D) atualmente, como é a fronteira entre os estados unidos e o méxico?

A agência de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos (CBP, na sigla em inglês) informou nesta sexta-feira (16) que 188.829 pessoas indocumentadas foram detidas pelas autoridades americanas na fronteira com o México em junho, totalizando mais de um milhão no atual ano fiscal, que começou em outubro de 2020.

A CBP registrou 1.119.204 imigrantes indocumentados ao longo da fronteira até junho, o maior número em dez anos.

Na última década, o mês de junho com o maior número de detenções foi o de 2019, com 81.777. Naquele ano fiscal, foram registradas 977.593 detenções, 140 mil a menos do que o atual, que só terminará daqui a três meses.

Junho passado reportou um aumento de 4,5% sobre os números do mês anterior, o que havia significado um recorde de mais de duas décadas, apesar das altas temperaturas enfrentadas pelos imigrantes que cruzam a fronteira de maneira irregular.

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"Estamos na temporada mais quente do verão e vemos um alto número de chamadas à CBP por migrantes abandonados em território traiçoeiro por contrabandistas sem qualquer consideração pela vida humana", disse o diretor interino da agência, Troy Miller.

Dos mais de 188 mil migrantes, 103.014 foram imediatamente expulsos com base no Título 42, ordem aprovada pela administração do ex-presidente Donald Trump que permite a deportação de imigrantes e solicitantes de asilo devido à crise sanitária causada pela covid-19.

Dos 1.119.204 detidos até o momento neste ano, 751.844 foram expulsos pelo Título 42, que apenas permite a permanência nos EUA aos menores não acompanhados por um dos pais ou responsável legal e às famílias que viajam com crianças pequenas.

A agência disse que o grande número de expulsões contribuiu para um elevado número de "encontros", uma vez que muitos imigrantes fazem múltiplas tentativas de entrar no país, motivo pelo qual o número total de detenções excede o número de indivíduos que chegam à fronteira.

"Cerca de 34% das detenções em junho de 2021 foram de indivíduos que tentaram atravessar pelo menos uma vez nos 12 meses anteriores. O número de detenções novas e únicas em junho foi de 123.838", acrescentou a CBP.

Os números de junho incluem 15.253 menores que chegaram à fronteira desacompanhados de um dos pais ou outro adulto responsável, o que representa um aumento de 8% em relação a maio.

Os adultos que viajam sozinhos continuam a constituir a maioria dos detidos, mas o número desses migrantes diminuiu em 3% de maio para junho. 

Os afogamentos ocorreram na quinta-feira, quando um grande grupo tentou atravessar o Rio Grande perto de Eagle Pass, no estado do Texas.

Um total de 92 migrantes foram detidos no grupo, 39 no lado mexicano do rio e 53 por funcionários do Departamento de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA

Imigrantes atravessam para os EUA depois de cruzar o Rio Grande, que marca a fronteira com o México — Foto: Adrees Latif/Reuters

Nenhuma informação foi fornecida sobre as idades ou nacionalidades dos migrantes.

O pior afogamento em massa em anos

Um funcionário da alfândega dos EUA disse ao "Washington Post" que o afogamento em massa parece ser o pior em anos no Rio Grande.

Quase 50 mil imigrantes foram presos em Eagle Pass no mês passado, segundo dados do governo.

O chefe dos bombeiros da cidade, Manuel Mello, disse ao "The New York Times" que os migrantes foram arrastados por correntes a 1,6 km ao sul da Ponte Internacional que liga Eagle Pass a Piedras Negras, no México.

Mello indicou que os afogamentos se tornaram frequentes na região, chegando a ocorrer um por dia.

Centenas de milhares de pessoas fazem jornadas arriscadas todos os anos tentando chegar aos EUA a partir do México.

Em junho, mais de 50 pessoas morreram sufocadas após serem deixadas em um caminhão em San Antonio, Texas.

24 setembro 2022

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Migrantes tras ser detenidos en El Paso, Texas, el 12 de septiembre

Mais de 2 milhões de imigrantes foram detidos na fronteira entre os Estados Unidos e o México em apenas 11 meses, um número recorde que é motivo de preocupação política para o governo de Joe Biden.

De acordo com novos números da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos (CBP, na sigla em inglês), o número de 2,15 milhões de detenções no ano fiscal que termina em 30 de setembro representa um aumento de 24% em relação ao período anterior.

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As estatísticas mostram que o número de imigrantes da Venezuela, Nicarágua e Cuba aumentou dramaticamente, enquanto o número de imigrantes do México e do norte da América Central — El Salvador, Guatemala e Honduras — diminuiu.

Em um comunicado, o comissário do CBP, Chris Magnus, disse que "regimes comunistas fracassados" estavam levando a "uma nova onda de imigração" através da fronteira.

Especialistas apontam outras razões que podem explicar o aumento, incluindo um grande número de travessias repetidas e problemas econômicos persistentes relacionados à pandemia na América Latina.

O crescente número de imigrantes na fronteira representa uma questão controversa para a política americana, pouco antes das eleições de meio de mandato presidencial que ocorrerão em novembro.

A oposição criticou o presidente Joe Biden e outros democratas pelo aumento, enquanto cresce a tensão entre a Casa Branca e alguns governos estaduais republicanos sobre a forma como os imigrantes estão sendo transportados de ônibus ou levados de avião para áreas controladas pelos democratas, como Nova York e Washington.

Por que o recorde?

