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Após a Segunda Guerra Mundial, além de se formarem os grandes blocos, diversos países se reuniram em organizações geopolíticas e econômicas, constituindo blocos econômicos regionais de diversos tipos. Fonte: TERRA, L. e COELHO, M. de A. Geografia Geral e Geografia do Brasil: O espaço natural e socioeconômico. São Paulo: Moderna, 2005.
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Mercado comum ( ) Circulação de bens com taxas alfandegárias reduzidas ou eliminadas.
Os blocos econômicos surgiram em um contexto amplo de difusão da globalização, a qual faz com que as economias do mundo todo se conectem, transformando o planeta em uma grande rede de trocas comerciais, culturais, políticas, sociais e várias outras possíveis. Esses blocos passaram a se formar com o intuito de diminuir as fronteiras impostas pelos países, havendo trocas significativas, como mão de obra, serviços, capitais e fluxo de mercadorias. Além disso, também é um objetivo aumentar o Produto Interno Bruto (PIB), o lucro das empresas e, consequentemente, os empregos nos países envolvidos. Leia também: OCDE – organização voltada ao desenvolvimento econômico e bem-estar social O que são blocos econômicos?Um bloco econômico pode ser considerado como um grande grupo de países que visama aumentar as trocas comerciais regionais, expandindo seus dados econômicos, como PIB, empregos, multinacionais no país, poder de compra da população, entre outros. Muitos autores chamam esses blocos de mercados regionais, em razão da restrição dos acordos à região dos países envolvidos, ou megablocos regionais, dada a grandeza de alguns, como a União Europeia. Em um mundo cada vez mais globalizado, é natural que países queiram proteger suas economias da concorrência global. Isso porque, em muitas localidades, alguns fatores deixam a mercadoria mais atrativa a investidores, como a disponibilidade de mão de obra ou mesmo os incentivos fiscais oferecidos pelos governos. Diante disso, após a Segunda Guerra Mundial, surgiu a ideia da criação de um mercado restrito para um grupo de países, a fim de incentivar suas economias. Esse era o objetivo da criação do Benelux (palavra que corresponde às três sílabas iniciais de cada país-membro), formado por Bélgica, Holanda (Netherlands, em inglês) e Luxemburgo. Depois, outros blocos surgiram ao longo do século XX, como a União Europeia, o Mercosul, o Nafta, entre outros. Tipos de blocos econômicosPara compreendermos como funcionam os blocos econômicos, é necessário compreender como eles são criados. Existem vários blocos econômicos pelo mundo, mas cada um possui um nível de integração diferente dos demais. O que caracteriza essa integração é o desejo dos países-membros de intensificar mais ou menos as relações econômicas entre as nações. No mundo globalizado, as economias mundiais estão em constante comunicação.Podemos organizar os blocos econômicos em diferentes tipos (características):
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Veja também: Países desenvolvidos – nações com elevado desenvolvimento socioeconômico Quais os principais blocos econômicos?
A União Europeia, bloco iniciado com a criação do Belenux, em 1944, é o bloco econômico que representa a maior integração de nações, pois possui todas as características para tal ação. Apesar de adotar uma moeda única no bloco, nem todos os países-membros utilizam o euro. São 27 países participantes desse bloco, os quais, juntos, possuem um PIB maior do que a China (segunda maior potência econômica do mundo).
Esse bloco teve seu início em 1989, com adesão de dois países da América do Norte: Canadá e Estados Unidos. As conversas com o México começaram dois anos depois, em 1991. Em 1994, o Nafta entrou em vigor com a adesão dos três países citados após três anos de negociações. Com uma pequena integração econômica, os três países envolvidos possuem trocas comerciais significativas, com amplo mercado consumidor. Tais trocas possibilitaram uma modernização industrial, além de impulsionar investimentos e fluxos de comércio nos três países. Estima-se que as trocas em mercadorias diárias entre esses países cheguem a 2,6 bilhões de dólares, o que corresponde, aproximadamente, a 108 milhões de dólares por hora. Acesse também: USMCA – bloco que atualiza o Nafta, conhecido como Nafta 2.0
Criado no início da década de 1990, o Mercosul corresponde ao maior PIB da América Latina, com 10 países envolvidos, havendo desde trocas comerciais até livre circulação de pessoas. O Mercosul corresponde à quinta maior economia do mundo, com um Produto Interno Bruto (PIB) de quase 2,8 trilhões de dólares. Além disso, esse bloco é um espaço privilegiado para investimentos, associações empresariais, turismo, comércio, entre outros cenários econômicos.
Esse bloco foi criado em 1967, na Tailândia, com o objetivo de desenvolver países que estão no sudeste da Ásia, como Indonésia, Cingapura, Malásia e outros. Trata-se de um bloco tímido que se encaixa em uma união aduaneira, cujas ações buscam a integração política e econômica dos países-membros.
