O que é a cultura corporal de movimento?

O que é a cultura corporal de movimento?
O que é a cultura corporal de movimento?

A inclus�o do aluno na cultura corporal 

do movimento nas aulas de Educa��o F�sica

La inclusi�n del alumno en la cultura corporal de movimiento en las clases de Educaci�n F�sica

O que é a cultura corporal de movimento?

 

*Programa de Gradua��o em Educa��o F�sica Sudam�rica, Cataguases, MG

**Programa de P�s Gradua��o Strictu Senso

em Avalia��o das Actividades F�sicas e Desportivas, UTAD, Portugal

***Programa de Gradua��o em Educa��o F�sica, UEPA, Par�

(Brasil)

Gabriela Resende de Oliveira Venturini*

Andr� Luiz Zanella**

Rafael Pedrosa Sav�ia**

Dihogo Gama de Matos**

Michelli Fernandes Pimenta de Figueiredo**

Marcelle Silva dos Santos***

Mauro L�cio Mazini Filho**

 

Resumo

          A Educa��o F�sica � uma disciplina que necessariamente utiliza-se do corpo, e como conseq��ncia, do movimento. Assim ela busca a integra��o dos alunos, ou seja, a inclus�o da cultura corporal do movimento baseado nos Par�metros Curriculares Nacionais nas aulas de educa��o f�sica. A presente pesquisa, caracterizada como estudo bibliogr�fico, tem como objetivo desenvolver do aluno sua integra��o total e a inser��o social para agir como perseverante na busca do conhecimento da cultura corporal do movimento nas aulas de educa��o f�sica. O estudo preconiza a reflex�o sobre os m�todos, t�cnicas e procedimentos que autores indicaram em rela��o �s aulas de educa��o f�sica, nas institui��es de ensino, fazendo uma abordagem primeiramente ao ensino fundamental e em seguida ao ensino m�dio. Apregoa tamb�m a necessidade do di�logo e da valoriza��o dos indiv�duos como agentes do processo segundo o momento hist�rico em que vivemos.

          Unitermos

: Educa��o F�sica. Inclus�o. Cultura corporal

Abstract

          A Physical Education is a discipline that necessarily uses up the body, and as a consequence of movement. Thus it seeks the integration of pupils, or the inclusion of the culture of body movement based on the National Curricular Parameters in physical education classes. This research, known as bibliographic study, aims to develop your student's full integration and social inclusion to act as steadfast in the pursuit of knowledge of the culture of body motion in physical education classes. The study calls for reflection on methods, techniques and procedures that authors indicated for physical education classes, in educational institutions, making a first approach to the elementary school and then to high school. Pretend the need of dialogue and the development of individuals as agents of the process according to the historical moment in which we live.

          Keywords

: Physical Education. Inclusion. Culture body
 
O que é a cultura corporal de movimento?
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - A�o 14 - N� 132 - Mayo de 2009

O que é a cultura corporal de movimento?

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1.     Introdu��o

    A cultura corporal nas aulas de educa��o f�sica exclui na maioria das vezes os educando menos habilidosos de participar das atividades, sendo que cultura corporal � um conjunto de conhecimentos adquiridos em cada sociedade sobre as variedades de se trabalhar com o corpo (Coletivo de Autores, 1992). Dentre as produ��es dessa cultura corporal, algumas foram incorporadas pela Educa��o F�sica em seus conte�dos: o jogo, o esporte, a dan�a, a gin�stica e a luta. Este trabalho tem como objetivo a inclus�o do aluno na cultura corporal do movimento, tendo como base umas das tend�ncias cr�tico - superadora que � a cultura corporal nas aulas de educa��o f�sica.

    � de fundamental import�ncia que se garanta o acesso dos alunos �s pr�ticas da cultura Corporal, pois ajudar� o aluno a. desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento de confian�a, Percebe-se que mais do que uma decorr�ncia biol�gica, a quest�o cultural � essencial para o desenvolvimento humano, pois os aspectos culturais ultrapassam fronteiras e necessitam ser decifrados como teias de significados que obt�m sentidos pr�prios. Ainda nessa linha de racioc�nio, devemos lembrar que o ser humano n�o � visto, na perspectiva de Geertz, de forma �estratigr�fica�, na qual as rela��es entre os fatores biol�gico, psicol�gico social e cultural da vida humana estariam compostos de n�veis superpostos aos inferiores e refor�ando os que est�o acima dele. Pelo contr�rio, o autor prop�e uma vis�o sint�tica, na qual todas as rela��es entre os itens apontados acima est�o em constante sintonia, n�o sendo poss�vel analisar um sem a influ�ncia do outro.

