Quem é os donos das Lojas Americanas?

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As Lojas Americanas e a Americanas SA oficializaram nesta segunda-feira a incorporação das ações da holding (LAME3 e LAME4) pela segunda empresa (AMER3). A mudança, na prática, marca o fim do controle acionário do grupo Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles após cerca de 40 anos à frente dos negócios. Os três investidores vão se manter como acionistas relevantes da companhia.

Quem é os donos das Lojas Americanas?

Lojas Americanas: de olho em aquisições (Foto: Wikimedia Commons)

A combinação acionária foi aprovada em assembleias de acionistas das duas empresas na última sexta-feira. A operação simplificará a estrutura de governança corporativa das companhias. As ações da Lojas Americanas (LAME3 e LAME4), listadas no Nivel 1 da B3, deixarão de ser negociadas na Bolsa em 21 de janeiro.

Com isso, a única ação listada na Bolsa, portanto, será a da Americanas SA (AMER3), no segmento do Novo Mercado, nível de governança corporativa mais avançado do mercado de capitais brasileiro.

— Esse novo passo reforça o objetivo da Americanas SA de ser uma única companhia para clientes, parceiros e investidores. Paralelo à reorganização, os resultados já obtidos na etapa de combinação operacional (...) evidenciam a bem sucedida estratégia de geração de valor futuro da companhia — afirmou em conferência ao mercado Fabian Picavet, diretor de relação com investidores da Lojas Americanas.

A Americanas também reiterou que estuda listar ações nos Estados Unidos, mas ainda não divulgou se o fará na Nasdaq ou na Nyse.

Pelo plano divulgado pelas companhias, o atual grupo controlador da holding Lojas Americanas, fomado por Lemann, Sucupira e Telles, passará a ter 29,2% do capital da Americanas, abrindo mão do controle sem cobrar prêmio por isso. Como os 70,5% restantes da companhia serão negociadas no free float, o grupo deve manter influência nos rumos da companhia.

Hoje, esse grupo de controle tem 38,3% do capital da holding Lojas Americanas e 60,8% das ações ordinárias, com direito a voto. Por sua vez, a Lojas Americanas atualmente são detém 38,78% do capital da Americanas SA.

"Este grupo (controlador), presente na companhia desde os anos 1980, sempre teve como elemento norteador a estratégia de criação de valor de longo prazo, que garantiu o crescimento com rentabilidade da operação. Mais uma vez, o a acionista de referência reforça o seu compromisso com a visão de longo prazo como norteadora da geração de valor futura", disse a companhia em comunicado ao mercado.

Após a mudança, se algum acionista quiser adquirir mais de 15% das ações da Americanas SA, precisará lançar oferta pública pela empresa.

Pela transação agotra aprovada pelas assembleias das companhias, cada detentos dos papéis LAME3 e LAME4 receberá 0,185982 ação AMER3, com direito a voto, da Americanas SA.

Segundo os diretores da companhia, o negócio aumenta a liquidez e facilita o entendimento da companhia pelo mercado.

Quem é os donos das Lojas Americanas?

A proposta é que a Americanas S.A. incorpore as Lojas Americanas (Crédito: Divulgação / Americanas)

O famoso trio de sócios Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles abriu mão do controle da varejista Americanas, depois de 40 anos no comando da empresa. O passo, que simplifica sua estrutura societária e responde a uma demanda de investidores, ocorre antes da listagem que a companhia fará nos Estados Unidos, mudando o domicílio de sua sede. Isso sinaliza que a companhia buscará sua internacionalização em um momento em que tem acelerado seu crescimento via aquisições no Brasil.

Para a nova estrutura, a proposta é que a Americanas S.A. incorpore as Lojas Americanas – hoje tanto holding quanto empresa têm ações listadas na Bolsa brasileira. Na equação montada, cada acionista das Lojas Americanas receberá uma fração da ação da Americanas S.A., precisamente 0,186 do papel.

