Prova de portugues 9 ano com gabarito e descritores

Avaliação Diagnóstica com Descritores - 9º Ano

 Texto: Realidade com muita fantasia

Nascido em 1937, o gaúcho Moacyr Scliar é um homem versátil: médico e escritor, igualmente atuante nas duas áreas. Dono de uma obra literária extensa, é ainda um biógrafo de mão cheia e colaborador assíduo de diversos jornais brasileiros. Seus livros para jovens e adultos são sucesso de público e de crítica e alguns já foram publicados no exterior.

Muito atento às situações-limite que desagradam à vida humana, Scliar combina em seus textos indícios de uma realidade bastante concreta com cenas absolutamente fantásticas. A convivência entre realismo e fantasia é harmoniosa e dela nascem os desfechos surpreendentes das histórias.

Em sua obra, são frequentes questões de identidade judaica, do cotidiano da medicina e do mundo da mídia, como, por exemplo, acontece no conto “O dia em que matamos James Cagney”.

01.  (D3)  Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.

A expressão sublinhada em “é ainda um biógrafo de mão cheia” e significa que Scliar é

       (A) crítico e detalhista.

       (B) criativo e inconsequente.

       (C) habilidoso e talentoso.

       (D) inteligente e ultrapassado.

 Poema: Duas Almas

Ó tu, que vens de longe, ó tu, que vens cansada,

entra, e sob este teto encontrarás carinho:

eu nunca fui amado, e vivo tão sozinho,

vives sozinha sempre, e nunca foste amada...

A neve anda a branquear, lividamente, a estrada,

e a minha alcova tem a tepidez de um ninho.

Entra, ao menos até que as curvas do caminho

se banhem no esplendor nascente da alvorada.

E amanhã, quando a luz do sol dourar, radiosa,

essa estrada sem fim, deserta, imensa e nua,

podes partir de novo, ó nômade formosa!

Já não serei tão só, nem irás tão sozinha.

Há de ficar comigo uma saudade tua...

Hás de levar contigo uma saudade minha...

02.  (D3)   Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.

 No verso "e a minha alcova tem a tepidez de um ninho", a expressão sublinhada dá sentido de um lugar:

      (A) aconchegante.

      (B) belo.

      (C) brando.

      (D) elegante.

SARA ISABEL

Sara Isabel, morena, tem quinze anos, mede 1,75, pesa sessenta e dois quilos e é de uma beleza irreparável. Cursa o primeiro ano do segundo grau no Colégio São Marcos e pretende se formar em medicina ou seguir a carreira de modelo.

Em casa é uma pessoa isolada, que fica horas e horas, em seu quarto, lendo e ouvindo músicas. No colégio, não se isola, mas também não se junta com todo mundo, seleciona as amizades. Com o namorado, não se mostra muito interessada, acha-se muito nova para firmar namoro. No clube ou na praia, mostra-se bastante solta: joga vôlei, tênis, gosta de fazer ginástica, não para um minuto. Das qualidades de Sara, a que mais me chama atenção é a sua dedicação aos estudos, o seu interesse em vencer na vida, o que mostra ser uma pessoa inteligente e conhecedora do seu mundo.

03.  (D3) Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.

 "... não se junta com todo mundo." Desta informação apresentada no texto infere-se que:

(A) Sara Isabel se acha mais importante que as outras pessoas.

(B) Sara Isabel é preconceituosa.

(C) Sara Isabel é orgulhosa.

(D) Sara Isabel é uma pessoa reservada.

 Leia o texto abaixo e, a seguir, responda.

 Poema: A namorada

 Havia um muro alto entre nossas casas.

Difícil de mandar recado para ela.

Não havia e-mail.

O pai era uma onça.

A gente amarrava o bilhete numa pedra

presa por um cordão

E pinchava a pedra no quintal da casa dela.

Se a namorada respondesse pela mesma

pedra

Era uma glória!

Mas por vezes o bilhete enganchava

nos galhos da goiabeira

E então era agonia.

No tempo do onça era assim.

(D21) Reconhecer posições distintas entre duas ou mais opiniões relativas ao mesmo fato ou ao mesmo tema.

 03. No trecho “O pai era uma onça,” a palavra destacada sugere que o pai era

(A) violento.

(B) esperto.

(C) rápido.

(D) rígido.

 Texto: Os pancararés

 Conhecedores de cada canto da região em que viveram os cangaceiros, os pancararés, quando a volante passava, ajudavam a esconder Lampião e seu bando. Hoje, uma comunidade remanescente dos pancararés vive na Baixa do Chico, um pequeno povoado situado no interior do Raso da Catarina. Embora as condições de vida sejam bastante simples, os moradores parecem saudáveis. Vivem em casas rústicas de pau-a-pique e recebem água de um poço artesiano porque a região é árida e agreste.

Dedicam-se a pequenas lavouras de milho e feijão e à criação de gado.

 04.   (D17) Reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações.    

No trecho “... quando a volante passava, ajudavam a esconder Lampião e seu bando.”, a expressão destacada demonstra uma circunstância de

      (A) dúvida.

      (B) condição.

      (C) tempo.

      (D) comparação.