    � essa compreens�o da necessidade de uma constru��o pr�pria para as a��es humanas e a rela��o delas com a vida cotidiana das pessoas que pauta as reflex�es contidas neste texto em rela��o � Educa��o F�sica. O entendimento dado a ele � o de que as aulas de Educa��o F�sica s�o realizadas em situa��es espec�ficas com significados pr�prios a cada grupo que dela tem acesso. Neste sentido, a no��o de constru��o cultural � fundamental para a compreens�o de como devem ser desenvolvidas as aulas, o que refor�a a import�ncia de se discutir qual a influ�ncia que os aspectos culturais t�m sobre elas.contribuindo com isso para sua autonomia e integra��o para agir como perseverante na busca do conhecimento da cultura corporal do movimento nas aulas (MONTEIRO e SOUZA, 2008).

    Considerando a necessidade de incluir o aluno na cultura corporal do movimento nas aulas de educa��o f�sica, obtendo com isso sua participa��o e a sua valoriza��o, foi realizado um estudo bibliogr�fico tendo como refer�ncia os Par�metros Curriculares Nacionais do ensino fundamental (compreendendo o ensino no primeiro e segundo ciclo, terceiro e quarto) e o ensino m�dio. Tamb�m foram utilizados para esse estudo outros livros e artigos da internet. .

    Para facilitar a compreens�o do tema, o presente paper est� assim estruturado: inicialmente analisa-se o ensino fundamental de primeira a quarta s�rie, logo ap�s o ensino fundamental de quinta a oitava e em seguida faz refer�ncia ao ensino m�dio, tudo isto na busca de uma educa��o f�sica voltada para inclus�o do aluno na cultura corporal, buscando com isso o desenvolvimento humano e n�o somente a t�cnicas.

2.     Ensino fundamental de primeira a quarta s�rie

    No ensino fundamental de primeira a quarta s�rie � importante que o aluno conhe�a e compreenda como se trabalha o seu corpo, pois o trabalho de Educa��o F�sica nas s�ries iniciais, possibilita aos alunos a terem, desde cedo, a oportunidade de desenvolver habilidades corporais e de participar de atividades culturais, como jogos, esportes, lutas, gin�sticas e dan�as, com finalidades de lazer, express�o de sentimentos, afetos e emo��es. Mais para isso � preciso que as aulas estejam voltadas para os aspectos corporais do movimento e as atividades estejam vinculadas a experi�ncias pr�ticas. Sendo que o professor dever� dar a oportunidade para que o aluno possa vivenciar estas pr�ticas sem que haja a mera repeti��o de gestos estereotipados com vista em automatiz�-los e reproduzi-los. � necess�rio que o aluno possa estar criando o seu pr�prio movimento para que haja com isso a participa��o integral do mesmo.

    De acordo com os Par�metros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997) no primeiro ciclo o que se percebe � que muitas crian�as ao entrar na escola j� possuem certo conhecimento sobre o movimento, o corpo e a cultura corporal isso devido � experi�ncia pessoal e da viv�ncia do grupo social em que cada crian�a esta inserida, e tamb�m um dos contribuintes desse conhecimento � o meio de comunica��o, na qual atrav�s de v�rias informa��es os alunos passam a obter um conhecimento amplo e significativo, contribuindo com isso para a realiza��o de algum tipo de movimento nas aulas de educa��o f�sica.

    Para que o aluno possa obter uma participa��o, ou seja, para que o mesmo possa estar inserido na cultura corporal do movimento nas aulas de educa��o f�sica � necess�rio que a escola trabalhe primeiramente resgatando as experi�ncias vividas do contexto cultural onde a escola esta inserida, mais tamb�m n�o deixando de resgatar as experi�ncias que n�o teriam fora da escola, pois agindo dessa forma o aluno pode estar inserido nas aulas de educa��o f�sica de uma forma prazerosa, contribuindo para que o mesmo se sinta valorizado ao realizar uma atividade a qual condiz com sua experi�ncia vivida.

