Quais as regras para classificar um fundo de investimento em multimercado?

Fundos multimercado são produtos mais sofisticados do que a renda fixa e constituem uma excelente estratégia para diversificar sua carteira.

Nesse tipo de fundo, você encontra ativos de renda fixa, juros, moeda, ações etc…

Como o próprio nome diz, esse tipo fundo investe em diferentes setores da economia.

As estratégias de alocação destes fundos dependem apenas da estratégia escolhida pelo gestor – devidamente estabelecida no regulamento de cada fundo.

Portanto, é uma ótima opção para quem busca uma diversificação de investimentos simples e prática para a carteira a fim de garantir menos risco e mais rentabilidade.

Como funcionam os fundos multimercado? 

Um fundo de ações é dividido em cotas e funciona como um condomínio. Divide-se os ganhos entre os participantes, na proporção do valor depositado por cada um. 

A soma do dinheiro dos investidores compõem o patrimônio do fundo, que é aplicado por um gestor profissional. Ele decide o que fazer com os recursos segundo políticas predefinidas. Quando as aplicações têm resultado positivo, as cotas do fundo (menor fração do patrimônio) valorizam. O contrário acontece quando o desempenho é ruim.

Diferentemente dos fundos de renda fixa – que precisam ter ao menos 80% do seu patrimônio investido neste tipo de título – e dos fundos de ações – que devem ter, obrigatoriamente, ao menos 67% dos seus investimentos alocados em renda variável, os multimercados não precisam seguir regras específicas de composição de carteira.

Essa flexibilidade de composição faz com que seja possível encontrar fundos multimercado mais conservadores e outros mais agressivos.

Tipo de fundos multimercado 

Graças à flexibilidade garantida aos multimercados, existe uma enorme variedade de estratégias de investimentos entre eles. Por isso, a Anbima criou uma classificação que agrupa os fundos de acordo com suas características principais.

Balanceados

Adotam uma estratégia de alocação pré-determinada, especificando o mix de investimentos nas diversas classes de ativos, incluindo deslocamentos táticos e políticas de rebalanceamento explícitas. O benchmark deve acompanhar a composição desse mix, o que significa que seu desempenho não deve ser comparado a uma única classe de ativos (CDI, por exemplo). Não admitem alavancagem.

Dinâmicos

Adotam uma estratégia de alocação, mas não se comprometem com um mix pré-determinado de ativos – são mais flexíveis que os balanceados, podendo reagir às condições de mercado e ao horizonte de investimento. Admitem alavancagem.

Livre

Os fundos livres não têm um compromisso de concentração em uma estratégia específica de investimento. Por incluir uma variedade de possibilidades, essa categoria costuma ser uma das que têm maior volume de investimentos entre todos os multimercados. 

Macro

São chamados assim os fundos multimercados que realizam operações utilizando estratégias de investimento baseadas em cenários macroeconômicos de médio e longo prazos. 

Trading

Fundos que exploram oportunidades de ganhos a partir de movimentos de curto prazo nos preços dos ativos. 

Long and Short – direcional

Fazem operações de ativos e derivativos ligados ao mercado de renda variável, montando posições compradas e vendidas e buscando resultado com a diferença dessas posições. 

Long and Short – neutro

Também montam posições compradas e vendidas com ativos e derivativos ligados ao mercado de renda variável, mas têm o objetivo de manter a exposição financeira líquida limitada a 5%. 

Juros e moedas

Buscam retorno no longo prazo com investimentos em ativos de renda fixa com risco de juros, risco de índice de preço e risco de moeda estrangeira. Não têm exposição a ativos de renda variável como ações. 

Capital protegido

Fundos que buscam retornos em mercados de risco procurando proteger, parcial ou totalmente, o principal investido. 

Estratégia específica

Adotam estratégia de investimento que implique riscos específicos, tais como commodities ou futuro de índice. 

Investimento no exterior

Para receberem essa classificação, os fundos multimercados devem investir pelo menos 40% do patrimônio líquido em ativos financeiros no exterior. Também são uma das maiores categorias de fundos multimercados. 

Custos 

De acordo com a Instrução CVM 555/2014, a taxa de administração é o meio para remuneração do administrador do fundo. Além disso, ela remunera toda a operacionalização da sua gestão e os prestadores de serviço contratados pelo fundo. Ela incide sobre o patrimônio mantido pelo investidor e é divulgada como um percentual anual, mas a cobrança não ocorre uma só vez por ano – e sim diariamente, de maneira proporcional.

A taxa de performance ou taxa de desempenho é um pagamento feito a um gestor de investimentos para gerar retornos positivos. É diferente da taxa de administração, que é cobrada independentemente dos resultados. 