 Música(Fragmento): Primeiros Erros

                    Kiko Zambianchi

Meu caminho é cada manhã

Não procure saber onde vou

Meu destino não é de ninguém

Eu não deixo os meus passos no chão

 [...]

Se um dia eu pudesse ver

Meu passado inteiro

E fizesse parar chover

Nos primeiros erros

O meu corpo viraria sol

Minha mente viraria

 Mas só chove e chove

Chove e chove.

 06. (D21) Reconhecer posições distintas entre duas ou mais opiniões relativas ao mesmo fato ou ao mesmo tema.

 A repetição do verbo “chove” no texto sugere

(A) a intensificação dos sentimentos do eu lírico.

(B) o contentamento do eu lírico com o seu passado.

(C) o distanciamento do eu lírico em relação as pessoas.

(D) a modificação da visão do eu lírico em relação a sua vida.

 Texto: O cachorro

 As crianças sabiam que a presença daquele cachorro vira-lata em seu apartamento seria alvo da mais rigorosa censura de sua mãe. Não tinha qualquer cabimento: um apartamento tão pequeno que mal acolhia Álvaro, Alberto e Anita, além de seus pais, ainda tinha de dar abrigo a um cãozinho! Os meninos esconderam o animal em um armário próximo ao corredor e ficaram sentados na sala à espera dos acontecimentos. No fim da tarde a mãe chegou do trabalho. Não tardou em descobrir o intruso e a expulsá-lo, sob os olhares aflitos de seus filhos.

  Granatic, Branca. Técnicas Básicas de Redação.

07. (D2) Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para a continuidade de um texto.

  No texto, fica claro que haverá um conflito entre as crianças e a mãe, quando as crianças

(A) resolvem levar um cachorro para casa, mesmo sabendo que a mãe seria contra.

(B) levam para casa um cachorro vira-lata, e não um cachorro de raça.

(C) decidem esconder o animal dentro de um armário.

(D) não deixam o animal ficar na sala.

Leia o texto abaixo. (Variedade Linguística)

Dois mineiros, das Minas Gerais mesmo, encontraram-se na porta do armazém. Um comprara uma mula do outro, no dia anterior, e o que vendera lhe dizia que não podia entregar a mercadoria, porque o bicho tinha morrido.

 – Morreu é? Intão mi adevorve os cem reá qui paguei, uai!

– Mas si já gastei tudim...

– Intão mi traz a mula morta mermo, qui eu vô rifá ela.

– E quem é o doidipedra qui vai querê compra rifa di mula morta, ômi?

– É só num falá qui tá morta, uai! Outro dia, o que vendeu a mula morta, perguntou para o que tinha ficado de rifar o bicho:

– Como foi a rifa, cumpadi?

– Foi boa. Vendi quinhentos biêti a 2 reá cada. Faturei 998 reá!

– Eita! E ninguém recramô?

– Só o ômi qui ganhô.

– E o qui ocê feiz?

– Devorvi os 2 reá dele, uai!

  (História da tradição popular, recontado por Fausto Wolff, Coluna do Fausto, Jornal do Brasil, set. 2007.)

08. (D11) Estabelecer relação causa/consequência entre partes e elementos do texto.

A forma de expressão escrita da fala dos dois personagens da história teve a intenção de

(A) mostrar a diferença entre eles.

(B) criticar um modo errado de falar.

(C) separar a fala de cada personagem

(D) representar um modo regional de falar.

Texto: No mundo dos sinais

 Sob o sol de fogo, os mandacarus se erguem, cheios de espinhos.

Mulungus e aroeiras expõem seus galhos queimados e retorcidos, sem folhas, sem flores, sem frutos.

Sinais de seca brava, terrível!

Clareia o dia. O boiadeiro toca o berrante, chamando os companheiros e o gado.

Toque de saída. Toque de estrada.

Lá vão eles, deixando no estradão as marcas de sua passagem.

 TV Cultura, Jornal do Telecurso .

09. (D14) Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato.

A opinião do autor em relação ao fato comentado está em

(A) “os mandacarus se erguem”.

(B) “aroeiras expõem seus galhos”.

(C) “Sinais de seca brava, terrível!!”.

(D) “Toque de saída. Toque de entrada”.

 Poema: Eu tenho um sonho

Eu tenho um sonho

lutar pelos direitos dos homens

Eu tenho um sonho

tornar nosso mundo verde e limpinho

Eu tenho um sonho

de boa educação para as crianças

Eu tenho um sonho

de voar livre como um passarinho

Eu tenho um sonho

ter amigos de todas raças

Eu tenho um sonho

que o mundo viva em paz

e em parte alguma haja guerra

Eu tenho um sonho

Acabar com a pobreza na Terra

Eu tenho um sonho

Eu tenho um monte de sonhos...

Quero que todos se realizem

Mas como?

Marchemos de mãos dadas

e ombro a ombro

Para que os sonhos de todos

se realizem!

 SHRESTHA, Urjana. Eu tenho um sonho. In: Jovens do mundo inteiro. Todos temos direitos: um livro de direitos humanos. 4ª ed. São Paulo: Ática, 2000. p.10.

 10. (D2) Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para a continuidade de um texto.

 No verso “Quero que todos se realizem” o termo sublinhado refere -se a

(A) amigos.

(B) direitos.

(C) homens.

(D) sonhos.