Com 21 países participantes, esse bloco inclui as nações banhadas pelo oceano Pacífico, como Estado Unidos, Japão, China, Peru, Hong Kong e outros. Inicialmente, quando foi criado, em 1989, era apenas um fórum para decisões econômicas entre as nações. Com o tempo, houve a tentativa de implantar uma zona de livre comércio, mas as disparidades eram imensas. Apesar de haver uma interdependência gradual entre as nações, ainda há muito que superar para que essa zona de livre comércio seja implementada, haja vista as disputas comerciais entre as três maiores economias do globo presentes nesse bloco: Estados Unidos, China e Japão. Bandeiras dos 21 países-membros da Apec.Vantagens e desvantagens dos blocos econômicosOs blocos são vantajosos para a maioria dos países envolvidos, pois a troca econômica é bem ampla, o que contribui para que empresas de um país instalem-se em outro, para a circulação de bens, serviços e capital, além da circulação de pessoas, como o caso da União Europeia e do Mercosul. Entretanto, as economias mais frágeis do bloco ficam prejudicadas em alguns quesitos, como é o caso do México no NAFTA. Indústrias estadunidenses instalam-se no país latino, usam mão de obra mais barata para produzir suas mercadorias e vendem, com um preço elevado, para mexicanos e estadunidenses, além dos canadenses. O poder de compra dos Estados Unidos é maior que o dos mexicanos, ou seja, a aquisição de um bem não depende, nesse caso, da origem do produto, mas sim do preço que lhe é colocado. Outra desvantagem, em tempos de globalização, é o protecionismo econômico que há em alguns blocos em relação a produtos que vêm de outros países não pertencentes ao bloco. Há, também, situações em que a xenofobia está presente, como na União Europeia. Em muitos países, como na França, a Frente Nacional, partido de extrema-direita, defende a França para os franceses, slogan utilizado em algumas eleições e que se posiciona contra a integração dos países. Para esse partido e seus apoiadores, a livre entrada de pessoas deve ser revista, com restrições a determinadas nacionalidades. Em linhas gerais, nos blocos econômicos, as grandes economias só têm a ganhar, pois, com a ampliação das relações econômicas, a tendência é que os grandes continuem grandes e até maiores. Já para os países com economias mais frágeis, há uma dependência em relação aos países mais fortes, como é o caso do México e do Canadá no Nafta, que dependem do mercado consumidor estadunidense para que suas economias continuem pujantes. Exercícios resolvidosQuestão 1 – (UEG) Observe a figura a seguir: Fonte:. A região em destaque no mapa representa os países-membros do seguinte megabloco econômico: a) CEE b) Alca c) Apec d) Nafta e) Mercosul Resolução: letra “d”. O Nafta é um bloco econômico que engloba os três países da América do Norte: Canadá, Estados Unidos e México, conforme está destacado no mapa da questão. Questão 2 – (PUC-RS) A divisão do mundo em Estados nacionais, com fronteiras, moedas e alfândegas, cria barreiras à livre circulação de mercadorias, serviços, capitais e pessoas. A criação de blocos econômicos é uma tentativa de reduzir essas barreiras em escala regional, mas também uma forma de os países-membros se fortalecerem frente ao processo de globalização. Nesse processo, NÃO constitui uma forma de organização de blocos econômicos: a) União aduaneira b) União econômica e monetária c) Criação de zonas de livre comércio d) Eliminação das fronteiras físicas e) Organização de mercados comuns Resolução: letra “d”. Não é objetivo de um bloco econômico eliminar fronteiras físicas, apenas comerciais/econômicas. Muitos países têm como fronteiras rios, montanhas, cachoeiras, florestas, sendo impossível eliminar essas fronteiras. Questão 3 - Assinale a alternativa que contenha siglas apenas de blocos econômicos: a) Brics, Mercosul e União Europeia b) Mercosul, União Europeia e G20 c) Nafta, União Europeia e Apec d) Apec, União Europeia e Brics Resolução: letra “c”. BRICS e G20 não são blocos econômicos, apenas grupos de países que possuem interesses em comum. O que é livre circulação de pessoas bens e serviços?Desde o Tratado de Assunção, marco inicial do Mercosul, a livre circulação de bens é tratada como uma implicação necessária ao Bloco. Como "livre circulação" deve ser entendida a exclusão de todas as barreiras que prejudicam o tráfego de mercadorias, sejam elas de natureza tributária, aduaneira ou qualquer outra.
O que é uma zona de livre circulação de mercadoria serviços e pessoas?A zona de livre comércio é um acordo comum em blocos econômicos que visa ampliar a troca de mercadorias entre seus membros. Trata-se do estágio mais básico na integração econômica entre diferentes países.
Quais as vantagens de um bloco que tem a livre circulação de pessoas bens e serviços?A primeira vantagem da criação de um mercado comum é o fortalecimento e crescimento da economia dos países envolvidos. Além disso, com a livre circulação de pessoas, aumenta a demanda de bens e serviços nos países membros.
Qual seria o tipo de acordo ou bloco que apresenta a livre circulação de bens produtos e pessoas com moeda única?União aduaneira é um bloco econômico de livre comércio, com a presença de uma Tarifa Externa Comum para o desenvolvimento do comércio, e em que há livre circulação de pessoas.
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