Sao as relações entre os elementos e as partes do texto que promovem

Todo texto que se preze privilegia a boa comunicação, não é mesmo? Comunicar é a principal função de todo e qualquer ato de fala, não importa se na linguagem escrita ou na linguagem oral. Quem quer ser um bom escritor deve conhecer recursos linguísticos essenciais para o desenvolvimento de uma redação que interaja de maneira satisfatória com o leitor.

Conhecer elementos como a coerência e a coesão, assim como sua aplicabilidade, garante a escrita de um texto cujas ideias estejam apresentadas de forma competente, possibilitando ao leitor uma leitura aprazível e dialógica. Para tanto, existem os tipos de coerência e os tipos de coesão, que são indispensáveis para a construção do texto.

A coesão é responsável pelos sentidos encontrados na superfície do texto. Através dela é estabelecida a relação semântica (relações de sentido entre as palavras) entre os elementos do discurso através do uso adequado de conectivos, que servirão para encadear de maneira lógica as ideias do texto. Para escrever um texto coeso, conheça agora os cinco tipos de coesão textual:

⇒ Coesão por referência: é um dos tipos mais utilizados em um texto. Graças a ela, evitamos repetições de termos, descuido que pode tornar desagradável a leitura de um texto:

Os alunos do terceiro ano foram visitar o Museu da Língua Portuguesa. Eles foram acompanhados pelos professores da escola.

Em vez de:

Os alunos do terceiro ano foram visitar o Museu da Língua Portuguesa. Os alunos do terceiro ano foram acompanhados pelos professores da escola.

⇒ Coesão por substituição: são empregadas palavras e expressões que retomam termos já enunciados através da anáfora. Observe o exemplo:

Os alunos foram advertidos pelo mau comportamento. Caso isso volte a acontecer, eles serão suspensos.

Em vez de:

Os alunos foram advertidos pelo mau comportamento. Caso o mau comportamento volte a acontecer, os alunos serão suspensos.

⇒ Coesão por elipse: Ocorre por meio da omissão de uma ou mais palavras sem que isso comprometa a clareza de ideias da oração:

Maria faz o almoço e ao mesmo tempo conversa ao telefone com a amiga.

Em vez de:

Maria faz o almoço e ao mesmo tempo Maria conversa ao telefone com a amiga.

⇒ Coesão por conjunção: Esse tipo de coesão possibilita relações entre os termos do texto através do emprego adequado de conjunções:

Como não consegui ingressos, não fui ao show, contudo, assisti ao espetáculo pela televisão.

⇒ Coesão lexical: ocorre por meio do emprego de sinônimos, pronomes, hipônimos ou heterônimos. Observe o exemplo:

Machado de Assis é considerado o maior escritor brasileiro. O carioca nasceu no dia 21 de junho de 1839 e faleceu no Rio de Janeiro no dia 29 de setembro de 1908. Gênio maior de nossas letras, foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. 

