O que é preciso fazer para matar a bactéria da carne de porco?

Nos último meses, a Operação Carne Fraca trouxe uma notícia ruim para os consumidores de carne brasileiros: a existência de um esquema de adulteração de carnes e derivados em grandes empresas do setor. Cabeça de porco em linguiças, carne vencida e frango misturado com papelão foram vendidos nos mercados brasileiros, usados na merenda escolar e exportados para Europa.

A grande preocupação com essa descoberta foi em relação ao que a ingestão desses produtos pode causar ao nosso organismo. O maior medo era o desenvolvimento de algum tipo de câncer, mas especialistas dizem que isso dificilmente acontecerá por causa do consumo de carnes contaminadas ou fora do prazo de validade.

Consequências do consumo de carne estragada

O que pode acontecer são infecções gastrointestinais graves causadas por bactérias. Além disso, essas bactérias também podem chegar ao intestino e causar graves casos de febre e diarreia. É possível também que as bactérias causem alguma lesão ao tecido intestinal, sendo necessária uma intervenção cirúrgica.

Para que um câncer aconteça por causa de um alimento estragado, é preciso que haja um consumo frequente e prolongado. Dessa forma, é bem improvável que isso aconteça por causa desses casos investigados pela Polícia Federal. Mesmo assim, vale lembrar que o consumo exagerado de carne vermelha e de alimentos embutidos está diretamente ligado ao aparecimento de tumores na próstata, mama, intestino e estômago.

Grupos mais vulneráveis

Crianças e idosos, por terem o sistema imunológico mais frágil, são os grupos que mais podem sofrer com o consumo de carne estragada. Nesses grupos, os quadros de diarreia e febre pode ser ainda mais graves, causando desidratação e, em casos mais extremos, até a morte.

Como saber se a carne está própria para consumo?

O mais importante é saber observar o produto. A cor é um ótimo sinal: carnes amareladas, acinzentadas ou esverdeadas não são indicadas. A textura também pode ajudar: fuja de produtos viscosos ou escorregadios. O cheiro é outro fator não deixa dúvidas, caso esteja desagradável é bem provável que a carne já esteja contaminada.

Mesmo com esses cuidados, é muito importante comer a carne bem cozida. Altas temperaturas são capazes de matar as bactérias que causam infecções, por isso o consumo de carnes malpassadas nunca é indicado.

O que fazer após o consumo de carnes estragadas

Hidratação é o mais importante, pois a água ajuda os rins e o fígado no combate às toxinas. Remédios para diminuir a acidez gástrica também podem ajudar. Caso algum sintoma mais forte apareça, é importante se consultar com um médico para decidir se é preciso o uso de antibióticos.

Se você já sentiu algum sintoma que pode ter sido causado pelo consumo de carnes em condições ruins, procure um médico. O IDigestivo, clínica de gastroenterologia no Rio de Janeiro, você encontra uma equipe especializada e comprometida para atendê-lo. Marque sua consulta. Você pode nos encontrar em Copacabana ou no Rio Comprido.

A infecção por Taenia solium (teníase) é uma infecção intestinal por tênias Visão geral das infecções por cestódeos Tênias (cestódeos) são vermes parasitas achatados. Os quatro principais patógenos cestódeos intestinais dos seres humanos são Taenia saginata ( tênia da carne bovina) Taenia solium... leia mais adultas provenientes da ingestão de carne de porco contaminada. Vermes adultos podem produzir sintomas gastrintestinal leves ou passagem de segmentos móveis nas fezes. Cisticercose é a infecção causada pelas larvas de T. solium, que se desenvolve depois da ingestão de ovos excretados nas fezes humanas. Na cisticercose, os sintomas geralmente estão ausentes, exceto se larvas invadirem o sistema nervoso central, resultando em neurocisticercose, a qual pode causar convulsões e vários outros sinais neurológicos. A neurocisticercose pode ser reconhecida em exames de imagem do cérebro. Pouco menos da metade dos pacientes com neurocisticercose apresenta T. solium adulta nos seus intestinos e, portanto, ovos ou proglotes nas fezes. Vermes adultos podem ser erradicados com praziquantel ou niclosamida. O tratamento sintomático da neurocisticercose é complicado; é feito com corticoides, anticonvulsivantes e, em algumas situações, albendazol ou praziquantel. Cirurgia pode ser necessária.

