao local? O solo voltará a ser fértil? Essas são apenas algumas das perguntas que demorarão a ser respondidas. Talvez nossa geração nem obtenha essas respostas. Diante de tantas dúvidas, temos apenas uma certeza: a necessidade de cuidar do meio ambiente. Com essa terrível experiência, devemos aprender que é necessário fiscalizar e acompanhar os riscos ambientais de todas atividades. Medidas que visam à proteção do meio ambiente e à prevenção de acidentes são fundamentais para evitar que o meio ambiente seja afetado negativamente e que mais mortes ocorram.
Neste sábado (9), às 11h, em São Paulo, na Livraria Tapera Taperá (no centro), os jornalistas mineiros Lucas Ragazzi e Murilo Rocha lançam o Livro reportagem de Brumadinho: a engenharia de um crime (Editora Letramento). O livro é baseado na investigação da Polícia Federal (PF) sobre o rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão em Brumadinho (MG), ocorrido em 25 de janeiro, que indiciou sete funcionários da mineradora Vale e seis da consultoria alemã TÜV SÜD por crime de falsidade ideológica e uso de documentos falsos. O rompimento da barragem causou inundação de lama e rejeitos de minério de ferro que resultou na morte de 252 pessoas. Dezoito pessoas continuam desaparecidas nove meses após o acidente. Essa semana, a Agência Nacional de Mineração (ANM) divulgou relatório técnico assinalando que a tragédia poderia ter sido evitada se a Vale tivesse prestado informações corretas ao Sistema de Integrado de Gestão de Segurança de Barragens de Mineração (SIGBM). Um dos autores do livro, Murilo Rocha falou com a Agência Brasil e também aponta para a negligência da Vale: “era uma prática corriqueira”. A seguir principais trecho da entrevista com jornalista. Agência Brasil: Foi uma tragédia, foi um acidente ou foi um crime? Agência Brasil: O livro tem como subtítulo “a engenharia de um crime”, o que pode transmitir a ideia de que foi urdido e até racionalizado na escolha de parâmetros de segurança. Isso é comum em avaliação de obra e de risco de empreendimento? Agência Brasil: Qual era a dificuldade da Vale em acatar as recomendações ou observar os alertas, considerando que duas consultorias estavam assinalando problemas no cálculo dos fatores de segurança. Por que a Vale não viu esse sinal amarelo e não tomou providência? Era muito caro cuidar disso? Valia a pena correr o risco? Agência Brasil: Parece uma noção básica não manter nenhuma estrutura debaixo de uma barragem... Agência Brasil: Como a Vale conseguiu ter laudos da consultoria independente relativizando os riscos da barragem? Agência Brasil: Precisa de mais gente e de mais recursos para fazer a fiscalização? Agência Brasil:Tragédias como essa repercutem na produtividade, rentabilidade e sustentabilidade das empresas? Agência Brasil: Não teve lição aprendida de Mariana? Agência Brasil: E Brumadinho? Deixou lições aprendidas? O que diz a ValeNa reportagem Tragédia de Brumadinho poderia ter sido evitada, segundo ANM, a Vale diz, por meio de nota, que “todas as informações disponíveis sobre o histórico do estado de conservação da barragem foram fornecidas às autoridades que apuram o caso”; reforça que “aguardará a conclusão pericial, técnica e científica sobre as causas da ruptura da barragem; e promete que “continuará colaborando plenamente com as investigações, assim como prestando total apoio aos atingidos.” Na semana passada, a ANM finalizou parecer técnico sobre o desastre onde aponta “omissões” da Vale, “inconsistências” e “discrepâncias” de informações que deveriam ter sido reportadas ao Sistema de Integrado de Gestão de Segurança de Barragens de Mineração (SIGBM). Relembre o casoNo dia 25 de janeiro de 2019, a barragem de rejeitos de minério da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), administrada pela empresa Vale se rompeu. O acidente resultou em um dos maiores desastres ambientais no Brasil. A tragédia provocou 252 mortes. Dezoito pessoas continuam desaparecidas. A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados que investiga a tragédia em Brumadinho (MG) aprovou o indiciamento da mineradora Vale, da companhia alemã Tüv Süd e de mais 22 pessoas das duas empresas por homicídio doloso, lesão corporal dolosa e poluição ambiental por rejeitos minerais com sérios danos à saúde humana e ao meio ambiente, além de destruição de área florestal considerada de preservação permanente. |