Como ocorreu a evolução de pensamento e práticas dentro das empresas quanto à gestão ambiental?

A preocupação ambiental e o interesse dos empresários pela causa seguem em uma crescente, sendo motivados pela forma como o tema vem sendo abordado pela sociedade e conquistando seu espaço em todos os âmbitos. 

O processo evolutivo do tema teve suas primeiras manifestações na década de 1960, a partir da percepção do esgotamento de alguns recursos, bem como dos impactos gerados. A segunda fase da evolução, teve como marco principal, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo, no ano de 1972. A conferência contribuiu para que os países industrializados e o que ainda estavam em processo de industrialização, adotassem medidas para controle dos impactos ambientais. Porém, cabe ressaltar que nessa fase, as indústrias agiam de forma reativa e se limitavam apenas ao cumprimento das normas.

Nos anos de 1980 iniciou-se a terceira fase, sendo marcada pela mudança de pensamento do empresariado, o qual voltou-se para a minimização da geração de resíduos e reciclagem, trazendo consigo ganhos econômicos e ambientais. 

Na década de 1990, um novo cenário ambiental trouxe mudanças significativas, principalmente a partir do surgimento do Sistema de Gestão Ambiental e da família ISO 14000, os quais se tratam de normas internacionais que permitem às empresas demonstrar o compromisso assumido com a proteção do ambiente através da gestão dos riscos ambientais associados à atividade. Além disso, começou-se a falar de ecoeficiência com maior intensidade, elevando as responsabilidades com produção mais limpa e as organizações já trabalhavam de forma mais pró ativa.

A partir dos anos 2000 surgiu o termo SGI, sendo denominado de Sistema de Gestão Integrada, o qual exerce responsabilidade pela cadeia produtiva, através da avaliação do ciclo de vida dos produtos. 

Nota-se que o tema gestão ambiental e suas aplicações práticas possuem cerca de 60 anos de evolução e ainda seguem em aprimoramento. Alguns acontecimentos criam marcos importantes e estabelecem novos acordos e diretrizes a serem seguidos. Atualmente, com a pandemia do novo coronavírus, é evidente que novos marcos surgirão, podendo ser citada a expansão do saneamento básico, bem como a discussão de outros temas envolvendo qualidade de vida.

O presente trabalho propõe-se a um estudo teórico-empírico da percepção dos trabalhadores de duas organizações acerca da interface do modelo de Gestão de Pessoas com a Gestão Socioambiental. Verificou-se, através do levantamento de dados entre os anos 2000 e 2005 do Guia Exame de Boa Cidadania Corporativa, quais as linhas de projetos mais significativas, o volume de investimentos e a concentração geográfica das ações, bem como os setores da economia que mais investiram no período. Identificou-se, ainda, (1) como a área de Recursos Humanos colabora com a sustentabilidade dos programas de caráter socioambiental, segundo funcionários da área de Recursos Humanos em relação a funcionários da área de Meio Ambiente, e (2) as percepções dos funcionários das mesmas áreas acerca da relação da área de RH com as ações socioambientais e a sustentabilidade. A questão básica de pesquisa foi verificar como ocorre a interface entre o modelo estratégico de Gestão de Pessoas e a Gestão Socioambiental nas organizações pesquisadas, tendo como objetivo geral analisar a interface entre o modelo estratégico de Gestão de Pessoas e a gestão socioambiental nas organizações. Através da identificação dos elementos propostos por Dutra (2002), procurou-se evidenciar o modelo de Gestão de Pessoas adotado nas organizações dentre os propostos: (1) departamento pessoal, (2) gestão do comportamento humano, (3) gestão estratégica de pessoas, e (4) vantagem competitiva. Utilizou-se a análise descritiva para tratamento estatístico dos dados do Guia, e análise de conteúdo para as entrevistas e os dados coletados durante a pesquisa de campo. Os principais resultados encontrados no levantamento de dados do Guia Exame de Boa Cidadania Corporativa foram a concentração do volume de investimentos e do total de projetos na Região Sudeste do Brasil, com 59% do total apurado, com foco em projetos de (1) Educação e (2) Cultura, que receberam 57% dos recursos, e os setores que mais investiram no período foram (1) Bancos e Serviços Financeiros, tanto em quantidade (11%) quanto em volume de recursos (43%), (2) Química e Petroquímica com 10% do total de projetos e 9% do volume de investimentos, e (3) Serviços Públicos com 9% do total de projetos e 5% dos investimentos. Em se tratando do modelo de Gestão de Pessoas adotado pelas organizações, a organização Alfa está centrada no modelo de Gestão do Comportamento Humano, enquanto Beta na Gestão Estratégica de Pessoas, segundo Dutra (2002). Ambas encontram-se em transição para modelos mais desenvolvidos do que os vigentes, e a Gestão de Pessoas nestas organizações atua como área de apoio das questões relativas ao Meio Ambiente, atuando de forma mais presente nas questões sociais, mostrando que, embora na literatura já se utilize a Gestão Socioambiental para tratar destas questões em conjunto, na prática ainda é possível encontrá-las sendo trabalhadas separadamente.

Qual é a fase evolutiva das práticas de gestão ambiental?

A proposta de denominação comum aqui defendida é baseada em três estágios evolutivos para a integração da questão ambiental na organização: Especialização funcional da gestão ambiental; Integração interna da dimensão ecológica; e. Integração externa da variável ecológica.

O que levou ao surgimento da gestão ambiental em empresas?

Na maioria das empresas, a gestão ambiental surgiu como uma evolução dos sistemas de qualidade, implementados com a ISO 9001 a fim de alcançar a melhoria contínua dos processos e produtos.

Quais foram os reflexos ocorridos nas organizações a partir da evolução do pensamento ambiental?

Chega-se a algumas conclusões iniciais de que o meio ambiente passa a ter status de ativo da sociedade global, ao invés da abordagem tradicional de fonte de recursos naturais e recipiente de resíduos, exigindo novas posturas dos tomadores de decisões como também das empresas.

Como a questão ambiental evoluiu?

A tecnologia empregada evoluiu rapidamente com consequências indesejáveis que se agravam com igual rapidez. A exploração dos recursos naturais passou a ser feita de forma demasiadamente intensa. Recursos não-renováveis, como o petróleo, ameaçam escassear. De onde se retirava uma árvore, agora retiram-se centenas.