Porém, seres humanos também podem agir como hospedeiros intermediários para larvas de T. solium se ingerirem ovos de T. solium presentes em excretas humanas (Ciclo de vida do Taenia solium Ciclo de vida do Taenia solium

O que é preciso fazer para matar a bactéria da carne de porco?
). Alguns especialistas postulam que se uma tênia adulta estiver presente no intestino, proglotes prenhes (segmentos de tênias) podem passar de forma retrógrada do intestino para o estômago, no qual oncosferas (forma imatura do parasita inserida em um invólucro embrionário) podem eclodir e migrar para tecidos subcutâneos, músculos, vísceras e sistema nervoso central.

As tênias adultas podem residir no intestino delgado durante anos. Ele chegam a ter 2 a 8 m de comprimento e produzem até 1.000 proglotes; cada um dos quais contém cerca de 50.000 ovos.

Ciclo de vida do Taenia solium

Os seres humanos desenvolvem infecção intestinal com tênias adultas após a ingestão de carne de porco contaminada, ou podem desenvolver cisticercose após a ingestão de ovos de T. solium (tornando os seres humanos hospedeiros intermediários).

  • 1. Os seres humanos ingerem carne de porco crua ou malcozida contendo cisticercos (larvas).

  • 2. Após a ingestão, cistos evertem, ligam-se ao intestino delgado pelo seu escólex e tornam-se tênias adultas em cerca de 2 meses.

  • 3. As tênias adultas produzem proglotes, que se tornam prenhes; estas desprendem-se da tênia e migram para o ânus.

  • 4. Proglotes soltas e/ou ovos são passados para o hospedeiro definitivo (ser humano) pelas fezes.

  • 5. Porcos ou seres humanos tornam-se infectados pela ingestão de ovos embrionados ou proglotes prenhes (p. ex., na comida contaminada por fezes). Pode ocorrer autoinfecção nos seres humanos se proglotes passarem do intestino para o estômago via peristaltismo reverso.

  • 6. Depois que os ovos são ingeridos, eclodem no intestino e liberam oncosferas, as quais penetram na parede intestinal.

  • 7. As oncosferas, através da rede sanguínea, vão para músculos estriados e para o cérebro, o fígado e outros órgãos, nos quais se desenvolvem até cisticercos. Pode resultar em cisticercose.

A teníase e a cisticercose ocorrem em todo o mundo. A cisticercose é prevalente, e a neurocisticercose é a maior causa de epilepsia na América Latina. A cisticercose é rara em países com baixo consumo de carne de porco (p. ex., países com predominância de muçulmanos). A infecção nos EUA ou no Canadá é rara naqueles que não viajaram para o exterior, mas pode ocorrer pela ingestão de ovos por pessoas que visitaram países endêmicos e hospedam T. solium. adultos.

Raramente, Taenia spp zoonótica além de T. solium causam neurocisticercose.

Sinais e sintomas

Infecção intestinal

Seres humanos infectados com vermes adultos de T. solium são assintomáticos ou apresentam queixas gastrintestinal leves. Eles podem ver proglotes nas suas fezes.

Cisticercose

Na maioria dos órgãos, os cisticercos viáveis (forma larval) causam reação mínima ou nenhuma reação no tecido, mas a morte dos cistos no sistema nervoso central, olhos ou medula espinal pode liberar antígenos que provocam uma resposta tecidual intensa. Dessa forma, com frequência os sintomas não aparecem durante anos depois da infecção.

A infecção cerebral (neurocisticercose) pode provocar sintomas graves, decorrentes do efeito de massa e da inflamação induzidos pela degeneração dos cisticercos e liberação de antígenos.

Dependendo da locação e do número de cisticercos, os pacientes com neurocisticercose podem apresentar convulsões, sinais de hipertensão intracraniana, hidrocefalia, sinais neurológicos focais, estado mental alterado, ou meningite asséptica.

Os cisticercos também podem infectar a medula espinal, os músculos, os tecidos subcutâneos e os olhos.

Imunidade secundária significativa se desenvolve após infecção larval.

  • Exame microscópico de fezes para presença de ovos e proglotes

  • CT e/ou MR e teste sorológico em pacientes com sintomas no sistema nervoso central

A infecção intestinal por vermes adultos T. solium geralmente pode ser diagnosticada por exame microscópico das amostras de fezes e identificação dos ovos e/ou proglotes. Mas os ovos são indistinguíveis daqueles de T. saginata e T. asiatica. Ovos de T. solium estão presentes em 50% das amostras de fezes de pacientes com cisticercose.

