Aponte os fatores locacionais que influenciaram na concentração industrial na região sudeste do

A Geografia Industrial brasileira está marcada, desde a sua constituição ao longo do século XX, por se manifestar a partir de uma concentração espacial, em que a maioria das atividades fabris desenvolveu-se na região Sudeste do país. Posteriormente, em função de uma série de fatores, o país iniciou uma perspectiva inversa, caracterizando uma desconcentração industrial, com migrações de empresas para o interior dos estados e regiões menos industrializadas.

Concentração Industrial

Durante o período brasileiro do Estado Novo (1937-1945), em resposta à Grande Depressão iniciada em 1929, iniciaram-se as políticas em favor da implantação de indústrias no país, que se intensificaram a partir da década de 1950, durante a aplicação do Plano de Metas. Nesse contexto, instaurou-se no país a chamada industrialização por substituição de importações.

Contudo, a infraestrutura nacional, em função da grande influência da elite cafeeira do Sudeste brasileiro nos anos anteriores, encontrava-se limitada à região Sudeste do país, o que favoreceu a formação de um processo de concentração industrial. Além disso, nesse período, a indústria vivia um período em que se preconizava a produção em massa e as chamadas economias de aglomeração.

Graças a esse contexto, o Sudeste brasileiro, com destaque para a Região Metropolitana de São Paulo, passou a angariar praticamente todos os recursos naturais, contando, a partir de então, com uma elevada concentração populacional, ampla mão de obra e mercado consumidor elevado.

Desconcentração Industrial

Essa dinâmica começou a se alterar quando o poder público iniciou uma série de planejamentos a fim de gerar uma maior democratização no espaço industrial do país. Uma das medidas foi a criação da Sudam (Superintendência de desenvolvimento da Amazônia), em 1966, e da Sudene (Superintendência de desenvolvimento do Nordeste), em 1959.

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Outra ação foi a autorização do Governo Federal dada aos governos estaduais de promoverem incentivos fiscais para a presença de indústrias em seus territórios. Com isso, teve início a chamada Guerra Fiscal ou Guerra dos Lugares, em que as unidades federativas, por meio de isenções de impostos e outros benefícios, passaram a competir pela manutenção de empresas em suas localidades, a fim de dinamizar suas economias e elevar a quantidade de empregos.

Soma-se a essas questões políticas o fato de que, com os avanços tecnológicos nos meios de transporte e comunicações, não eram mais necessárias uma aglomeração industrial e, tampouco, a proximidade entre indústria e mercado consumidor. Por isso, muitas empresas resolveram migrar para regiões interioranas e cidades médias, longe dos problemas relacionados às grandes cidades.

Porém, é precipitado afirmar, por exemplo, que cidades como São Paulo deixaram de se industrializar. Na verdade, o que houve foi uma queda no crescimento do número de empresas no Sudeste brasileiro, mas trata-se de algo ainda muito tímido e que tende a intensificar-se nos próximos tempos. Além disso, a capital paulista é um dos exemplos do processo de modernização produtiva, em que as antigas fábricas vão sendo gradualmente substituídas por frentes tecnológicas de serviços.

A atividade industrial é a principal fonte de atração demográfica, urbana e econômica de determinado território. Mas o que interfere em sua localização? Por que uma indústria se encontra em uma determinada localidade espacial e não em outra? A resposta para essas questões é chamada de fatores locacionais, que são as vantagens competitivas que as empresas e as indústrias veem em um determinado local que atraem seus respectivos investimentos.

Na escolha da localização de uma indústria, não é considerado somente um fator, mas sim todos aqueles que são benéficos à indústria. Uma ressalva para indústrias mineradoras, que se localizam em lugares onde a matéria-prima está disponível. Um exemplo clássico são as indústrias do século XVIII, que deveriam ficar próximas à sua matéria-prima de fonte energética: o carvão.

Atualmente, conforme a mudança nos tipos de indústria, sua localização não será tão somente em função da proximidade de sua matéria-prima.

Porém, quais são os fatores locacionais?

Aponte os fatores locacionais que influenciaram na concentração industrial na região sudeste do

Podemos enumerar oito tipos principais, a saber:

Transporte: envolve infraestrutura (qualidade, disponibilidade e meios); custos dos transportes; novas tecnologias e meios de transportes. Para cada tipo de produto da indústria há um meio de transporte adequado.

Energia: infraestrutura de energia em uma dada região, como a disponibilidade, estrutura de transmissão e novas tecnologias.

Mercado-Consumidor: tamanho do mercado, juntamente com as características socioculturais do consumidor e seu poder aquisitivo. Acesso físico do cliente ao produto (no caso, os meios de transporte).

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Matérias-primas: é um fator locacional clássico. Envolve a disponibilidade, o tipo e a qualidade da matéria-prima, como também seu custo e transporte.

Mão de obra/força de trabalho: envolve a disponibilidade, produtividade, qualificação, nível de organização e salários, como também as regras jurídicas que variam de acordo com cada país ou região de um mesmo país.

Incentivos fiscais: é quando o governo concede isenções de impostos, como o ICMS, às indústrias, para instalarem-se em seu território. Em muitos casos, há também a concessão de terrenos para a instalação da unidade produtiva da fábrica. No Brasil, instalou-se nos últimos anos uma “guerra fiscal” entre municípios e estados da federação para a atração de indústrias para seus respectivos territórios.

Ciclo do produto: segundo o economista George Benko, para cada fase de produção de um objeto industrial existe uma lógica espacial. De acordo com Benko, um produto pode ter três fases de produção: desenvolvimento, estandardização ou amadurecimento e declínio. Cada fase requer um tipo de força de trabalho mais representativa e um local de produção mais apropriado, segundo a lógica capitalista.

Disponibilidade de Capital: refere-se à disponibilidade do mercado em dispor, sempre que necessário, ao empresário, recursos em dinheiro para novos investimentos, bem como um ambiente propício aos negócios (relações financeiras) para trocas de capitais (bancos, empresas, etc.).

Quais fatores influenciaram na concentração industrial na região Sudeste?

O surgimento das indústrias na região sudeste está vinculado à produção cafeeira decorrente da: Grande quantidade de trabalhadores da produção do café foi atraída para trabalhar nas indústrias que iniciavam suas atividades.

Que fatores locacionais influenciaram para que ocorresse a concentração da indústria na região Sudeste do Brasil?

Resposta: Os fatores locacionais que influenciaram na concentração industrial na região Sudeste foram a concentração populacional, a crise do café e a infraestrutura desenvolvida.

Que fatores industriais podem ser encontrados na região Sudeste?

Alguns dos mais importantes ramos industriais da região são: as automobilística (com mais força em São Paulo), siderúrgica (São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo), petroquímica (Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais), navais (Rio de Janeiro) petrolífera ( Rio de janeiro e Espirito Santo).

Quais os fatores que contribuem ou contribuíram para a concentração industrial?

O processo de concentração industrial do Brasil ocorreu com o desenvolvimento da política de substituição de importações, assumida de maneira mais proeminente durante o Governo Vargas, após os eventos relativos à Crise de 1929 e o consequente declínio da economia cafeeira.