Qual o mecanismo de ação dos antibióticos bactericidas e bacteriostáticos?

Antibacterianos são fármacos aptos a inibir o crescimento bacteriano (bacteriostáticos) ou até mesmo extermina-las (bactericidas).

Possuem como alvo, as células bacterianas, mas quando no organismo também podem interagir com as células do paciente, podendo gerar efeitos colaterais.

Célula Bacteriana

As bactérias podem ser divididas em dois grandes grupos. As quais são as gram negativas e as gram positivas.

As bactérias gram negativas são as mais resistentes ao tratamento, exigindo antibacterianos de amplo aspecto, por possuírem uma parede celular delgada, formada por poucos peptidoglicanos. Contam com uma pressão osmótica interna de 5 a 10 atm e ao microscópio têm coloração avermelhada. Os fármacos que agem com maior dificuldade sobre gram negativas são: penicilina G, azitromicina, rifampicina, bacitracina e vancomicina.

As gram positivas apresentam parede celular espessa, e maior prevalência de peptidoglicanos. Contam com uma pressão osmótica de 20 a 30 atm, a qual quando o fármaco promove uma abertura na membrana plasmática, facilita a destruição mais acelerada e ao microscópio têm coloração roxa. Os antibacterianos atuam nos peptidoglicanos, logo estes são mais eficazes nas bactérias gram positivas.

Classificação

Natureza

• Antibióticos, sendo as substâncias naturais produzidos a partir do metabolismo secundário de organismo vivos. Sintetizados por fungos filamentosos (penicilina) e bactérias (bacitracina).

• Semissintéticos são derivados da manipulação molecular de antibióticos naturais objetivando aumentar a capacidade de inibição e/ou redução da toxicidade. Exemplos: cefalosporinas de 1°, 2°, 3° e 4° geração.

• Sintéticos são produzidos exclusivamente através de síntese química. Exemplo: quinolonas.

Quanto ao espectro de ação

• Amplo espectro: inibem o crescimento populacional de bactérias indistintamente, sendo muito potente. Exemplo: clorafenicol, tetraciclina, gentamicina, macrolideos e ampicilina.

• Ação sobre Gram positivas, detém maior seletividade por este grupo.

Exemplos: Penicilinas, cefalosporinas, eritromicina e vancomicina.

• Ação sobre Gram negativa possuem atividade predominante sobre esses.

Exemplos: Colinistina e polimixina.   

Quanto ao efeito biocida/biostático

• Bactericida: apto a promover alterações irreversíveis nas bactérias, ou seja, destroem a estrutura das mesmas. Utilizados em pacientes hospitalizados, imunocomprometidos, infecções graves, entre outros fatores em que o estado geral imunológico não está bem.  

• Bacteriostáticos: modulam a atividade da síntese de proteínas ou DNA, mantendo a bactéria retida numa fase do ciclo. Utilizado quando o paciente se encontra imunocompetente, tais como em casos de conjuntivite.

• Sinergismo: a associação de dois antimicrobianos para potencializar os efeitos se mostra eficaz, tais como a associação de dois bacteriostáticos que quando juntos atuam como um bactericida.

• Antagonismo deve ser evitado, para não gerar prejuízo na terapia. Exemplo: antimicrobianos em que um atua na função do outro e também a associação com alimentos, tais como o leite e derivados que contém cálcio prejudicam à ação da tetraciclina.

Quanto a estrutura química e mecanismo de ação

• Fármacos que inibem a síntese da parede celular.

Não Beta-lactâmicos (glicopeptídeos): Bacitracina e Vancomicina.

A vancomicina é um glicopeptídeo tricíclico produzido pelo Streptococos orientalis, não possui o anel beta-lactâmico, mas possui o mesmo mecanismo de ação, ou seja inibe a parede celular ao se ligar na extremidade D-Ala-D-Alanina do peptídeoglicano em crescimento, impedindo o alongamento e as ligações cruzadas. Este é muito ativo contra as gram positivas. Geralmente são administrados por via endovenosa, por infusão lenta, ampla distribuição e possuem excreção glomerular.

Usos clínicos em: sepse, endocardite por estafilococos resistentes a meticilina, infecções estafilocócicas resistentes aos beta-lactâmicos, enterocolite, alérgicos á penicilina ou em infecções por Enterococus e Pneumococos resistentes às penicilinas.