    No in�cio da sua escolaridade os alunos t�m grande necessidade de se movimentar, e � nesse ciclo que eles est�o come�ando a se adaptar a atividades que exigem um grande per�odo de concentra��o, ou seja, n�o conseguem se concentrar totalmente em uma atividade, ent�o � importante que se trabalhe nesse ciclo a capacidade do aluno em se organizar, em realizar algum tipo de movimento, tentar inserir o aluno trabalhando com isso os procedimentos que contribuem para favorecer o desenvolvimento dessas capacidades.

    Nesse momento da escolaridade, os alunos t�m grande necessidade de se movimentar e est�o ainda se adaptando � exig�ncia de per�odos mais longos de concentra��o em atividades escolares. Entretanto, afora o hor�rio de intervalo, a aula de Educa��o F�sica �, muitas vezes, a �nica situa��o em que t�m essa oportunidade. Tal peculiaridade freq�entemente gera uma situa��o ambivalente: por um lado, os alunos apreciam e anseiam por esse hor�rio; por outro, ficam em um n�vel de excita��o t�o alto que torna dif�cil o andamento da aula. (BRASIL, 1997, p. 59)

    Outro aspecto importante a ser destacado neste ciclo � em rela��o �s aulas de educa��o f�sica, que de acordo com os par�metros curriculares Nacionais (BRASIL, 1997) os alunos j� conseguem fazer algumas avalia��es em rela��o ao desempenho de cada um, ou seja, eles n�o levam muito tempo para descobrir quem s�o aqueles que t�m mais familiaridade em realizar certo tipo de atividade, ent�o � nesse momento que se deve ter cuidado em rela��o �s discrimina��es, pois se a crian�a no in�cio de sua escolaridade for vista ou censurada como incompetente por ter certo tipo de dificuldade ao realizar algum tipo de movimento, esta ir� ao futuro ter medo, vergonha de participar das aulas e isso contribuir� de certa forma para a exclus�o da mesma. Sendo que para que isso n�o aconte�a � necess�rio que o professor nas suas aulas n�o se restrinja h� uma s� atividade e sim proporcione para o aluno uma variedade de atividades em que as compet�ncias sejam exercidas e possam ser respeitadas e valorizadas as diferen�as de cada um.

    Para que as aulas de educa��o f�sica tragam a inclus�o do aluno na cultura corporal do movimento � necess�rio que sejam respeitadas as diferen�as entre as compet�ncias em rela��o a meninos e meninas, pois muitas vezes por raz�es socioculturais os meninos que sobressaem em algum tipo de atividade em rela��o �s meninas e muitas vezes pode acontecer o contr�rio, ent�o neste caso as atividades repassadas pelo professor devem promover um troca entre os dois g�neros, evidenciando a compet�ncia que cada um possui ao realizar uma atividade, pois agindo dessa forma acontecer� de certa forma a inclus�o e a valoriza��o do aluno nas aulas de educa��o f�sica.

    � caracter�stica marcante desse ciclo a diferencia��o das experi�ncias e compet�ncias de Movimento de meninos e meninas. Os conte�dos devem contemplar, portanto, atividades que Evidenciem essas compet�ncias de forma a promover uma troca entre os dois grupos. Atividades l�dicas e competitivas, nas quais os meninos t�m mais desenvoltura, como, por exemplo, os jogos com bola, de corrida, for�a e agilidade, devem ser mesclados de forma equilibrada com atividades l�dicas e expressivas nas quais as meninas, genericamente, t�m uma experi�ncia maior; por exemplo, lengalengas, pequenas coreografias, jogos e brincadeiras que envolvam equil�brio, ritmo e coordena��o. (PCN-Educa��o F�sica, 1997, p.64).

    Em rela��o ao segundo ciclo como os alunos j� passaram por uma determinada aprendizagem, j� possui uma gama de conhecimentos em rela��o � educa��o f�sica, ou seja, eles j� est�o mais independentes ao realizar algum tipo de movimento, ao se trabalhar com esse ciclo para promover a inclus�o de todos � necess�rio que o professor ao desenvolver algum tipo de atividade abra espa�o em suas aulas para uma reflex�o, ou seja, uma conversa, para que os alunos possam discernir quais as estrat�gias mais adequadas para a realiza��o de algum movimento, pois isso ir� contribuir para uma participa��o integral do mesmo e para que novos aspectos tornem-se mais observ�veis.

