Como o historiador estuda os acontecimentos do passado e do presente?

Mais do que se debruçar sobre o passado, estudar a História é permitir imaginar um futuro diferente com base nas experiências que já vivemos. É compreender as tendências e os ciclos dos acontecimentos para obter novas perspectivas ou apontar soluções diferentes. Conheça mais sobre a carreira no post de hoje!

O que a História estuda?

Estudar a história não consiste apenas em memorizar fatos, datas de eventos históricos ou o nome do cara que disse aquela frase de impacto durante a revolução. Também envolve a análise do impacto geral dos acontecimentos históricos, tendências, etc. Por exemplo, como as vária guerras civis moldaram os governos dos países envolvidos e os tornaram o que são agora.

Essa carreira oferece ainda a oportunidade de mergulhar em um rico estudo de todos os aspectos da aventura humana no passado, explorando os períodos medieval, moderno e contemporâneo. Tudo isso para descobrir como a Humanidade pode ser melhor no futuro e não repetir os mesmos erros.

Como o historiador estuda os acontecimentos do passado e do presente?

Habilidades que você desenvolve ao estudar História

A graduação permite que você desenvolva o raciocínio crítico e analítico, incluindo a capacidade de resolver problemas e pensar criativamente.

Para aqueles que pretendem se dedicar à pesquisa, seja acadêmica ou arqueológica, o curso ensina a ter rigor intelectual e independência, incluindo a capacidade de realizar investigações detalhadas, de construir um argumento e comunicar conclusões de forma clara e persuasiva, tanto por via oral como por escrito.

Faculdade de História… O que estuda?

Na Unigranrio, o curso de História tem duração de 4 anos e é oferecido na modalidade de Licenciatura. Isso significa que ao receber o seu diploma, você está habilitado para lecionar no Ensino Fundamental e no Ensino Médio. Já pensou em fazer a diferença em centenas de vidas por meio do ensino?!

Nosso objetivo é promover uma visão panorâmica da evolução social, estimulando a capacidade analítica dos alunos dentro de sala de aula. Afinal, o historiador deve ser capaz de traçar conexões entre eventos aparentemente desvinculados e compreender como eles se relacionam, movendo a sociedade em direção a novos acontecimentos.

Para ganhar bagagem, você estuda desde a Antiguidade e Idade Média até a História Moderna e Contemporânea. Também ensinamos a aplicar métodos de ensino e a utilizar tecnologias educativas, duas competências técnicas fundamentais para mandar bem nas salas de aula.

Faculdade de História no Rio de Janeiro

Antes de escolher onde estudar História no Rio de Janeiro, que tal aprofundar seus conhecimentos sobre essa carreira? Nós preparamos este e-book falando um pouco sobre o mercado de trabalho, as habilidades esperadas pelos empregadores e as possibilidades de especialização. Além, é claro, de explicar em detalhes como funciona o curso aqui na Unigranrio.

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Como o historiador estuda os acontecimentos do passado e do presente?

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Muito se espera que os historiadores saibam e escrevam sobre verdades concretas sobre o passado como ele foi. É isso mesmo o que um historiador faz?

O trabalho do historiador é estudar o passado. E isso não é uma tarefa fácil. Principalmente porque, como o próprio nome diz, o passado já passou. Ao mesmo tempo, se o passado já passou, é impossível que ele mude, certo? Isso faz com que todo historiador caia num problema central de seu trabalho: o que o historiador busca em sua pesquisa? É o passado concreto, como ele era, o factual e inquestionável?

O primeiro problema a se elencar é sobre a natureza de um evento passado. E essa questão é tão aberta e complexa que se faz impossível responder em uma única reflexão. O passado é uma coisa bastante complicada, principalmente por se tratar de uma coisa que fazia parte da realidade, mas que não faz mais. Ou seja, Genghis Khan, Getúlio Vargas e Napoleão Bonaparte existiram e sua presença no mundo fizeram mudanças que tiveram impacto sobre a vida, mas mesmo assim, nos dias de hoje, eles não existem mais. O passado já foi e é impossível reavermos essa realidade. Com isso, é possível dizermos que o passado já não existe mais, deixou de ser “real”.

Como o historiador estuda os acontecimentos do passado e do presente?
O quadro é uma representação, não uma fonte ao "Napoleão verdadeiro" (Wikimedia Commons)

Isso descamba para as características singulares do trabalho do historiador. Antes de um estudioso do mundo passado, o historiador é um leitor dos vestígios do passado no presente. Ou seja, por mais que o historiador queira, ele é incapaz de acessar o passado, só sendo permitido a ele que tenha em mãos o que sobrou dele (o que, no método histórico, é conhecido como fonte documental). Um texto, uma imagem, um objeto ou um edifício... o que sobrou do passado será a fonte do pesquisador para estudar seu objeto. Mas o passado, em si, jamais poderá ser tocado novamente.