Quando associados à gentamicina (aminoglicosídeo que entra por porina e em associação eleva a entrada por estas), com boa atividade contra Enterococcus, devido ao sinergismo de ação entre estes antimicrobianos.  

Efeitos colaterais

• Flebite. Urgência médica caracterizada pela formação de coágulos sanguíneos no interior de uma veia, que impede o fluxo sanguíneo, ocasionando complicações como trombone venosa profunda ou embolia pulmonar.

• Calafrios e febre.

• Nefrotoxidade .

• Eritema e urticária. A liberação de histamina na região do pescoço, quanto mais veloz é administrada, mais rápido estimula o sistema imune, logo é recomendada a infusão lenta deste.

A bacitracina se trata de uma mistura peptídica cíclica obtida pela cepa de Bacillus subtilis. Inibe a formação da parede celular ao interferir na desfosforilação no ciclo do transportador lipídico que transfere subunidades da parede celular em crescimento. É nefrotóxica por via sistêmica, deve ser de uso local. Usos clínicos em casos de lesões de pele superficiais, feridas ou mucosas.  

Beta-Lactâmicos: todas as classes precisam apresentar em sua estrutura o anel beta-lactâmico, este que da funcionalidade ao fármaco. Se o anel for rompido, os antimicrobianos perdem a sua atividade.

São bactericidas, pois degradam a parede celular da bactéria, tornando-a muito fácil de sofrer lise e choque osmótico. A parede celular é composta por M-acetil-murâmico e N-acetil-gicosaminal e peptídeos (que ligam as cadeias e promovem estabilidade).

Atuam sobre as enzimas transpeptidases, impedindo que haja ligação entre os peptídeos, ou seja as camadas de açúcar ficam soltas.

Detém toxicidade leve aos hospedeiros, pelo fato de seres humanos não possuírem parede celular, então só possuem ação no grupo das bactérias. 

• Penicilínicos: penicilina G, ampicilina e amoxicilina. Estas se modificam de acordo com o grupo R sendo semissintéticos para melhor eficácia terapêutica.

• Cefalosporínicos: cefalexina e cefaclor.

• Carbapenêmicos: imipenem, meropenem, ertapenem e panipenem.

• Monobactâmicos são resistentes a muitas beta-lactamases, as quais são enzimas produzidas por bactérias que aceleram a hidrólise do anel beta-lactâmico desses antibacterianos: aztreonam.

Condutas para se evitar a resistência bacteriana https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=https://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/rm_controle/opas_web/modulo1/lactamicos2.htm&ved=2ahUKEwjFrfWp44DxAhXpqpUCHT8eBK0QFjAHegQIIxAC&usg=AOvVaw3jR2sEI_uq7OvUVNvCRHtq Como atuam os antibióticos de ação bactericida e Bacteriostatica?

Os fármacos bactericidas matam a bactéria. Os fármacos bacteriostáticos inibem ou interrompem o crescimento bacteriano in vitro. Essas definições não são absolutas; os bacteriostáticos podem matar algumas espécies bacterianas e bactericidas só podem inibir o crescimento de algumas espécies bacterianas susceptíveis.

Qual é a ação dos antissépticos bactericidas e bacteriostáticos?

Bactericidas são aqueles capazes de matar ou lesar irreversivelmente as bactérias. Bacteriostáticos são os que inibem o crescimento e a reprodução bacteriana sem provocar sua morte imediata, sendo reversível o efeito, uma vez retirada a droga.

Quais e como atuam os 2 mecanismos de ação dos antibióticos?

Os mecanismos de ação dos antibióticos O antibiótico impede a reprodução do microrganismo, impossibilitando que a bactéria ou vírus continua a se multiplicar no corpo; O antibiótico também pode impedir a formação completa do peptidoglicano, uma substância que deixa a estrutura celular da bactéria muito mais rígida.

Como agem os antibióticos bacteriostáticos?

Antibióticos bacteriostáticos limitam o crescimento de bactérias por interferirem com a produção de proteína, a replicação do DNA ou outros aspectos do metabolismo celular bacteriano. Os agentes bacteriostáticos são frequentemente inibidores de síntese proteica e atuam por ligação aos ribossomas.