    Neste ciclo as crian�as j� est�o mais cientes em rela��o �s diferen�as entre os sexos as crian�as voltam a se aproximar uns dos outros, ent�o � importante a aten��o e o cuidado em rela��o �s estereotipias, principalmente em rela��o aos movimentos tradicionalmente considerados, pois as crian�as come�am a ter o conhecimento e o entendimento do seu pr�prio corpo, onde os mesmos s�o capazes de monitorar seu desempenho, adequando-se ao grau de exig�ncia de cada atividade, e uma crian�a conseguindo obter o conhecimento e o controle ao realizar uma atividade ir� com certeza se tornar uma pessoa mais participativa, contribuindo com isso para inclus�o da mesma (BRASIL, 1997).

    Neste ciclo as habilidades e capacidades podem receber um tratamento mais espec�fico, pois os alunos j� re�nem condi��es de compreender determinados recortes que podem ser feitos ao analisar os tipos de movimento envolvidos em cada atividade. � poss�vel sugerir brincadeiras e jogos em que algumas habilidades mais espec�ficas sejam trabalhadas, dentro de contextos significativos. � importante que o professor solicite que as crian�as criem v�rias brincadeiras contribuindo com isso para que o mesmo se sinta inclu�do ao estar realizando algum tipo de movimento, assim ele ir� participar de forma integral e prazerosa das atividades.

    Para que ocorra de certa forma a inclus�o e a participa��o do aluno nas aulas de educa��o f�sica do primeiro ao quarto ciclo � preciso o professor seja um mediador, tentando instigar nos alunos a participa��o, e com ela, a descoberta de um novo mundo.

    Gasparin (2003, p. 15) afirma que, �... O educando deve ser desafiado, mobilizado, sensibilizado. Deve perceber alguma rela��o entre o conte�do e sua vida cotidiana...�. O professor deve considerar que a educa��o do seu aluno vem muito antes da escola, n�o sendo formada somente a partir da escola, com os conhecimentos cient�ficos, e seus objetivos j� devem ser direcionados tomando por base o fato de que seu aluno j� tem uma vida, que ele vem para a escola j� com conhecimentos adquiridos do seu dia-a-dia, e partindo-se dos conhecimentos adquiridos os alunos tornam-se mais presentes e inclu�dos nas aulas de educa��o f�sica.

2.1     Ensino fundamental de quinta a oitava s�rie

    Nas aulas de educa��o f�sica de quinta a oitava s�rie os aspectos procedimentais s�o mais observ�veis, pois as aprendizagens dos conte�dos est�o conectadas com as experi�ncias pr�ticas que cada aluno j� vivenciou nos ciclos anteriores, e dependendo da forma como se s�o trabalhados os conte�dos nas aulas, poder� sim ou n�o levar a exclus�o do aluno nas aulas de educa��o f�sica. Ent�o para que n�o aconte�a essa exclus�o � necess�rio que as aulas tenham sentido para o aluno, no qual o mesmo tenha a possibilidade de estar fazendo escolhas, trocar informa��es, estabelecer quest�es para que o mesmo se sinta inserido nas aulas, pois Os conte�dos deste bloco s�o amplos, diversificados e podem variar muito de acordo com o local em que a escola estiver inserida (CORTEZ, 1992).

    Deve-se haver uma integra��o entre professor e aluno para uma abordagem dos conte�dos, onde o professor promove uma vis�o organizada e os alunos tentam contribuir com um elemento novo de sua cultura, pois havendo essa inter-rela��o as aulas ir�o se tornar mais prazerosas, significativas e inclusivas, despertando com isso o di�logo e a valoriza��o do discente (CORTEZ, 1992).

    � importante ressaltar no ensino fundamental de quinta a oitava s�rie, para que aconte�a de certa forma a inclus�o do aluno na cultura corporal do movimento nas aulas de educa��o f�sica � necess�rio que o mesmo esteja informado de como ele estar� sendo avaliado durante o processo de ensino, para que o aluno juntamente com o professor possa dar direcionamentos quanto aos avan�os e as dificuldades que podem surgir dentro do processo de ensino e aprendizagem, pois ele conhecendo, poder� de certa forma tornar cada vez mais produtivo este processo, contribuindo com isso para sua valoriza��o e inclus�o dentro das institui��es de ensino.

    Os par�metros curriculares nacionais consideram que a avalia��o deva ser de utilidade, tanto para o aluno como para o professor, para que ambos possam dimensionar os avan�os e as dificuldades dentro do processo de ensino e aprendizagem e torn�-lo cada vez mais produtivo. (PCN-Educa��o F�sica, 2001, p.58).