Ressalte-se que a cobrança de taxa de performance é uma prática muito comum e bem vista, já que motiva o gestor a buscar o melhor desempenho para o fundo. Ou seja, sempre que esta taxa for paga, é porque o fundo teve bom rendimento.

Assim, a performance do fundo pode ser monitorada pelo investidor diariamente, já considerando o desconto das taxas cobradas. Mas é recomendado que tenha o longo-prazo como objetivo.

As taxas são um fator importante na escolha de um fundo de ações porque incidem na rentabilidade. Porém, esse não pode ser o único critério de seleção. É necessário avaliar o desempenho do fundo e sua relação risco retorno. Para te ajudar nessa avaliação, fale com um de nossos assessores. 

Tributação dos fundos multimercado

A cada 6 meses (em maio e novembro), o Governo recolhe o Imposto de Renda dos fundos de investimentos de forma antecipada. Esse é o chamado ‘come-cotas’. A alíquota varia de acordo com o tempo de aplicação: 

Fundos de Curto Prazo 

22,5% em aportes que permanecem por até 180 dias

20% em aportes que permanecem 181 dias ou mais

Fundos de Longo Prazo

22,5% em aportes que permanecem por até 180 dias

20,0% em aportes que permanecem de 181 dias a 360 dias

17,5% em aportes que permanecem de 361 dias a 720 dias

15,0% em aportes que permanecem por 721 dias ou mais

O come-cotas é um recolhimento antecipado do imposto que é cobrado sobre a maioria dos investimentos. Assim, ele não será cobrado de novo no momento do resgate da aplicação.

Como escolher e investir em fundos multimercado 

Entender como os multimercados funcionam despertou sua vontade de investir? Então fique atento aos itens abaixo na hora de escolher a carteira em que pretende aplicar:

1. Encontre a classificação de risco do fundo

O nível de risco dos multimercados varia de acordo com a estratégia de investimento adotada em cada um e também com os tipos de ativos incluídos na carteira.

Uma característica importante dos multimercados é o fato de que não precisam se sujeitar aos limites de concentração por emissor para investir em alguns ativos, como ações. Respeitar esses limites é uma exigência para os fundos em geral.

Para ficarem livres para concentrar as aplicações, os multimercados devem prever essa possibilidade expressamente no regulamento e no termo de adesão disponibilizados aos investidores. Um alerta de que o fundo pode estar exposto a uma significativa concentração em ativos financeiros de poucos emissores, com os riscos decorrentes, precisa estar presente.

2. Verifique se a aplicação mínima se encaixa no seu bolso

Comece verificando qual é a aplicação inicial dos multimercados que você estiver avaliando – ou seja, o valor mínimo que o investidor deve investir na primeira vez. Essa informação é fundamental para definir se você terá condições de aplicar nos fundos em que está de olho. O valor montante varia muito de acordo com o nível de  sofisticação e o risco da carteira.

Fundos voltados para investidores de varejo normalmente têm aplicações iniciais baixas. Em geral, é possível entrar em um deles com valores a partir de R$ 500. Já as carteiras mais sofisticadas podem exigir um valor inicial elevado – de R$ 250 mil, por exemplo.

Vale ressaltar o fato de que certos fundos multimercado que envolvam riscos adicionais são voltados apenas para investidores chamados “qualificados”. Um investidor qualificado é:

  • Um investidor profissional;
  • Investidor que tenha aplicações superiores a R$ 1 milhão e ateste a condição de investidor qualificado;
  • Um investidor que tenha sido aprovado em exames de qualificação técnica ou possua certificações aprovadas pela CVM (como a de agente autônomo de investimento, administrador de carteira, analista ou consultor de valores mobiliários);
  • Clube de investimento que tenha a carteira gerida por cotistas que sejam considerados investidores qualificados.

3. Analise a performance e rentabilidade

Se você já está habituado a investir, certamente já ouviu essa frase: “A rentabilidade passada não assegura o retorno no futuro”. Isso é verdade, mas não exime o investidor de fazer uma análise do desempenho histórico dos fundos em que pretende aplicar seu dinheiro.

Estudar a performance passada pode ajudar o investidor a identificar como o fundo se comporta em períodos distintos, preparando-o para encarar os altos e baixos das cotas. Também permite avaliar como o gestor se comporta em momentos de crise, por exemplo, o que ajuda a aferir sua competência para o trabalho.

As informações sobre a variação do valor das cotas dos multimercados ficam disponíveis nos sites da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e da Anbima (associação que representa as entidades do mercado de capitais), além de serem publicadas pelos administradores das carteiras.