Se o passado já não existe mais e o historiador só tem acesso aos seus vestígios, faz-se impossível que saibamos realmente como o passado foi concretamente. Achar que o historiador deve saber a “única realidade possível”, que é o que “realmente” aconteceu no passado e que seria imutável é, no mínimo, desconhecer o método de pesquisa dos historiadores. Ou melhor, é se ater a uma metodologia bastante ultrapassada, que acredita numa história que estuda os fatos concretos e a história dos dados duros e inquestionáveis, relativos à famosa “Escola metódica” oitocentista de Augusto Comte, Leopold von Ranke e Charles Seignobos.

Muito mais do que uma enciclopédia de datas e eventos concretos, quem faz história narra processos e interpretações do passado, mas que passam pelo crivo de um método pensado para que a simples visão ideológica e tendenciosa do pesquisador não se sobreponha aos dados possíveis de se retirar das fontes. Para tanto, vale procurar dois livros introdutórios sobre o método do historiador: Apologia da História ou O Ofício do historiador (Marc Bloch) e A Escrita da História – Novas Perspectivas (organizado por Peter Burke).

Como o historiador estuda os acontecimentos do passado e do presente?
Marc Bloch (Wikimedia Commons)

Ou seja, diante das reflexões (básicas para um historiador) sobre o tema do tempo, fica claro que é praticamente impossível acessar e reconstituir com exatidão o que já não é mais “real” (como o passado). Este deixou, há muito tempo, de ser o objetivo científico dos historiadores. Mais do que um reconstrutor do que existiu, o objeto de estudo da historiografia passa pelas narrativas, representações, compreensões, usos, materializações e elocuções sobre o passado por agentes sociais diversos. Por exemplo, não se estuda mais a sequência e as leis criadas pelos reis do Japão (que, além da relevância questionável, já foi feito e são dados que já não fazem parte da realidade), mas sim as formas como a política se desenvolveu no país e as construções deste passado por parte dos japoneses e outros povos, ou mesmo a construção da própria noção de "Japão". Assim, a historiografia passa não só pela análise fria de dados, mas é principalmente uma atividade interpretativa.

Não a toa, por exemplo, os mitos fazem parte do objeto de estudos do historiador e podem ser até fontes para ele. Ora, mesmo que possa se dizer que a narrativa mitológica não se prende à realidade, o estudo historiográfico está mais interessado em entender a formação do mito, a agência dele em sociedade e as construções narrativas que ele cria sobre o passado do que na veracidade ou não desse testemunho em relação a uma suposta realidade concreta. Os historiadores estão mais preocupados em contrapor perspectivas já engessadas sobre o passado e rever paradigmas, testar hipóteses já elaboradas, rever os princípios da análise de outros historiadores e entender os aspectos subjetivos da sociabilidade pretérita.

Como o historiador estuda os acontecimentos do passado e do presente?
Os turcos ainda hoje negam o genocídio armênio (Latuff)

Aqui, faz-se necessária uma nota sobre a importante diferença entre o revisionismo historiográfico e os "negacionismos" ideológicos do passado. Dizer que a História não busca necessariamente a realidade concreta das coisas como “realmente foram” não significa que os historiadores são mentirosos e que qualquer besteira que falarmos sobre o passado é válido. O revisionismo sério, historiográfico, tenta trazer questionamentos inovadores e combater certezas endurecidas para reaver novas formas de interpretar as fontes do passado, o que é completamente diferente de uma defesa ideológica de pautas políticas sobre o passado para desestabilizar a seriedade da pesquisa histórica.

Um revisionista sério, diferentemente de um "negacionista", não fala que o holocausto nazista, a ditadura militar brasileira ou os expurgos stalinistas nunca existiram, mas tentam reinterpretar esses processos para compreendê-los a partir de uma perspectiva renovada. Ele busca levantar questionamentos válidos e narrativas sustentadas pela documentação, a partir da noção de que a história não é uma linha imutável de fatos inquestionáveis e, sim, uma narrativa sobre ações que já não existem mais.

Esses questionamentos não são simples de responder. É possível analisar a historiografia e pesquisar história sem a noção de busca pela realidade concreta, mas é impossível dizermos que este é uma questão já fechada, cuja resposta já se achou. O trabalho historiográfico é acima de tudo uma análise do mundo das narrativas sobre o passado, tendo o Tempo como grande matéria prima. Então, pense nisso antes de falar que um historiador “não sabe a história de verdade”. Afinal, história como profissão é bem diferente da história simplificada que vemos na escola, e é por isso que a curiosidade e o ceticismo de perguntar sobre história para historiadores e tentar criar debates é muito mais frutífero que a cega defesa de que historiadores mentem e manipulam de acordo com suas próprias vontades. 

Como o historiador estuda os acontecimentos do passado e do presente?
"Tudo é real, porque tudo é inventado", dizia Guimarães Rosa (Reprodução)

Como os historiadores estudam o passado e o presente?

Resposta:Resposta: através de fatos encontrados e interpreta criticamente acontecimentos, buscando resgatar a memória da humanidade e ampliar a compreensão da condição humana.

Como os historiadores estudam o passado?

O historiador investiga e interpreta criticamente os acontecimentos, buscando resgatar a memória da humanidade e ampliar a compreensão da condição humana. Seu trabalho se baseia, principalmente, na pesquisa de documentos, como manuscritos, impressos, gravações, filmes, objetos e fotos.