    � importante ressaltar que o aluno, dentro do contexto escolar, deve ser um sujeito de plena participa��o, podendo opinar e coordenar a��es e assim se tornar uma pessoa participativa e consciente de suas atitudes, e n�o ser deixado de lado; a Educa��o F�sica deve fazer parte desse contexto:

    [...]. Nos conte�dos ou nas formas e m�todos de transmiss�o dos mesmos; � necess�rio, isto sim, uma mudan�a total da pr�pria concep��o da Educa��o F�sica e do seu processo de ensino-aprendizagem. Isto significa que ela n�o pode ser visualizada como uma atividade ou disciplina isolada do contexto da Educa��o [...] (KUNZ, 1991, p.182).

    A cultura corporal do movimento nas aulas de educa��o f�sica deve incluir tamb�m portadores de necessidades especiais, pois na maioria das vezes, eles est�o exclu�dos da mesma e sabe-se que a participa��o integral do aluno � ben�fica a essas crian�as, podendo contribuir para o seu desenvolvimento psicossocial.

    A participa��o pode trazer muitos benef�cios a essas crian�as, particularmente no que diz respeito ao desenvolvimento das capacidades perceptivas, afetivas, de integra��o e inser��o social, que levam este aluno a uma maior condi��o de consci�ncia, em busca da sua futura depend�ncia. (PCN-Educa��o F�sica, 2001, p.56).

    Para que este aluno esteja inserido nas aulas fazem-se necess�rias adapta��es conforme a sua defici�ncia, pois o professor deve ser flex�vel ao passar alguma atividade, estimulando com isso tanto o aluno portador de necessidades especiais quanto o grupo, para que todos possam se sentir capazes de socializar, contribuindo com isso para o princ�pio da inclus�o (BRASIL, 2001).

    Outros alunos que ficam muitas vezes exclu�dos da cultura corporal do movimento nas aulas de educa��o f�sica, s�o os que estudam pelo per�odo noturno, de participar integralmente das aulas e do acesso da cultural corporal, pois o que se observa � que existe a diferen�a dos conte�dos repassados no curso noturno em rela��o aos que estudam no per�odo diurno e isso n�o deveria acontecer. (BRASIL, 2001).

3.     Ensino m�dio

    No ensino m�dio, freq�entemente as aulas de educa��o f�sica costumam repetir os programas do ensino fundamental, resumindo-se as pr�ticas dos fundamentos de alguns esportes e a execu��o do gesto t�cnico esportivo. Como os alunos j� adquiriram conhecimentos pr�vios em rela��o � cultura corporal do movimento nas aulas de educa��o f�sica, devido �s s�ries anteriores que correspondem ao ensino fundamental, estes j� podem ter um conhecimento mais espec�fico relacionados ao seu corpo, ou seja, j� est�o preparados para compreender o funcionamento do organismo humano, bem como conhecendo melhor o seu corpo, ir� conseq�entemente atuar de forma significativa ao participar de alguma atividade, possibilitando com isso sua integra��o nas aulas de educa��o f�sica e uma ampla compreens�o e atua��o das manifesta��es da cultura corporal. (BRASIL, 1999).

    Al�m disso, para que haja de certa forma a inclus�o do aluno na cultura corporal do movimento nas aulas de educa��o f�sica, � necess�rio tamb�m que o professor estimule os educando e seja mais flex�vel em rela��o aos conte�dos, para isso precisa propor atividades as quais que propiciem prazer e satisfa��o do aluno, em que as mesmas devem adequar-se ao aluno, com isso ele ter� mais interesse em participar das aulas, permitindo que aconte�a a inclus�o. Por�m se os alunos que tiverem que se adequar a cada atividade repassada pelo professor e o mesmo se manter r�gido em atividades desinteressantes aos alunos, poder� vir a ocasionar a exclus�o ou o afastamento das aulas.

    Os PCN�s (1999, p.163) afirmam que �(...) � a atividade que deve adequar-se ao aluno e n�o o aluno � atividade. Ou seja, o professor, ao se manter r�gido em atividades desinteressantes aos alunos, termina por afast�-los da disciplina�.