Sao as relações entre os elementos e as partes do texto que promovem

a participação de usuários. E) o uso de expressões exclusivas da nova forma literária para substituir palavras usuais do português. Questão 211 (2012.2) Era uma vez Um rei leão que não era rei. Um pato que não fazia quá-quá. Um cão que não latia. Um peixe que não nadava. Um pássaro que não voava. Um tigre que não comia. Um gato que não miava. Um homem que não pensava... E, enfim, era uma natureza sem nada. Acabada. Depredada. Pelo homem que não pensava. (LAURA ARAÚJO CUNHA) São as relações entre os elementos e as partes do texto que promovem o desenvolvimento das ideias. No poema, a estratégia linguística que contribui para esse desenvolvimento, estabele- cendo a continuidade do texto, é a: A) escolha de palavras de diferentes campos semânticos. B) negação contundente das ações praticadas pelo homem. C) repetição de estrutura sintática com novas informações. D) intertextualidade com o gênero textual fábula infantil. E) utilização de ponto final entre termos de uma mesma oração. Questão 212 (2012.2) Notícias do além Aquele que morrer primeiro e for para o céu deverá voltar à Terra para contar ao outro como é a vida lá no paraíso. Assim ficou combinado entre Francisco e Sebastião, amigos insepará- veis e apaixonados pelo futebol. Francisco teve morte súbita e, passado algum tempo, no meio da noite, sua alma apareceu ao colega: — Nossa Senhora, Chico! Você veio mesmo! — Estou aqui, Tião, para cumprir a minha pro- messa, trazendo-lhe duas notícias. — Então me fala. — O céu é uma maravilha, um colosso, uma beleza. Tem futebol todo dia. — E a outra? — A outra é que você está escalado para jogar no meu time amanhã cedo. (DIAS, M. V. R. Humor na Marolândia) Esse texto pode ser analisado sob dois pontos de vista que incluem situações diferentes de interlocução: a primeira, considerando seu pro- dutor e seus potenciais leitores; e a segunda, considerando os interlocutores Francisco e Se- bastião. Para cada uma dessas situações o produtor do texto tem um objetivo específico que se determina, não só pela situação, mas também pelo gênero textual. Os verbos que sintetizam os objetivos do produ- tor nas duas situações propostas são, respecti- vamente, A) alegrar e intimidar. B) entreter e seduzir. C) recrear e assustar. D) distrair e comover. E) divertir e informar. Questão 213 (2012.2) O que a internet esconde de você Para cada site que você pode visitar, existem pelo menos 400 outros que não consegue aces- sar. Eles existem, estão lá, mas são invisíveis. Estão presos num buraco negro digital maior do que a própria internet. A cada vez que você interage com um amigo nas redes sociais, vá- rios outros são ignorados e têm as mensagens enterradas num enorme cemitério on-line. E, quando você faz uma pesquisa no Google, não recebe os resultados de fato — e sim uma ver- são maquiada, previamente modificada de acordo com critérios secretos. Sim, tudo isso é verdade — e não é nenhuma grande conspira- ção. Acontece todos os dias sem que você per- ceba. Pegue seu chapéu de Indiana Jones e vamos explorar a web perdida. (GRAVATÁ, A.) Os gêneros do discurso jornalístico, geralmente a manchete, a notícia e a reportagem, exigem um repórter que não diz “eu”, nem mesmo que se refira ao leitor do texto explicitamente. No trecho lido, ao contrário, é recorrente o emprego de “você”, o qual: A) deixa claro o leitor esperado para o texto, aquele que visita redes sociais e sites de busca no dia a dia. B) estabelece conexão entre o fatual e o opina- tivo, o que descaracteriza o texto como reporta- gem. C) explicita uma construção metalinguística que se volta para o próprio dizer. CADERNO PORTUGUÊS ENEM 2009 a 2018 75 D) revela a intenção de tornar a leitura mais fácil, a partir de um texto em que se emprega vocabulário simples. E) remete a um sujeito “eu” que se prende ao próprio dizer, fortalecendo a subjetividade. Questão 214 (2012.2) Pode chegar de mansinho, como é costume por ali, e observar sem pressa cada detalhe da es- tação ferroviária de Mariana. Repare na arquite- tura recém-revitalizada do casarão, e como os detalhes em madeira branca, as delicadas arandelas de luzes amarelas e os elementos barrocos da torre já começam a dar o gostinho da viagem aguardada. Vindo lá de longe, o apito estridente anuncia que logo, logo o cenário es- tará completo para a partida. E não tarda para o trem de fato surgir. Pequenino a princípio, mas de repente, em toda aquela imensidão que des- liza pelos trilhos. Arrancando sorrisos e deixan- do boquiaberto até o mais desconfiado dos mi- neiros. (TIUSSU, B. Raízes mineiras) A leitura do trecho mostra que textos jornalísti- cos produzidos em determinados gêneros mobi- lizam recursos linguísticos com o objetivo de conduzir seu público-alvo a aceitar suas ideias. Para envolver o leitor no retrato que faz da ci- dade, a autora: A) dirige-se a ele por meio de verbos e expres- sões verbais, convidando-o a partilhar das bele- zas do local. B) faz uma crítica indireta à desconfiança dos mineiros, mostrando conhecimento do tema. C) apresenta com cuidado e precisão os recur- sos da cidade, sua infraestrutura e singularida- de. D) descreve de forma parcial e objetiva a esta- ção de trem da cidade, seus detalhes e caracte- rísticas. E) inicia o texto com a informação mais impor- tante a ser conhecida, a estação de trem de Mariana. Questão 215 (2012.2) Conflitos de interação ajudam a promover o efeito de humor. No cartum, o recurso empre- gado para promover esse efeito é a: A) conotação, atribuidora de sentidos figurados a palavras relativas às ações e aos seres. B) ambiguidade, produzida pela interpretação da fala do locutor a partir da variedade do inter- locutor. C) intertextualidade, sugerida pelos traços iden- tificadores do homem urbano e do homem rural. D) negação enfática, elaborada para reforçar o lamento do interlocutor pela perda da estrada. E) pergunta retórica, usada pelo motorista para estabelecer interação com o homem do campo. Questão 216 (2012.2) Não há crenças que Nelson Leirner não des- trua. Do dinheiro à religião, do esporte à fé na arte, nada resiste ao deboche desse iconoclas- ta. O principal mérito da retrospectiva aberta em setembro na Galeria do SESI-SP é justamente demonstrar que as provocações arquitetadas durante as últimas cinco décadas pelo artista quase octogenário continuam vigorosas. Um dos elementos importantes na constituição do texto é o desenvolvimento do tema por meio, por exemplo, do encadeamento de palavras em seu interior. A clareza do tema garante ao autor que seus objetivos — narrar, descrever, infor- mar, argumentar, opinar — sejam atingidos. No parágrafo do artigo informativo, os termos em negrito: A) evitam a repetição de termos por meio do emprego de sinônimos. B) introduzem elementos novos, que marcam mudança na direção argumentativa do texto. C) fazem referências a outros artistas que traba- lham com Nelson Leirner. D) garantem a progressão temática do texto pelo uso de formas nominais diferentes. E) estabelecem relação entre traços da perso- nalidade do artista e suas obras. Questão 217 (2012.2) O bonde abre a viagem, No banco ninguém, Estou só, stou sem. Depois sobe um homem, No banco sentou, Companheiro vou. O bonde está cheio, De novo porém Não sou mais ninguém. (ANDRADE, M.) CADERNO PORTUGUÊS ENEM 2009 a 2018 76 Em um texto literário, é comum que os recursos poéticos e linguísticos participem do significado

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