Nesse processo, em que apenas a Americanas S.A. será listada, o trio de investidores verá sua participação diluída e passará a deter 29,2%, deixando o controle para ser o investidor de referência da empresa, que passará a ter capital difuso.

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Hoje, nas Lojas Americanas, os controladores têm 38,2% da companhia e 60,8% das ações ordinárias, que são aquelas com direito a voto. O desenho ainda deverá ser validado pelos seus acionistas minoritários em assembleia marcada para o dia 10 de dezembro.

A nova estrutura societária também responde a uma queixa do mercado, que vinha pedindo mais governança à empresa. Em abril deste ano, quando a companhia uniu as operações físicas e online (a Americanas e a B2W), a composição da holding desagradou aos investidores, já que ela foi pensada exatamente para garantir que o controle fosse preservado.

A estrutura de holding permitiu que o trio continuasse mandando na empresa, já que tinha mais do que a metade das ações com voto, mesmo que com menos de 50% de participação na empresa.

Crescimento acelerado

Nesta quarta-feira, 3, ao anunciar a mudança, a empresa ressalta que foi importante para o seu crescimento ter um controlador.

No fato relevante em que divulgou a operação, a companhia cita que o atual controlador, “sempre teve como elemento norteador a estratégia de criação de valor de longo prazo, que garantiu o crescimento com rentabilidade da operação”. Diz, ainda, que nessa nova fase, “o acionista de referência reforça o seu compromisso com a visão de longo prazo como norteadora da geração de valor futurat.

Nos últimos 15 anos, a Americanas fez 28 aquisições, sendo que dez entre o ano passado e este ano. A maior foi a compra da rede varejista de hortifruti Natural da Terra por mais de R$ 2 bilhões, operação que acaba de ser concluída.

Governança mais robusta

Como a nova estrutura de ações, a Americanas disse que também migrará suas ações ao Novo Mercado, o segmento de listagem da Bolsa brasileira com maiores exigências em termos de governança corporativa. “Considerando a bem-sucedida combinação operacional de negócios em andamento, amadurecemos a ideia de consolidar as bases acionárias das Companhias no Novo Mercado. Teremos uma só Americanas: para clientes e investidores”, afirmou, em nota enviada á imprensa, o presidente da Americanas S.A., Miguel Gutierrez.

A proposta inclui ainda um mecanismo para bloquear investidas de concorrentes, por exemplo. Por meio do chamado “poison pill”, a companhia quer incluir no seu estatuto a regra de que, quando um investidor atingir uma participação de 15% ele precisa, obrigatoriamente, fazer uma oferta pública para a aquisição da totalidade das ações em circulação. Esse tipo de instrumento é comum em empresas sem um controlador.

Em relatório a XP avaliou o anúncio como positivo, mas manteve a visão neutra em relação à companhia, por conta de cautela em relação à dinâmica do e-commerce frente ao aumento de competição no setor e deterioração do cenário macroeconômico, que tende a impactar mais fortemente teses ligadas ao consumo e de alto crescimento.


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Quem é o proprietário das Lojas Americanas?

A Americanas (AMER3) comunicou a seus acionistas na sexta-feira (19) que o executivo Sergio Rial assumirá o posto de CEO da companhia em 2023, no lugar do atual presidente, Miguel Gutierrez. Esta é a primeira mudança no comando da varejista em mais de 20 anos.

Quem é o maior acionista das Lojas Americanas?

Capital total.

Quais empresas pertencem a Americanas?

Além de Submarino e Americanas.com, a empresa foi responsável pela operação virtual do Shoptime e do Soub, antigamente conhecido como Sou Barato, especializado em produtos reembalados. A B2W também entrou na área de entregas de mercado em 2020, quando adquiriu a Supermercado Now, uma startup fundada em 2016.

Quem é o dono do grupo B2W?

Atualmente, a B2W é controlada pela Lojas Americanas, que detém 62,48% das ações da empresa de e-commerce. Lemann, Sicupira e Telles são os cofundadores da 3G Partners, companhia de private equity que detém 40% de participação na Lojas Americanas.