    Segundo (PCN�s, 1999, p.167) umas das compet�ncias e habilidades a serem desenvolvidas em educa��o f�sica no ensino m�dio �: �compreender as diferentes manifesta��es da cultura corporal, reconhecendo e valorizando as diferen�as de desempenho, linguagem e express�o�. Com isso os alunos passam a se integrar � cultura corporal, compreendendo as diferen�as que ir�o ocorrer durante o processo de ensino e aprendizagem.

    Neste ciclo tamb�m devem ser explorado do aluno um conjunto de novas disposi��es e atitudes, como investigar, selecionar informa��es, analisar, sintetizar, argumentar, negociar significados e cooperar, porque ele j� adquiriu conhecimento necess�rio para que aconte�a a sistematiza��o do conhecimento e tamb�m desperta a compreens�o de suas propriedades comuns, e como lidar com a quest�o cient�fica regularmente, isso possibilitar� sua participa��o integral como formador de opini�es.

    Uma caracter�stica bastante comum no ensino m�dio � a exist�ncia de turmas extremamente heterog�neas, principalmente em virtude das experi�ncias anteriores com a cultura corporal, muito diferenciado entre os alunos, ent�o cabe ao professor saber trabalhar com turmas mistas, para ajudar os jovens a construir rela��es de respeito pelas diferen�as, somando o que os homens e as mulheres t�m de melhor, compreendendo o outro, com isso aprendendo a ser pessoas, mas abertas e equilibradas (DAOLIO, 1995).

Considera��es finais

    Neste paper apresentamos uns dos aspectos que consideramos de suma import�ncia para as aulas de educa��o baseado nos PCN�s do ensino fundamental e m�dio, sendo o principio da inclus�o dos alunos na cultura corporal do movimento, buscando dentro deste a melhoria da qualidade das aulas nas institui��es de ensino, Assim, destaca-se uma educa��o f�sica dirigida a todos os alunos, sem discrimina��o de ra�a, cor e sexo. Ressalta tamb�m que a educa��o f�sica mediante a cultura corporal do movimento deve fazer com que o professor contemple a complexidade e sua din�mica, no sentido de contribuir com a aprendizagem, a reflex�o e a forma��o do cidad�o cr�tico.

    Desse modo, podemos concluir que para que aconte�a a inclus�o do aluno na cultura corporal do movimento � necess�rio que ocorra a sistematiza��o, dos conte�dos e � de suma import�ncia que o professor dei oportunidades para que os educando possam adquirir com isso o desenvolvimento humano e n�o somente ficar na mera repeti��o de gestos e t�cnicas repassadas pelo professor, mais sim dar oportunidade para que os alunos possam investigar, selecionar informa��es, analisar, sintetizar, argumentar, negociar significados e cooperar, pois s� assim poder� ocorrer a valoriza��o, o aprofundamento dos conte�dos e a inclus�o do educando, possibilitando a todos as mesmas oportunidades nas institui��es de ensino.

Refer�ncias bibliogr�ficas

  • BRASIL. Secretaria de Educa��o Fundamental. Par�metros Curriculares Nacionais: Educa��o F�sica. 2. Bras�lia: MEC/SEF, 1997. 96p.

  • BRASIL. Secretaria de Educa��o Fundamental. Par�metros Curriculares Nacionais: hist�ria /Educa��o F�sica. 2. Bras�lia: MEC/SEF, 2001.108p.

  • BRASIL. Secretaria de Educa��o m�dia e tecnol�gica. Par�metros Curriculares Nacionais: ensino m�dio. 2. Bras�lia: MEC/SEF, 1999. 364p.

  • CORTEZ. Metodologia do Ensino de Educa��o F�sica/ coletivo de autores. S�o Paulo. 1992

  • DAOLIO, Jocimar. Da Cultura do Corpo. S�o Paulo, 1995.

  • GASPARIN, Jo�o Luiz. Uma did�tica para a pedagogia hist�rico-cr�tica. S�o Paulo: Autores Associados, 2003.

  • GEERTZ, C. A interpreta��o das culturas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1989

  • KUNZ, Elenor. Educa��o F�sica: Ensino e Mudan�as. Iju�: Uniju�, 1991.

  • MONTEIRO, R. e Sousa, A. Cultura Corporal e Educa��o F�sica : elementos para uma re-significa��o da pr�tica docente. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, N� 126, 2008. http://www.efdeportes.com/efd126/cultura-corporal-e-educacao-fisica-re-significacao-da-pratica-docente.htm

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