O diagnóstico da neurocisticercose é normalmente feito quando TC ou RM é realizada para avaliar sintomas neurológicos. Exames cuidadosos podem mostrar nódulos sólidos, cisticercos, cistos, cistos calcificados, lesões com reforço em anel ou hidrocefalia. Os ensaios imunoenzimáticos (utilizando uma amostra de soro) do Centers' for Disease Control and Prevention são muito específicos e mais sensíveis do que outros imunoensaios enzimáticos (particularmente quando houver > 2 lesões no sistema nervoso central; a sensibilidade é mais baixa quando houver apenas um único cisto).

  • Para infecção intestinal (sem neurocisticercose): praziquantel ou niclosamida (fora dos EUA)

  • Para cisticercose: corticoides, anticonvulsivantes e, algumas vezes, albendazole ou praziquantel e/ou cirurgia

Infecção intestinal é tratada com praziquantel, 5 a 10 mg/kg, por via oral, em dose única, para eliminar vermes adultos.

Alternativamente, uma única dose de 2 g de niclosamida (não disponível nos EUA) é dada em 4 comprimidos (500 mg cada) que são mastigados um de cada vez e engolidos com uma pequena quantidade de água. Para crianças, a dose é 50 mg/kg (máximo de 2 g).

Deve-se repetir uma amostra de fezes um mês após o término da terapia para verificar a cura.

Deve-se usar praziquantel com cautela em pacientes que também apresentam neurocisticercose (incluindo doença previamente assintomática ou não reconhecida) porque, ao matar os cistos no cérebro, o praziquantel pode desencadear uma resposta inflamatória associada a convulsões ou outros sintomas.

O tratamento da neurocisticercose é difícil. Diretrizes detalhadas de prática clínica sobre o diagnóstico e tratamento da neurocisticercose foram publicadas como Diagnosis and Treatment of Neurocysticercosis pela Infectious Diseases Society of America e pela American Society of Tropical Medicine and Hygiene em 2018.

Os objetivos do tratamento inicial para neurocisticercose sintomática são

  • Reduzir a inflamação associada à degeneração dos cisticercos documentada por RM

  • Evitar convulsões, se presente, ou se o risco é alto

  • Aliviar a elevação da pressão intracraniana, se presente

Corticoides (prednisona até 60 mg por via oral uma vez ao dia, ou dexametasona, 12-24 mg por via oral uma vez ao dia) são utilizados para reduzir inflamação e aumento da pressão intracraniana. Os pacientes em tratamento prolongado com corticoides devem avaliados à procura de tuberculose latente e estrongiloidíase concomitantes.

Intervenção neurocirúrgica pode ser necessária para os pacientes com aumento da pressão intracraniana ou cisticercos intraventriculares.

O tratamento anti-helmíntico da neurocisticercose é complicado, e recomenda-se a consulta com um especialista. A escolha do tratamento depende do local, número, viabilidade e tamanho dos cisticercos; estágio da doença; e manifestações clínicas. Antes do tratamento com anti-helmínticos, deve-se fazer exame oftalmológico para excluir a presença de cisticerco ocular.

Nem todos os pacientes respondem ao tratamento e nem todos devem ser tratados (os cistos podem já estar mortos e calcificados, ou a potencial resposta inflamatória ao tratamento pode ser pior do que a doença em si, como na encefalite cisticercal quando os pacientes têm uma grande quantidade de cistos e inflamação encefálica generalizada).

Ao utilizar o tratamento anti-helmíntico, albendazol, 7,5 mg por via oral duas vezes ao dia durante 15 dias parece ser mais eficaz do que a alternativa, praziquantel, 16,6 mg/kg por via oral 3 vezes ao dia por 15 dias. Relatou-se que a combinação de albendazol e praziquantel resulta em uma taxa mais alta de resolução radiográfica do que o uso isolado de albendazol em pacientes com mais de 2 cistos parenquimatosos. Albendazol isolado ou em combinação com praziquantel administrado por ≥ 30 dias tem sido utilizado para tratar cistos no espaço subaracnóideo (cisticercose racemosa), que são menos responsivos aos anti-helmínticos. Nos pacientes em uso prolongado de altas doses de albendazol, é necessário monitorar a supressão da medula óssea e hepatite relacionada com fármacos. Repetem-se neuroimagens em intervalos de 6 meses até que os achados tenham desaparecido.