4. Descubra o benchmark

Verifique o nível de proximidade do desempenho do multimercado com o benchmark que ele utiliza. Benchmark é um indicador usado como referência para a performance da carteira. Ele deve ser condizente com a política de investimento do fundo.

Deste modo, no caso dos multimercados, é comum que utilizem o CDI ou até o Ibovespa (dependendo do caso) sejam utilizados como referência. Comparar a rentabilidade do fundo com a do benchmark adotado pode dar ao investidor uma ideia quanto ao compromisso do gestor com o que promete.

5. Compare o rating dos fundos

Avaliações externas – feitas por casas de análise ou especialistas – são uma referência para quem está procurando investir em um multimercado. Essas instituições costumam considerar fatores objetivos, como rentabilidade e nível de risco, para indicar quais são as melhores carteiras do mercado. 

A Morningstar, por exemplo, que é uma empresa de análise americana presente no Brasil desde 2012, elabora um rating de fundos. São atribuídas até cinco estrelas a cada carteira avaliada, com o objetivo de ajudar os investidores a escolher em qual aplicar.

Deste modo três aspectos norteiam o rating da Morningstar: as taxas do fundo, a sua rentabilidade em comparação com o CDI e a volatilidade. Para que seja elegível a receber a classificação, a carteira precisa ter pelo menos 36 meses de histórico e um track record de cinco a dez anos. O rating é revisado mensalmente. 

O fundo multimercado vale a pena? 

Como vimos, um fundo multimercado pode ser classificado de diversas formas. Ou seja, há diversas opções para você investir.

A escolha do fundo multimercado apropriado para a sua carteira deve ir além de analisar o rendimento.

Tenha em mente que rentabilidade passada não é garantia de retorno futuro.

Ao mesmo tempo, se o fundo escolhido for bem gerenciado e traz um histórico de bom desempenho, a tendência é de que ele continue a apresentar resultados satisfatórios.

Mas, antes de qualquer investimento, você precisa conhecer o seu perfil de investidor.

Dependendo do grau de risco do fundo, até um perfil conservador mais de longo prazo aceita alguma exposição a um multimercado mais defensivo. 

Além disso, você deve definir os seus objetivos e o prazo de aplicação, pois esse investimento possui prazo de liquidez, que é o período entre a solicitação do resgate e o repasse dos recursos.

Caso eles não estejam alinhados, você pode ter prejuízos, como multas ou perdas de rentabilidade.

Outro ponto a ser considerado é o custo envolvido. Lembre-se de que ele afeta o retorno líquido.

Então, se o fundo multimercado escolhido tiver altas taxas, boa parte do seu rendimento ficará comprometido.

Benefícios dos fundos multimercado 

O principal benefício dos fundos multimercado é a versatilidade. Isso ajuda a compor a maioria das carteiras, pois existem fundos mais defensivos e outros mais sofisticados.

Esse produto é excelente para quem não consegue atingir seus objetivos apenas com a renda fixa tradicional ou para quem tem objetivos de médio-longo prazo e quer um produto de menor risco em relação aos fundos de ações.

Como são classificados os fundos de multimercados?

3. Multimercados (nível 1): Fundos que devem possuir políticas de investimento que envolvam vários fatores de risco, sem o compromisso de concentração em nenhum fator em especial. O hedge¹ cambial da parcela de ativos no exterior é facultativo ao gestor.

Como classificar um fundo de investimento?

Fundos de investimento e suas variadas classes.
Fundos de renda fixa. Eles são compostos por, pelo menos, 80% investimentos de renda fixa. ... .
Fundos de ações. ... .
Fundos multimercado. ... .
Fundos de previdência privada. ... .
FIIs – Fundos imobiliários. ... .
Fundos de índice (ETFs) ... .
Fundos de Investimento no Exterior. ... .
Fundos cambiais..

Quais são as características do fundo classificado pela CVM como multimercado?

Os multimercados podem aplicar em diferentes mercados (renda fixa, câmbio e, ações, entre outros), além de usar derivativos para alavancagem (técnica que se assemelha a um endividamento, com o objetivo de maximizar a rentabilidade) ou para proteção da carteira.

Quais os critérios para avaliar um fundo de investimento?

Veja abaixo quais os critérios que devem ser observados para escolher o melhor fundo de investimento..
1) Selecione a categoria adequada. ... .
2) Analise a estratégia. ... .
3) Verifique o retorno histórico e a gestão. ... .
4) Cuidado com taxas altas. ... .
5) Analise a aplicação inicial. ... .
6) Verifique prazos e valores mínimos..