O número de imigrantes que chegam à fronteira aumentou drasticamente depois que Biden assumiu o cargo no final de janeiro de 2021.

Especialistas apontam uma série de razões para o aumento, incluindo desastres ambientais e problemas econômicos em El Salvador, Honduras e Guatemala. Em outros casos — como Cuba, Nicarágua e Venezuela —, os problemas econômicos foram agravados pela repressão política.

"Há um nível de desespero que nunca vimos antes", disse Adam Isacson, especialista em imigração e fronteiras da organização sem fins lucrativos Washington Office on Latin America.

"E há pessoas vindas de países que não enviaram imigrantes em números significativos no passado, em grande parte devido à falta de oportunidades econômicas. Os contrabandistas se aproveitam disso."

Muitos dos imigrantes estão agora buscando asilo, um processo que foi severamente restringido pelo governo de Donald Trump.

Crédito, Getty Images

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Desastres ambientais e problemas econômicos são algumas das razões por trás do aumento

Imigrantes do México e do norte da América Central continuam a representar a maior parte do total, com apenas os mexicanos respondendo por cerca de 744 mil das detenções no ano passado.

No entanto, os números de agosto do CBP mostram mudanças nos padrões de imigração. O número de mexicanos, salvadorenhos, guatemaltecos e hondurenhos caiu 43% em relação a agosto de 2021. Já o de cubanos, nicaraguenses e venezuelanos aumentou 175% no mesmo período.

Juntas, essas três nacionalidades são responsáveis ​​por cerca de 494 mil detenções de imigrantes este ano.

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Ariel Ruiz, especialista em políticas do centro de estudos Migration Policy Institute, com sede em Washington, observa que as ligações econômicas entre esses países também estão contribuindo para os aumentos.

Cuba, por exemplo, perdeu grande parte da ajuda que recebia da Venezuela antes da pandemia, o que aumentou suas dificuldades econômicas. A decisão da Nicarágua no ano passado de eliminar a exigência de visto para cubanos facilitou para que os cubanos agora eles tenham um ponto de partida para iniciar sua jornada da América Central para os EUA.

A falta de relações diplomáticas entre os EUA e essas nações significa que os presos não podem ser repatriados para seus países de origem.

Biden, por sua vez, disse que enviar imigrantes de volta a Cuba, Venezuela ou Nicarágua "não é racional" e que está trabalhando com o México e outros países para "interromper o fluxo".

Uma dor de cabeça para Biden

Desde que assumiu o cargo, Biden manteve uma política controversa da era Trump que permite que as autoridades expulsem automaticamente imigrantes indocumentados que desejam entrar no país, sem aplicar as leis e proteções que os imigrantes normalmente têm.

A política, conhecida como Título 42, foi originalmente destinada a impedir a propagação da covid-19 em instalações de detenção de imigrantes.

Crédito, Reuters

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Imigrantes em Washington em 30 de julho, depois de chegar de ônibus do Texas

O número crescente de imigrantes representa um problema político crescente para o governo Biden, principalmente com as eleições de meio de mandato que se aproximam.

Três Estados controlados pelos republicanos — Texas, Arizona e Flórida — anunciaram iniciativas para transferir imigrantes para Estados liderados por democratas, às vezes deixando-os em lugares como a luxuosa ilha de Martha's Vineyard, em Massachusetts, ou perto da residência da vice-presidente, Kamala Harris, em Washington.

Autoridades desses Estados argumentaram que a tática visa mitigar o impacto dos fluxos migratórios nas comunidades locais.

O governador da Flórida, Ron DeSantis, por exemplo, que no início de setembro começou a levar imigrantes para Massachusetts, disse que, "no momento em que mesmo uma pequena fração do que essas cidades fronteiriças enfrentam todos os dias chega à sua porta, eles [democratas] têm um surto repentino".

A questão dos imigrantes na fronteira provavelmente terá impacto nas urnas. Uma pesquisa recente da rádio pública norte-americana NPR, por exemplo, concluiu que a imigração é a principal questão eleitoral, depois da inflação, para 20% dos eleitores republicanos, em comparação com 1% dos democratas.

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Como e a fronteira entre México e Estados Unidos atualmente?

A fronteira internacional entre Estados Unidos e México é uma fronteira com 3.141 quilômetros de extensão, estendendo-se do Oceano Pacífico para o oeste e do Golfo do México para o leste. A fronteira atravessa uma variedade de terrenos, variando de grandes áreas urbanas a desertos inabitáveis.

Quais os problemas de fronteira entre EUA e México?

Por que o recorde? O número de imigrantes que chegam à fronteira aumentou drasticamente depois que Biden assumiu o cargo no final de janeiro de 2021. Especialistas apontam uma série de razões para o aumento, incluindo desastres ambientais e problemas econômicos em El Salvador, Honduras e Guatemala.

Como se dá a relação entre Estados Unidos e México quando se trata de fronteiras?

A extensa fronteira territorial entre os dois países é um símbolo da paz e segurança na região, e da sua importância para a segurança interna norte-americana e o comércio internacional. Os Estados Unidos são o maior parceiro comercial do México, que por sua vez é o terceiro maior parceiro comercial dos estadunidenses.

Como e a relação das fronteiras dos Estados Unidos com Canadá e México?

WASHINGTON — O governo dos EUA vai eliminar as restrições nas fronteiras terrestres com o México e Canadá até novembro, efetivamente reabrindo o país para o turismo depois de mais de um ano e meio. Contudo, apenas pessoas que estiverem vacinadas serão liberadas.