Inicia-se prednisona ou dexametasona alguns dias antes e é mantida durante o curso de administração anti-helmíntica para reduzir a inflamação que ocorre em resposta à morte dos cistos no encéfalo. Corticoides aumentam o nível do metabólito ativo do albendazol no líquido cerebrospinal, mas diminuem o nível praziquantel no líquido cerebrospinal. Metotrexato tem sido usado como um agente poupador de corticoides em pacientes que precisam de mais de 2 semanas de terapia anti-inflamatória.

Nem albendazol nem praziquantel devem ser usados em pacientes com cisticercos oculares ou medulares por causa dos potenciais efeitos adversos da resposta inflamatória provocada pelos cistos morrendo.

A presença de cisticercos intraventriculares é também uma contraindicação relativa ao uso de anti-helmínticos porque a resposta inflamatória resultante provocada pela morte dos cistos pode causar hidrocefalia obstrutiva.

Cirurgia pode ser necessária para tratar hidrocefalia obstrutiva (decorrente de cisticercose intraventricular, incluindo aqueles do 4º ventrículo) ou cisticercose espinal ou ocular. Os cisticercos intraventriculares são removidos por via endoscópica, quando possível. Derivações ventriculares podem ser necessárias para reduzir o aumento da pressão intracraniana.

Pode-se prevenir a infecção intestinal por T. solium cozinhando cortes inteiros de carne de porco a ≥ 63° C aferidos com termômetro alimentar colocado na parte mais espessa da carne, permitindo a seguir que a carne descanse por 3 minutos antes de cortar ou consumir. Deve-se cozinhar a carne de porco moída a ≥ 71° C. A carne de porco moída não requer um período de descanso.

A identificação e o tratamento dos portadores de T. solium adultas são uma importante medida de prevenção da cisticercose. Nos EUA, a transmissão ocorreu quando as pessoas que foram infectadas em áreas endêmicas tinham T. solium no intestino e então contaminaram os alimentos com as fezes. É muito importante instruir aqueles que manipulam alimentos de regiões endêmicas a seguir as boas práticas de lavagem das mãos.

Ao viajar para as regiões endêmicas com más condições de saneamento, as pessoas devem ter o cuidado de evitar alimentos que possam estar contaminados por fezes humanas e evitar o consumo de carne de porco crua ou inadequadamente cozida.

  • A ingestão de cistos T. solium pode causar infecção intestinal; a ingestão de ovos pode resultar em cistos teciduais (cisticercose), que são particularmente problemáticos quando estão no cérebro.

  • Pacientes com neurocisticercose podem apresentar convulsões, sinais de elevação da pressão intracraniana, estado mental alterado, sinais neurológicos focais ou meningite asséptica.

  • Diagnosticar a infecção intestinal por vermes adultos identificando as proglotes nas fezes e os ovos por exame microscópico de amostras das fezes.

  • Diagnosticar a neurocisticercose por neuroimagem e testes sorológicos.

  • Administrar praziquantel para infecção intestinal.

  • Consultar um especialista para neurocisticercose; normalmente corticoides são dados com anticonvulsivantes a pacientes que têm convulsões associadas ou que são considerados como de alto risco de convulsões.

  • O uso de anti-helmínticos e/ou cirurgia para neurocisticercose depende da localização, número e tamanho dos cisticercos; estágio da doença; e manifestações clínicas.

Visão Educação para o paciente

Como matar o parasita da carne de porco?

solium adulta nos seus intestinos e, portanto, ovos ou proglotes nas fezes. Vermes adultos podem ser erradicados com praziquantel ou niclosamida. O tratamento sintomático da neurocisticercose é complicado; é feito com corticoides, anticonvulsivantes e, em algumas situações, albendazol ou praziquantel.

Quais os sintomas da bactéria da carne de porco?

PRINCIPAIS SINTOMAS: Dores de cabeça contínuas; Dificuldade de locomoção; Cegueira ou distúrbios da visão quando a larva se localiza no olho; Demência, convulsões e até mesmo a morte, quando a doença não é tratada e a larva está localizada no sistema nervoso.

Qual bactéria tem na carne de porco?

Essas espécies também podem ser encontradas em subprodutos como linguiça que usam esses miúdos em sua formulação. No caso dos miúdos triturados ou cortados em cubos (rins e fígado) bactérias ácido lático e estreptococos são predominantes, devido ao alto teor de carboidratos presente.

Pode lavar carne de porco com vinagre?

Se essa dúvida ainda paira no ar, muito se deve ao fato de que, antigamente, algumas pessoas deixavam a carne de porco de molho no limão ou no vinagre, na intenção de matar bactérias. Mas, veja bem, não é preciso fazer isso!